Brasil consegue acordo na agenda e evita que COP30 trave no início

Embaixador André Corrêa do Lago (à esquerda), presidente da COP30, e Mukhtar Babayev (à direita), presidente da COP29 (Foto: Ueslei Marcelino/COP30)

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11 Novembro 2025

A presidência brasileira da COP30 fechou um acordo na noite de domingo – aos 45 minutos do segundo tempo, como diria a Central da COP, do Observatório do Clima – para aprovar a agenda da conferência. O consenso foi oficializado sob aplausos do plenário pelo presidente do evento, o embaixador André Corrêa do Lago, na 2ª feira (10/11), primeiro dia de discussões.

A reportagem é publicada por Climainfo, 11-11-2025.

Segundo a Folha, o arranjo feito pela presidência do evento vai permitir que os itens mais polêmicos continuem a ser debatidos paralelamente até amanhã (12/11). A lista inclui temas como financiamento, metas climáticas nacionais (NDCs) e medidas unilaterais de restrição comercial (como mecanismos de ajustes de fronteira).

Foram feitas oito novas propostas de itens para a agenda, quatro delas sobre a obrigação dos países ricos, poluidores históricos, de financiar aqueles com menos recursos, detalha a Sumaúma. Ficou combinado, então, que haverá consultas entre as delegações e Corrêa do Lago sobre essas propostas, com o resultado sendo anunciado nesta quarta-feira. Assim, as negociações sobre temas que já estavam na agenda podiam ser iniciadas ontem.

“Quero agradecer às delegações pelo fantástico acordo que alcançaram ontem [domingo] à noite”, disse o presidente da COP30, em tom de alívio, de acordo com o Pará Terra Boa. “Esse entendimento permitirá que comecemos a trabalhar intensamente desde hoje [segunda-feira] e possamos explicar ao mundo por que esses temas adicionais realmente importam”, complementou.

A aprovação da agenda é uma das primeiras etapas de toda conferência do clima e costuma refletir o nível de cooperação entre os países logo no início das negociações, explica o g1. Por isso, o desfecho positivo em Belém foi visto como um sinal de harmonia e disposição para avançar nas pautas prioritárias.

Ao conseguir um acordo antes mesmo da abertura oficial da conferência, o Brasil evita que o embate ocorrido em junho na reunião preparatória do evento, em Bonn, repita-se em Belém – o que era uma das prioridades da presidência brasileira da COP30 para garantir o avanço nas negociações.

Assim, os temas mais espinhosos ficaram fora do debate inicial. Mas o argumento brasileiro é de que, ao não debater a inclusão desses tópicos na agenda, foi possível iniciar logo as discussões dos itens que estão nela. Ao mesmo tempo, ao trazê-los para a consulta, também há espaço para que esses tópicos não sejam simplesmente deixados de lado, mas pelo contrário, tenham encaminhamentos concretos.

“O Brasil superou seu primeiro obstáculo e adotou no primeiro dia a agenda de negociações das próximas duas semanas. A temida ‘briga de agenda’ foi evitada com a promessa de consultas informais sobre os temas mais difíceis propostos pelos países para inclusão na agenda formal”, avaliou Stela Herschmann, especialista em Política Climática do Observatório do Clima. “Não está clara ainda a estratégia para continuar essas conversas de maneira informal, mas as partes parecem ter encontrado um certo equilíbrio de acomodação de interesses que pode ser o vislumbre de um pacote”, completou.

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