04 Setembro 2025
"Se Abu Mazen e sua delegação forem de fato impedidos de entrar na ONU, mais que embaçamento se trataria de verdadeiras rachaduras no vidro do palácio do direito internacional."
O artigo é de Tonio Dell'Olio, padre italiano, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, publicado por Mosaico di Pace, 03-09-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o artigo.
As nações representadas na ONU são 193. Destas, 147 reconhecem atualmente o Estado da Palestina. França, Bélgica, Portugal, Reino Unido e Canadá anunciaram isso e estão prestes a manter a declaração.
De 9 a 23 de setembro será realizada a Assembleia Geral das Nações Unidas em que, pela primeira vez, a própria Palestina, que, assim como o Vaticano, tem status de observador permanente, não poderá comparecer porque o governo Trump está negando o visto de entrada aos seus representantes.
Trata-se de uma violação flagrante e gravíssima da neutralidade territorial do Palácio de Vidro. Um vidro que, a essas alturas, parece embaçado e pouco transparente por ser refém do império EUA. Esperamos que, diante de tal violação, os países da União Europeia convoquem os embaixadores estadunidenses para apresentar um protesto formal. Seria o mínimo, mas até agora não foi feito.
Se Abu Mazen e sua delegação forem de fato impedidos de entrar na ONU, mais que embaçamento se trataria de verdadeiras rachaduras no vidro do palácio do direito internacional.
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