06 Outubro 2018
Uma das religiosas presentes no Sínodo dos Bispos católicos disse aos prelados que os jovens de hoje estão buscando orientação de ‘anciãos’ do sexo masculino e feminino.
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 05-10-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
A irmã sul-coreana Mina Kwon, uma das oito religiosas autorizadas a participar do Sínodo dos Bispos que ocorre entre os dias 3 e 28 de outubro, disse aos 267 prelados que participaram no dia 5 de outubro que "os jovens são sensíveis à questão da desigualdade e exclusão".
Kwon, membro da Congregação das Irmãs de São Paulo de Chartres e psicóloga formada, disse que uma das razões pelas quais o catolicismo se espalhou em seu país, séculos atrás, foi seu foco na "igualdade baseada no princípio de que todos os seres humanos são crias de Deus".
"O catolicismo trouxe novas oportunidades para as mulheres se tornarem líderes e professoras. Em outras palavras, as mulheres receberam um lugar quase igual ao dos homens no estágio inicial da Igreja Coreana. Foi algo revolucionário", disse Kwon.
"Os jovens precisam de mentores masculinos e femininos, e de uma Igreja mais autêntica", concluiu Kwon.
Kwon está participando do sínodo, que é focado em jovens, como um dos 72 auditores. Os auditores podem participar das discussões do encontro, mas não possuem direito de voto.
Enquanto o Vaticano não libera as palestras dadas pelos bispos presentes no encontro, são apenas divulgadas as observações feitas pelos auditores.
Outra auditora que falou neste 5 de outubro foi a irmã de S. José, Sally Hodgdon, americana e vice-presidente da União Internacional das Superioras Gerais.
Hodgdon, ex-assistente do procurador-geral do estado de Connecticut, disse aos bispos que estão sendo "convidados a criar novos espaços para os jovens - espaços onde suas vozes são ouvidas e onde eles podem experimentar livremente a melhor maneira de expressar seus anseios".
Hodgdon também referenciou a persistente crise de abuso do clero, dizendo que a Igreja está "percorrendo uma nova e difícil jornada, e ainda assim, como em todas as crises, oferece novas oportunidades e possibilidades - se é que estamos dispostos a isso".
Em uma coletiva de imprensa para resumir as observações mais recentes feitas pelos bispos no sínodo, Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, disse que houve uma ampla gama de tópicos discutidos na tarde de 4 de outubro e na manhã seguinte.
Entre os tópicos destacados por Ruffini estão: Diferentes culturas para jovens em vários países do mundo; "Experiências terríveis", como violência e tráfico de seres humanos; O desejo da juventude de saber que "a Igreja é o seu lar"; E um foco particular nas dificuldades dos jovens migrantes.
Dom Manuel Ochogavía Barahona, bispo de Colón-Kuna Yala, Panamá, membro do sínodo - que participou do briefing -, disse acreditar que os prelados precisam "considerar os jovens como um meio de comunicação com Deus".
"Temos que ter essa atitude de admiração, porque nos deparamos com algo que é sagrado. Precisamos identificar novas ferramentas e novos processos para gerar um diálogo", disse Ochogavía.
O arcebispo Anthony Fisher, de Sydney, Austrália, outro membro do sínodo, explicou por que escolheu usar seu discurso para pedir desculpas aos jovens "pelas vergonhosas ações de alguns sacerdotes, religiosos e leigos".
"Eu estou muito ciente de que há muitos jovens sofrendo. Tanto eu quanto a Igreja devemos isso à eles", disse Fisher.
"Da mesma forma, acredito que os leigos querem ouvir da própria Igreja", disse o arcebispo.
"Nós realmente nos envergonhamos do que aconteceu e queremos fazer o possível para termos um futuro melhor", acrescentou.
No início do briefing, Ruffini listou todos os bispos que falaram no sínodo nos últimos dois dias, mas não detalhou o conteúdo de seus discursos. O prefeito fez o mesmo quanto à fala de Francisco durante um dos momentos para a realização de relatar o que acontecia.
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Sínodo dos bispos: Irmã religiosa afirma que os jovens precisam de mentores masculinos e femininos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU