Papa recebe o presidente de Israel. Um comentário

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05 Setembro 2025

"A verdadeira questão não é com quem ele se encontra (ou recebe), mas sim o que ele lhes diz. E espero sinceramente que Leão XIV tenha ao menos transmitido ao presidente do Estado de Israel um eco da dor que Israel está causando na Faixa de Gaza, que ele teve a coragem de pronunciar a palavra genocídio", escreve, Tonio dell’Olio, padre italiano, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, publicado em sua página do Facebook, 04-09-2025.

Eis o artigo.

Decidi publicar a declaração oficial da Sala de Imprensa da Santa Sé para destacar a diferença entre ela e as duas declarações (antes e depois do encontro) divulgadas pelo governo israelense.

Pessoalmente, acredito que o Papa tem razão em dar as boas-vindas a todos porque — como Dom Tonino Bello me lembrou — "Jesus Cristo deve ser levado até o inferno".

A verdadeira questão não é com quem ele se encontra (ou recebe), mas sim o que ele lhes diz. E espero sinceramente que Leão XIV tenha ao menos transmitido ao presidente do Estado de Israel um eco da dor que Israel está causando na Faixa de Gaza, que ele teve a coragem de pronunciar a palavra genocídio, que ele gritou em seu rosto, em nome de Deus, para que parasse.
Enquanto isso, a sutileza da declaração deixa claro que as posições do Papa certamente não são as do governo israelense.

Eis a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé

Hoje, o Santo Padre Leão XIV recebeu em audiência, no Palácio Apostólico do Vaticano, o Presidente do Estado de Israel, Sua Excelência o Sr. Isaac Herzog, que em seguida se encontrou com Sua Eminência o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, acompanhado por Sua Excelência o Monsenhor Paul R. Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais.

Durante cordiais discussões com o Santo Padre e a Secretaria de Estado, foi abordada a situação política e social no Oriente Médio, onde persistem numerosos conflitos, com particular atenção à trágica situação em Gaza. Expressou-se a pronta retomada das negociações para que, com abertura e decisões corajosas, bem como com o apoio da comunidade internacional, seja possível alcançar a libertação de todos os reféns, alcançar um cessar-fogo permanente com urgência, facilitar a entrada segura de ajuda humanitária nas áreas mais afetadas e garantir o pleno respeito ao direito humanitário, bem como às legítimas aspirações de ambos os povos.

As discussões se concentraram em como garantir um futuro para o povo palestino, a paz e a estabilidade na região, com a Santa Sé reafirmando a solução de dois Estados como a única saída para a guerra em curso. Também foram feitas referências aos eventos na Cisjordânia e à importante questão da Cidade de Jerusalém.

Na continuação dos debates, foi acordado o valor histórico das relações entre a Santa Sé e Israel e também foram abordadas algumas questões relativas às relações entre as autoridades estatais e a Igreja local, com particular atenção à importância das comunidades cristãs e ao seu empenho na localmente e em todo o Oriente Médio, em favor do desenvolvimento humano e social, especialmente nas áreas da educação, da promoção da coesão social e da estabilidade na região.

Do Vaticano, 4 de setembro de 2025

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