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"Nosso objetivo é compartilhar o tesouro teológico que cultivamos como Igreja latino-americana, uma Igreja fonte". Entrevista com Rafael Luciani

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03 Julho 2025

  • Assumo este serviço com um profundo sentido eclesial, convencido de que o CEBITEPAL pode continuar sendo um espaço de renovação e profecia para nossas Igrejas.

  • Busca posicionar o CELAM como uma referência em pesquisa e formação na teologia da sinodalidade, renovação da eclesiologia e da ministerialidade.

  • O CEBITEPAL deve continuar contribuindo para a promoção e o desenvolvimento de três grandes eixos que marcaram a identidade da Igreja latino-americana.

Ele se define como “leigo teólogo, com mais de 25 anos de experiência no âmbito acadêmico e pastoral”. A partir dessa trajetória consolidada, Rafael Luciani (Venezuela, 1970) assume agora a direção do Centro Bíblico Teológico Pastoral para a América Latina e o Caribe (CEBITEPAL), a instância formativa do CELAM criada em 1955. “Assumo este serviço com um profundo sentido eclesial, convencido de que o CEBITEPAL pode continuar sendo um espaço de renovação e profecia para nossas Igrejas, em abertura e diálogo com toda a Igreja”.

O principal objetivo de Luciani em seu novo cargo é projetar o CEBITEPAL “como um ponto de referência global na implementação de uma Igreja sinodal e missionária, inspirada por uma clara opção pelos pobres”. E, dessa forma, fazê-lo retornar às suas origens “como um espaço de pensamento crítico que integra formação, pesquisa e publicações para contribuir com a mudança de mentalidades em cada época eclesial”. E, claro, contribuir com “a construção da forma de Igreja constitutivamente sinodal”.

A entrevista é de José Manuel Vidal, publicada por Religión Digital, 01-07-2025.

Eis a entrevista.

O que significa para você o nomeação como diretor do CEBITEPAL?

Esta nomeação representa uma grande responsabilidade, tanto eclesial quanto teológica. O CEBITEPAL tem sido, ao longo dos anos, um espaço chave para o desenvolvimento da identidade da Igreja latino-americana, através da formação, da pesquisa e da reflexão acadêmica. Assumir esta missão significa contribuir com um caminho da história da Igreja latino-americana iniciado pelo CELAM em 1955, que hoje continua com força renovada no contexto do Sínodo sobre a Sinodalidade.

Como leigo teólogo, com mais de 25 anos de experiência no âmbito acadêmico e pastoral, tive a oportunidade de viver, estudar e trabalhar em três continentes. Isso me permitiu conhecer de perto a vida de uma Igreja local, como a da Venezuela, e também a riqueza da comunhão com outras Igrejas em distintos lugares do mundo. A experiência latino-americana tem sido chave em meu caminho, sempre em diálogo com um olhar e formação global. Por isso, assumo este serviço com um profundo sentido eclesial, convencido de que o Cebitepal pode continuar sendo um espaço de renovação e profecia para nossas Igrejas, em abertura e diálogo com toda a Igreja.

Por certo, o que é CEBITEPAL e como nasce?

É importante repassar brevemente a história do CEBITEPAL, sobretudo para quem não o conhece e não sabe o que ele significou para a Igreja na América Latina e no Caribe. Suas origens remontam à criação do CELAM em 1955, durante a Primeira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano no Rio de Janeiro. O CELAM promoveu vários institutos de formação pastoral em distintas regiões do continente. Assim nasceram o Instituto Catequético Latino-Americano (ICLA) em Santiago do Chile em 1961, o Instituto de Liturgia Pastoral em Medellín em 1965, e o Instituto Pastoral Latino-Americano (IPLA) em Quito em 1968.

