01 Novembro 2025
A transição energética está gerando uma demanda crescente por energia e minerais, em sua maioria extraídos do Sul Global, o que agrava ainda mais os impactos ambientais e climáticos que supostamente deveria atenuar. A promessa de desmaterialização e desfosilização se distancia, enquanto se aprofundam as desigualdades entre o Norte e o Sul Global. Longe de serem inofensivos, os investimentos em larga escala em energias renováveis têm efeitos prejudiciais sobre o meio ambiente e sobre as comunidades humanas e não humanas.
O artigo é de Maristella Svampa, publicado por Nueva Sociedad, set./out. 2025.
Maristella Svampa é doutora em Ciências da Sustentabilidade. Coordenadora do Grupo de Trabalho Metabolismo Social / Justiça Ambiental do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso).
Eis o artigo.
Em 2024, o Painel Internacional de Recursos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em seu relatório “Perspectivas Globais de Recursos”, classificou o extrativismo como o principal impulsionador da tripla crise planetária, composta pelas mudanças climáticas, pela perda de biodiversidade e pela crise de poluição e resíduos. Os dados foram contundentes: a extração e o processamento de energia e matéria — como combustíveis fósseis, minerais, minerais não metálicos e biomassa — geram mais de 55% das emissões de gases de efeito estufa e 40% dos impactos à saúde relacionados às partículas em suspensão. Se considerado o mudança no uso da terra, os impactos climáticos aumentam para mais de 60%. Da mesma forma, a agricultura e a silvicultura são responsáveis por mais de 90% da perda total de biodiversidade e do estresse hídrico relacionados ao uso do solo [1].
O extrativismo, em sentido amplo, refere-se a um padrão de acumulação baseado na superexploração de recursos naturais, em grande parte não renováveis, bem como na expansão das fronteiras para territórios antes considerados “improdutivos” [2]. Há dois séculos, com a emergência de uma economia e de uma ordem internacional fundadas na queima contínua e acelerada de combustíveis fósseis, na superexploração globalizada dos fluxos de energia e matéria, e em relações de tipo colonial, as nações capitalistas centrais traçaram o caminho que conduziu à atual crise bioclimática [3].
A passagem da humanidade “do uso de fluxos [por exemplo, energia solar] para a exploração acelerada de estoques energéticos [como jazidas de combustíveis fósseis] marca um ponto de inflexão no uso humano da energia e na relação social com o meio ambiente [e o clima]” [4]. A exploração e a queima de combustíveis fósseis — primeiro o carvão, depois o petróleo e o gás natural — liberaram na atmosfera o carbono que as plantas, ao longo de milhões de anos e por meio da fotossíntese, haviam retirado dela e fixado no solo. Sobretudo a partir da segunda metade do século XX, o transporte massivo de mercadorias e pessoas, o aumento dos veículos de combustão interna, das viagens aéreas e do comércio internacional expandiram o consumo de hidrocarbonetos em escala global, intensificando as emissões de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) [5].
As emissões antropogênicas acumuladas desde a Revolução Industrial não apenas desestabilizaram o sistema climático planetário, mas também alteraram as interações complexas entre seus subsistemas — atmosfera, hidrosfera, criosfera, litosfera e biosfera. Até hoje, o declínio da demanda por energia fóssil — e, portanto, das emissões — não decorreu de decisões planejadas ou acordos internacionais, mas de eventos fortuitos de caráter geopolítico, bélico, econômico ou biológico. A Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial, as crises do petróleo, a crise financeira de 2008 e, mais recentemente, a pandemia de Covid-19 foram momentos excepcionais em que se observou que reduzir a queima de combustíveis fósseis é possível. O problema é que, uma vez superados esses choques internacionais e após a “normalização” dos investimentos e da produção, o consumo de petróleo, gás e carvão se recupera — e até cresce [6]. No entanto, os limites físicos do atual regime energético tornam-se cada vez mais evidentes. O esgotamento das fontes de fácil acesso e as alterações climáticas decorrentes de sua queima colocam em xeque sua continuidade. A transição drástica de condições climáticas estáveis para outras cada vez mais adversas e imprevisíveis soma-se a uma série de profundas transformações planetárias, como a extinção em massa de espécies e a alteração dos ciclos biogeoquímicos.
