“Ameaçados pelos haters, só iremos lá para rezar”. Entrevista com Tiziano Fani Braga

Foto: Anastasiya Badun | Pexels

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29 Agosto 2025

“Diante de um prato de macarrão, eu disse: por que não fazemos alguma coisa?” Tiziano Fani Braga foi o primeiro a ter a ideia da peregrinação LGBTQ+, da qual agora é um dos organizadores.

A entrevista é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por la Repubblica, 27-08-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis a entrevista.

Como surgiu essa iniciativa?

Estávamos em Bolonha, em um retiro para agentes pastorais para cristãos LGBTQ+ com o padre Pino Piva, um jesuíta, e a diretoria de ‘La Tenda di Gionata’, e no almoço eu disse: por que nós também não fazemos uma peregrinação? Todas as categorias estão lá, e nós não? O que somos, cristãos de segunda classe?

O que espera do Papa Leão, se é que espera alguma coisa?

Não nego que, no início da eleição, senti algum receio porque havia sido eleito um Papa que parecia mais conservador do que seu antecessor. Mesmo agora, estou suspendendo o julgamento e vou ficar no aguardo, mas ainda tenho uma esperança.

Qual?

Tenho a sensação de que o Papa Francisco abriu vasos antes fechados. Minha esperança é que Leão coloque ordem e diga: agora precisamos colocar essas aberturas preto no branco, mesmo uma abertura tímida, mas preto no branco. Por exemplo, removendo algumas palavras do catecismo ou promovendo uma pastoral LGBTQ+. Precisaríamos de um empurrão, orações, diretrizes que ainda faltam. Levará tempo. Leão é um Papa jovem e estamos a apenas quatro meses de sua eleição, nada comparado aos 12 anos de Francisco.

Esperam hostilidade e críticas à sua peregrinação?

Hostilidades e críticas começaram no primeiro dia em que a notícia foi publicada e continuam, cada vez mais insistentes. Também estamos recebendo de forma privada mensagens de críticas e ameaças de haters da rede. O lado bom é que são todos perfis ocultos ou falsos: nós mostramos a cara, eles se escondem. Para mim, é a confirmação de que estamos no caminho certo. Poderia haver algum manifestante do lado de fora da Igreja de Jesus? Não sabemos, acho que não haverá nenhum porque as pessoas têm outras coisas a fazer, mas se isso acontecer, estamos bem preparados.

Qual a atitude de vocês?

Queremos evitar confrontos e até mesmo bate-bocas: não estamos lá para fazer uma parada do orgulho, não estamos lá para ostentar nosso orgulho, estamos lá para rezar e comemorar esses anos de vida na e da Igreja.

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