Em 1972, o CELAM decidiu unir esses centros em um único instituto de formação: o ITEPAL (Instituto Teológico Pastoral do CELAM), que começou a funcionar em Medellín em 1974 e, mais tarde, em 1989, se transferiu para Bogotá. Em 2014, o ITEPAL foi reorganizado e passou a se chamar CEBITEPAL (Centro Bíblico Teológico Pastoral para a América Latina e o Caribe), integrando em uma só estrutura as escolas bíblica, teológica e sociopastoral do CELAM. A reforma sinodal do CELAM realizada entre 2019 e 2021 destacou, entre a identidade do CEBITEPAL, "favorecer itinerários de formação, reflexão e pesquisa que se adaptem de forma flexível aos contextos, modalidades e necessidades do Povo de Deus". Hoje adicionaríamos que isso adquire uma missão e um rosto global.

Quais são seus principais objetivos à frente da instituição?

Comecei este novo serviço empreendendo um processo de reestruturação organizacional e da identidade do CEBITEPAL para atualizar sua missão aos desafios do mundo atual e projetá-lo como um ponto de referência global na implementação de uma Igreja sinodal e missionária, inspirada por uma clara opção pelos pobres.

Para quem não conhece o CEBITEPAL, é importante ressaltar que este não é um centro que apenas gerencia cursos. É importante ressaltar que o CEBITEPAL nasceu como um espaço de pensamento crítico que integra formação, pesquisa e publicações para contribuir com a mudança de mentalidades em cada época eclesial. Neste sentido, conta com a revista Medellín, fundada em 1975 e reconhecida no âmbito teológico e pastoral. Basta ler seus primeiros autores e artigos para ter uma ideia do que representou.

A revista estará também sob minha direção e se articulará, de modo mais explícito, com o Equipo de Reflexión Teológico-Pastoral (ERTP) do CELAM. Assim, queremos continuar aprofundando o processo de reformas em chave sinodal que o CELAM vem impulsionando desde 2019, baseada na lógica dos processos e das articulações. Por isso, queremos que o trabalho se articule com as outras conferências episcopais continentais, as confederações de religiosos e religiosas, universidades de alto nível acadêmico em cada continente, institutos pastorais das conferências episcopais latino-americanas, e tantas redes e instituições que fortaleçam sua projeção e serviço tanto regional quanto global.

Já marcou prioridades?

O processo de reestruturação que estamos realizando busca posicionar o CELAM como um referencial global em pesquisa e formação em teologia da sinodalidade, renovação da eclesiologia e da ministerialidade, e atualização na doutrina e visão sociopastoral da Igreja. São três eixos e prioridades fundamentais que emergiram do processo sinodal. Não são eixos isolados. É importante concebê-los em relação à implementação do Documento Final do Sínodo, que é magistério do Sucessor de Pedro. Esta será a base do trabalho nos próximos anos, acompanhando o caminho sinodal desenhado pelo Papa Francisco até 2028, agora continuado e impulsionado pelo Papa Leão XIV.

Um exemplo concreto deste novo enfoque é o programa de atualização teológica para bispos, centrado na eclesiologia, na ministerialidade e no direito canônico em chave sinodal. Este projeto foi iniciado há um ano pelo padre Fábio Antunes, junto com a teóloga Serena Noceti e comigo. Foi aprovado por Leão XIV quando ainda era prefeito do Dicastério para os Bispos, e o valorizou como uma iniciativa chave para a renovação episcopal do continente.

Este é um programa piloto que conta com o interesse e o apoio do atual secretário geral do CELAM, Dom Lizardo Estrada, que expressou sua intenção de que seja ampliado e replicado em outras regiões do mundo e em vários idiomas. É um bom exemplo de como o CEBITEPAL pode incidir na formação e na pesquisa, promovendo os mudanças necessárias para construir uma Igreja constitutivamente sinodal, como se expressa no Documento Final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo.

Há alguma novidade no enfoque e na organização com relação à história do CEBITEPAL?

Estamos trabalhando em uma nova estrutura organizacional e um modo de proceder articulado em quatro grandes áreas, com todo o apoio da Secretaria Geral do CELAM: presidida por seu secretário geral, Dom Lizardo Estrada, do Peru, e o secretário adjunto, Pe. Eric García, de Porto Rico.