Diante desse panorama, organismos internacionais, grandes corporações e muitos governos adotam um negacionismo parcial: reconhecem os sintomas, mas se recusam a enfrentar as causas estruturais. Assim, promovem a chamada “transição energética” como a solução mais viável para enfrentar a crise climática e suas múltiplas derivações. Entretanto, essa estratégia, tal como formulada, contém uma grande paradoxo: exigirá mais de 3 bilhões de toneladas de minerais e metais para a geração de energia eólica, solar e outras fontes [7]. Essa contradição revela as crescentes dificuldades da economia capitalista para assegurar sua própria reprodução, o que vem acompanhado pela agravamento de catástrofes sociais e ambientais em diferentes escalas de tempo e espaço [8].
Na política hegemônica, prevalece a ideia de que a tecnologia nos salvará, sob o pressuposto de que a destruição ambiental é um problema de eficiência no uso e processamento de recursos — e não o resultado de uma lógica baseada na acumulação infinita de lucros. Esse otimismo tecnológico, historicamente infundado, que promove a aceitação de técnicas cada vez mais disruptivas em relação ao clima e ao ambiente para não alterar substancialmente o modelo econômico, remete à chamada “paradoxo de Jevons”.
Em 1865, em sua obra The Coal Question: An Inquiry Concerning the Progress of the Nation, and the Probable Exhaustion of our Coal-Mines (A Questão do Carvão: Uma Investigação sobre o Progresso da Nação e o Provável Esgotamento de Nossas Minas de Carvão), William Stanley Jevons observou que a melhoria tecnológica introduzida por James Watt com sua máquina a vapor movida a carvão, embora tivesse aumentado a eficiência energética, levou a uma expansão econômica e, portanto, a um maior consumo do recurso. O que Jevons demonstrou é que cada inovação tecnológica bem-sucedida, cada motor mais eficiente termodinamicamente, resultou em maior produtividade e, consequentemente, maior demanda por carvão [9]. Essa lição continua válida: maior eficiência energética não reduz o consumo de recursos (como petróleo ou carvão), mas, ao contrário, o aumenta — ao menos dentro de uma economia capitalista.
Desde a Revolução Industrial, o consumo médio de energia por pessoa cresceu exponencialmente. Em 1700, o consumo per capita era de 38 gigajoules (GJ) anuais; em 1900, subiu para 56 GJ, e, ao final do século XX, chegou a cerca de 80 GJ. Como referência, o conteúdo energético de um barril de petróleo é de aproximadamente 6 GJ. Isso sugere que a economia capitalista, longe de reduzir sua dependência dos hidrocarbonetos, requer cada vez mais energia, agora obtida por outras vias [10].
As transições energéticas são mudanças nas fontes dominantes de energia que implicam grandes transformações sociotecnológicas. Nos últimos 200 anos, ocorreram duas transições importantes: primeiro, da biomassa para o carvão no século XIX; e depois, do carvão para o petróleo, ao longo do século XX. Essas transições vieram acompanhadas por mudanças nas formas, princípios e lógicas que estruturam a produção, distribuição e consumo nas sociedades.
Atualmente, a consciência sobre a necessidade de uma transição para as energias renováveis é cada vez maior; no entanto, entre a diversidade de seus promotores, há uma disputa em torno das escalas em que ela deve ser implementada, dos atores que devem conduzi-la e das formas e lógicas que devem regulá-la. Por um lado, há um questionamento sobre se deve ser adotado um modelo descentralizado de distribuição de energia, voltado a atender as necessidades locais, ou se é necessário adotar um modelo em larga escala, capaz de suprir as demandas de agentes econômicos externos aos territórios onde esses projetos são executados. Além disso, enquanto alguns consideram que o capital privado e os mecanismos de mercado são a melhor opção para levar adiante a transição, outros veem nas parcerias público-privadas o caminho mais rápido; há ainda quem defenda os monopólios estatais e a regulação governamental; e outros que propõem a gestão cidadã e local.