A primeira é a coordenação para a educação formal, que oferece uma licenciatura em teologia pastoral e está desenvolvendo uma menção em ministérios, especialmente nos instituídos. Será aumentada a colaboração com universidades reconhecidas de todos os continentes que possam compartilhar créditos, docentes e estudantes.

A segunda é a coordenação de formação permanente, que impulsiona cursos e diplomados pensados para fortalecer a visão teológica e pastoral nas comunidades locais, desde as bases.

A terceira área é a coordenação de linhas estratégicas globais, que buscará identificar os grandes eixos que permitam avançar na implementação do Sínodo e do magistério do Papa. Aqui entram as três prioridades às quais me referi anteriormente. E a quarta é a coordenação para a articulação eclesial e acadêmica global, que será o rosto global do CEBITEPAL. Esta última área terá como objetivo criar uma rede de reflexão, pesquisa e formação em diálogo com conferências episcopais continentais, confederações de religiosos e religiosas, faculdades de teologia e institutos pastorais.

A nova organização reposiciona a relação entre o centro e as periferias a partir de um esquema de trabalho descentralizado que não considera Bogotá o centro, mas um espaço de articulação. Neste sentido, já estão sendo geradas alianças com instituições de outros continentes. Por exemplo, a Escola de Teologia dos Jesuítas em Berkeley, que faz parte da Universidade de Santa Clara, será uma de nossas colaboradoras. Seu decano, o teólogo africano e membro do Sínodo, Agbonkhianmeghe E. Orobator, SJ, que foi um colaborador muito próximo do Papa Francisco, participará deste esforço comum, permitindo o intercâmbio de plataformas e a expansão da oferta acadêmica e pastoral do CEBITEPAL a nível internacional e em vários idiomas. Assim como tantas instituições e redes que trabalham a partir das bases. Este tipo de iniciativas e alianças expressam nosso compromisso com a construção de uma Igreja verdadeiramente mundial, como a chamava Karl Rahner depois do Concílio. Mas também responde a uma visão a partir das bases, como havia sonhado o teólogo latino-americano Ronaldo Muñoz.

O que pode e deve o CEBITEPAL contribuir para a Igreja?

A América Latina tem sido pioneira no caminho sinodal da Igreja. Foi o continente que, mesmo antes do Concílio Vaticano II, deu forma institucional ao exercício da colegialidade episcopal com a criação do CELAM em 1955. E hoje, é também o continente que impulsionou as primeiras instituições claramente sinodais depois do Concílio. Entre elas destacam-se o processo de renovação e reestruturação do próprio CELAM, orientado por uma colegialidade vivida em chave sinodal; a Primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe; e a Conferência Eclesial da Amazônia, como expressões concretas de uma eclesialidade sinodal.

O CEBITEPAL faz parte ativa desta corrente eclesial e deve continuar contribuindo, como o fez até agora, na promoção e no desenvolvimento de três grandes eixos que marcaram a identidade da Igreja latino-americana: a colegialidade episcopal, a colegialidade sinodal e a eclesialidade sinodal. De fato, a Assembleia do Sínodo sobre a Sinodalidade inspirou-se em grande medida nesta experiência eclesial latino-americana. Especialmente quando assumiu a celebração de Assembleias Eclesiais para a etapa continental. Um modelo surgido em América Latina, que hoje constitui uma contribuição valiosa e que será ainda mais desenvolvido em 2028, com o encerramento do Sínodo com outra Assembleia Eclesial de toda a Igreja.

Sinodalidade e doutrina social da Igreja renovada serão dois eixos estruturantes da nova etapa do CEBITEPAL?