Do mesmo modo, é possível distinguir pelo menos duas posições opostas: a daqueles que afirmam que a transição energética só será possível com o abandono da lógica de crescimento ilimitado própria da acumulação capitalista; e a dos que concebem essa transição como uma oportunidade para perpetuar a acumulação em um contexto de mudança climática e esgotamento dos hidrocarbonetos. Essas diferenças deixam claro que a transição energética não é apenas uma questão técnica, mas, sobretudo, sociopolítica e econômica.
Os múltiplos conflitos associados à implementação de usinas hidrelétricas e parques eólicos ou fotovoltaicos demonstram que os investimentos em larga escala (estatais ou privados) em energias renováveis não são automaticamente menos danosos nem socialmente mais justos do que suas contrapartes fósseis. Os conflitos mais recorrentes estão ligados à falta de consulta pública, bem como à distribuição desigual dos prejuízos (ruído, perda de ecossistemas, violência empresarial ou policial) e dos benefícios (como os dividendos ou a energia produzida). Na maioria dos casos, o problema reside na reprodução da mesma dinâmica observada nos projetos extrativistas — a maximização e privatização dos lucros e a socialização e transferência dos custos sociais e ambientais para os mais vulneráveis. Além disso, a expansão desses projetos nem sempre vem acompanhada do abandono dos combustíveis fósseis. À medida que a economia se centraliza, o consumo de energia — embora desigual — também cresce. A dinâmica expansiva do capitalismo torna impossível uma redução sustentável do consumo energético.
A isso se soma a geopolítica dos recursos necessários para viabilizar a transição. É o caso dos minerais e metais que, distribuídos em diferentes territórios e concentrações, assumem um papel cada vez mais relevante. Como observa Birgit Mahnkopf, há uma crescente demanda por minerais e metais (lítio, disprósio/térbio e rênio, cobalto, cobre, escândio, platina e outros) associada à transição para as energias renováveis [11]; à transmissão de eletricidade; à chamada “Quarta Revolução Industrial”, baseada na digitalização e na inteligência artificial; e também aos complexos militares (sistemas de guiagem e defesa antimísseis, comunicações e sistemas não tripulados). Essas circunstâncias colocam uma série de desafios para um futuro pós-fóssil, entre os quais se destacam: a disputa entre os usos voltados à transição energética e outros usos altamente lucrativos desses minerais; a expansão do extrativismo mineral, com todas as suas consequências sociais e ambientais (alto consumo de água, geração de resíduos tóxicos); e o esgotamento físico e econômico das jazidas. Algo semelhante ocorre com as vastas extensões de terra necessárias para a instalação de usinas fotovoltaicas, parques eólicos e represas, bem como para o cultivo de biocombustíveis — cujos impactos ambientais se ampliam à medida que aumentam sua escala.
Na América Latina e no Caribe, o extrativismo não apenas envolveu a remoção de grandes volumes de natureza para exportação, mas também a imposição de dispositivos estruturais — mercados, instituições financeiras, cadeias globais de valor, mecanismos fiscais, tratados de livre comércio e legislações — por meio dos quais certos grupos ou entidades passam a exercer controle e domínio sobre os territórios [12]. Esses territórios e seus respectivos ecossistemas são estruturados como espaços subordinados e explorados como “zonas de sacrifício” para o abastecimento de economias-sociedades onde se concentram o processamento e o consumo assimétrico dos recursos [13].
Nas comunidades atravessadas pelo extrativismo, observa-se, além da superexploração de seus ecossistemas e habitantes, o agravamento de uma tripla violência de caráter capitalista, racista e patriarcal. Capitalista, porque os territórios são esvaziados de valor ecológico, simbólico, histórico, cultural, paisagístico e social, e reduzidos a simples mercadorias, valorizadas apenas por seu preço econômico e por sua contribuição à maximização dos lucros de poucos atores [14]. Racista, porque cria hierarquias de superioridade e inferioridade que legitimam a dominação e a opressão dos outros [15]. Assim, os impactos destrutivos do extrativismo recaem sobre populações consideradas sacrificáveis, aniquilando diversas formas de ser, conhecer e habitar os territórios. Patriarcal, por fim, porque reforça e intensifica as violências machistas já existentes, ao excluir as mulheres da tomada de decisões sobre os territórios e impor estruturas laborais masculinizadas que exacerbam estereótipos sexistas, confinam as mulheres ao espaço doméstico e as tornam mais vulneráveis à violência de gênero [16]. A esses processos somam-se as violações de direitos humanos e o agravamento dos conflitos socioambientais, que fazem da América Latina uma das regiões mais perigosas do mundo para pessoas defensoras da terra e do meio ambiente [17].
As promessas impossíveis da transição energética
A transição energética, tal como é concebida a partir do discurso hegemônico, além de aumentar a violência, intensifica o extrativismo fóssil e mineral, uma vez que não busca modificar o perfil metabólico da sociedade — isto é, os padrões de produção, consumo, circulação de bens e geração de resíduos —, mas sim garantir sua continuidade [18]. Tampouco questiona as desigualdades entre os países de renda mais alta e as economias empobrecidas, em que os primeiros consomem seis vezes mais materiais per capita e são responsáveis por dez vezes mais impactos climáticos per capita que os segundos [19].
Até o momento, as energias renováveis não substituem os combustíveis fósseis, mas se somam ao portfólio de fontes energéticas de que o sistema econômico necessita para funcionar. O consumo total de energia em escala global cresce a cada ano[20]. A promessa de reduzir a quantidade de recursos consumidos pela economia não se cumpre. Em nível mundial, o uso de materiais triplicou nos últimos 50 anos e continua crescendo a um ritmo médio superior a 2,3% ao ano. Calcula-se ainda que a extração de recursos materiais possa aumentar quase 60% em relação aos níveis de 2020 até 2060, passando de 100 para 160 bilhões de toneladas [21].
Essa tendência revela que, no contexto de uma economia baseada na expansão permanente e acelerada de suas atividades, a promessa de que a tecnologia tornará mais eficiente o consumo de recursos é impossível de cumprir. A conciliação entre crescimento econômico infinito e menor consumo energético, embora discursivamente atraente, é fisicamente inviável. Desde 1990, a eficiência global no uso de materiais melhorou pouco e, de fato, começou a declinar por volta do ano 2000 [22]. Isso significa que, apesar das inovações tecnológicas das últimas décadas, é necessário cada vez mais energia e matéria por unidade de PIB.
Diante disso, compreende-se que a urgência em impulsionar a transição energética está mais relacionada à necessidade de algumas economias manterem seus níveis atuais de produção e consumo, bem como ao interesse de atores empresariais em explorar novos mercados em um contexto de emergência ambiental e climática, do que às necessidades das maiorias.
Até agora, o tipo de transição energética proposto — principalmente pelos Estados centrais e pelas corporações — reproduz as desigualdades e dinâmicas da economia fóssil. Trata-se de um modelo concentrado em poucas mãos, que privatiza os lucros enquanto socializa e intensifica os custos sociais e ambientais. A expansão das fronteiras extrativistas — impulsionada pelo esgotamento de recursos de fácil acesso geopolítico e geológico, e pelas “oportunidades” abertas por novas técnicas de extração —, somada aos efeitos cumulativos da devastação ambiental, aumenta constantemente o número de populações afetadas pelo extrativismo.
Na América Latina e no Caribe, as consequências desse modelo já são evidentes. No Equador, por exemplo, observa-se o aumento da exploração da madeira de balsa, impulsionada pela demanda chinesa para a fabricação de aerogeradores [23]. A extração de cobalto e lítio expandiu-se significativamente na Argentina, Bolívia e Chile, na região conhecida como o “triângulo do lítio”. Em toda a América Latina, multiplicam-se os megaprojetos de painéis solares e infraestruturas de hidrogênio, que ampliam ainda mais o processo de apropriação de terras [24].
A transição energética de caráter corporativo e tecnocrático, além de insustentável e injusta, é também frágil, pois depende de minerais críticos muito escassos na natureza, como lítio, cobalto, grafite, índio e terras raras. Nesse ponto, é importante destacar que o limite biofísico dessa transição não reside apenas no esgotamento dos minerais, mas também na capacidade do sistema planetário de continuar absorvendo seus resíduos.
Diante desse cenário, a organização coletiva contra o aprofundamento do modelo extrativista torna-se crucial. Nesse sentido, as propostas que emergem dos movimentos climáticos, das lutas antimineradoras e, de modo mais amplo, do ecologismo popular, apontam outros caminhos possíveis — voltados para uma descarbonização social e ambientalmente justa —, que defendem a desinvestimento em combustíveis fósseis, a democratização das decisões sobre a transição e a descentralização e desprivatização das tecnologias e da geração de energia. Explorar e apoiar essas alternativas é fundamental se o objetivo é garantir não apenas uma transição tecnológica, mas uma verdadeira transformação ecossocial.
É importante lembrar que a transição energética não é, por si só, justa nem necessariamente ecológica ou sustentável. Para que isso ocorra, será preciso repensar os modelos de produção e consumo, assegurar uma distribuição equitativa de benefícios e custos e respeitar os direitos de acesso à informação, à participação e à justiça das comunidades afetadas por projetos energéticos e extrativistas.
Ainda que seja certo que, para enfrentar a tripla crise planetária, é necessária — entre outras medidas — uma modificação da matriz energética, isso não pode acontecer às custas da saúde dos ecossistemas nem da integridade de povos inteiros. Se a transição não for justa, não será uma verdadeira solução.
Como observa Elmar Altvater: “uma sociedade baseada em fontes de energia renováveis, em vez de fósseis, deve desenvolver tecnologias adequadas e, sobretudo, formas sociais que transcendam o capitalismo. A relação da sociedade com a natureza não pode continuar sendo a mesma quando o combustível que impulsiona a dinâmica capitalista está se esgotando” [25]. Nesse sentido, os movimentos por justiça climática, assim como as lutas sociais contra os megaprojetos de infraestrutura “verde”, oferecem pistas, ações e propostas que, no curto, médio e longo prazos, podem contribuir para delinear um caminho alternativo de descarbonização, orientado pelos princípios de desinvestimento, democratização, descentralização e desprivatização.
O alcance transformador ou conservador da transição energética depende dos objetivos traçados e dos atores que a impulsionam. No entanto, qualquer projeto político futuro que possamos conceber depende da estabilização das emissões e, portanto, da abolição da economia fóssil e das relações de exploração e dominação que a sustentam. Diante da crise bioclimática, frear o extrativismo é um dever ético planetário inadiável.
Notas
[1] Panel Internacional de Recursos: Global Resources Outlook 2024: Bend the Trend - Pathways to a Liveable Planet as Resource Use Spikes, Programa de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente (UNEP), Nairobi, 3/2024.
[2] Maristella Svampa: ‘Consenso de los Commodities’ y lenguajes de valoración en América Latina en Nueva Sociedad No 244, 3-4/2013, disponible en nuso.org.
[3] IPCC: Climate Change 2023: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, 2023; Andreas Malm: Who Lit This Fire? Approaching the History of the Fossil Economy en Critical Historical Studies vol. 3 No 2, 2016.
[4] Francisco Aguayo: Transiciones energéticas: agotamiento y renovación de los recursos energéticos en Conceptos y fenómenos fundamentales de nuestro tiempo, UNAM-IIS, 5/2012.
[5] Will Steffen, Wendy Broadgate, Lisa Michele Deutsch y Owen Gaffney: The Trajectory of the Anthropocene: The Great Acceleration en Anthropocene Review vol. 2 No 1, 4/2015.
[6] Agencia Internacional de la Energía (AIE): Global Energy Review 2020: The Impacts of the Covid-19 Crisis on Global Energy Demand and CO2 Emissions, 4/2020.
[7] Kirsten Lori Hund et al.: Minerals for Climate Action: The Mineral Intensity of the Clean Energy Transition, Banco Mundial, Washington, DC, 2020.
[8] Raúl Ornelas (coord.): Estrategias para empeorarlo todo, UNAM-IIEC, Ciudad de México, 2020.
[9] John Bellamy Foster, Brett Clark y Richard York: Capitalism and the Curse of Energy Efficiency: The Return of the Jevons Paradox en Monthly Review vol. 62 No 6, 11/2010.
[10] F. Aguayo: ob. cit.
[11] B. Mahnkopf: Geopolítica en el Antropoceno en Papeles No 146, 2019.
[12] Horacio Machado Aráoz: Crisis ecológica, conflictos socioambientales y orden neocolonial. Las paradojas de Nuestra América en las fronteras del extractivismo en Rebela vol. 3 No 1, 2013.
[13] Eduardo Gudynas: Diez tesis urgentes sobre el nuevo extractivismo. Contextos y demandas bajo el progresismo sudamericano actual en Jürgen Schuldt et al.: Extractivismo, política y sociedad, Centro Andino de Acción Popular / Centro Latinoamericano de Ecología Social, Quito, 2009.
[14] M. Svampa: ob. cit.; Joan Martínez-Alier: Los conflictos ecológico-distributivos y los indicadores de sustentabilidad en Revibec: Revista Iberoamericana de Economía Ecológica vol. 1, 2004.
[15] Atsiry López: Agroextractivismo y racismo ambiental. La industria porcícola en el estado de Yucatán en Geopauta vol. 4 No 4, 2020.
[16] Colectivo Miradas Críticas del Territorio desde el Feminismo: (Re)patriarcalización de los territorios. La lucha de las mujeres y los megaproyectos extractivos en Ecología Política No 24, 2018.
[17] Voces silenciadas. La violencia contra las personas defensoras de la tierra y el medioambiente en Global Witness, 10/9/2024.
[18] Bruno Breno y M. Svampa: Del ‘Consenso de los Commodities’ al ‘Consenso de la Descarbonización’ en Nueva Sociedad No 306, 7-8/2023, disponible en nuso.org.
[19] Panel Internacional de Recursos: Global Resources Outlook 2024, cit.
[20] British Petroleum: Statistical Review of World Energy, Londres, 2020.
[21] Panel Internacional de Recursos: Global Resources Outlook 2024, cit.
[22] Panel Internacional de Recursos: Global Material Flows and Resource Productivity, UNEP, Nairobi, 2016.
[23] Tamara Artacker, Felipe Bonilla, Elizabeth Bravo e Ivonne Yánez: Los impactos invisibles de la energía eólica. Cómo el boom de energías renovables en China acelera la explotación de la balsa en Ecuador en Armando L. Fernández Soriano, Ofelia Gutiérrez, M. Islas Vargas y Pedro Roberto Jacobi (coords.): Expresiones del metabolismo social capitalista en América Latina: sujetos, conflictos y contrapropuestas, Clacso, Buenos Aires, 2024.
[24] B. Bringel y M. Svampa: ob. cit.
[25] E. Altvater: The Social and Natural Environment of Fossil Capitalism en Socialist Register vol. 43, 2007, p. 55.
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