A imagem de uma Igreja sinodal em missão apresenta-se hoje como uma das contribuições mais valiosas que a Igreja pode oferecer a um mundo profundamente dividido, marcado pela exclusão, pela desigualdade, pela polarização, pelo populismo e pela perda de confiança nas instituições. O Documento Final do Sínodo fala da sinodalidade como uma verdadeira "profecia social". Afirma que as práticas autênticas de sinodalidade permitem aos cristãos gerar uma cultura que pode questionar criticamente o pensamento dominante e, ao mesmo tempo, oferecer uma contribuição concreta à busca de respostas diante dos desafios atuais e à construção do bem comum (DF 47).

Por isso, não podemos separar a renovação interna da Igreja, iluminada por Lumen gentium, de sua vida e missão no meio do mundo como propõe Gaudium et spes. Nesta unidade se insere a identidade do CEBITEPAL. Seguindo a intuição do Papa João XXIII, podemos dizer que não há doutrina sem pastoralidade, nem pastoralidade sem doutrina. Ambas se necessitam mutuamente e se enriquecem quando a reflexão doutrinal se faz a partir da realidade concreta das pessoas, de seus contextos e dos sinais de cada tempo. Do contrário, corremos o risco de cair em um universalismo abstrato, desconectado da vida.

Um bom exemplo disso é oferecido pela Constituição Apostólica Episcopalis communio, que apresenta o Sínodo como o espaço adequado para o desenvolvimento da doutrina. O Papa Francisco o colocou em prática na Exortação Apostólica Amoris laetitia, fruto do Sínodo sobre a Família. Nesse processo, a teologia moral e a doutrina não foram abordadas a partir de princípios gerais e abstratos, mas a partir do discernimento de situações concretas e reais. Da mesma forma, os cursos, pesquisas e publicações do CEBITEPAL são desenhados com esta perspectiva, a partir da unidade entre uma Igreja constitutivamente sinodal — como afirma o Documento Final do Sínodo — e uma Igreja constitutivamente missionária — como a define Ad gentes.

A formação do Cebitepal chegará a todo o povo de Deus?

Embora o CEBITEPAL faça parte de uma estrutura episcopal como o CELAM, sua missão é dirigida a todo o Povo de Deus. Quando falamos do Povo de Deus, não nos referimos apenas aos leigos, mas a todos os fiéis por igual, como afirmou o Concílio Vaticano II. Ou seja, inclui a bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, e leigos e leigas. De fato, uma experiência concreta que reflete esta visão é o programa de atualização eclesiológica, ministerial e canônica dirigido a bispos, que iniciamos junto ao padre Fábio Antunes, anterior diretor do CEBITEPAL, e a teóloga Serena Noceti. Já acompanhamos três grupos de bispos de vários países, incluindo o Canadá, e a resposta tem sido muito positiva. Às vezes se pensa que certos setores da Igreja não precisam de formação contínua, mas o processo sinodal deixou claro que a formação é uma prioridade para todos, também para os bispos, não apenas para os agentes pastorais. Assim o expressa com força o Documento Final do Sínodo, assim como os documentos que acompanharam cada uma de suas etapas. A conversão sinodal implica formação permanente em todos os níveis e sujeitos da vida eclesial.

Incorporará em seus ensinamentos o inglês e o francês, além dos atuais espanhol e português?

Se queremos fazer parte ativa de uma Igreja verdadeiramente mundial, é fundamental integrar idiomas que nos permitam dialogar com outras realidades. Nosso objetivo é compartilhar o tesouro teológico que cultivamos como Igreja latino-americana. Fomos chamados de Igreja fonte. Mas também queremos nos abrir para aprender de outras culturas e experiências eclesiais que podem enriquecer nosso caminho neste momento sinodal que vivemos. É algo que reafirmamos com a experiência sinodal. Por isso, precisamos ampliar os idiomas nos quais oferecemos pesquisa e formação, tanto do CEBITEPAL quanto do CELAM em geral. Isso nos permitirá promover um verdadeiro intercâmbio de dons entre as Igrejas de todos os continentes.

Nossa intenção é construir uma plataforma linguística teológico-pastoral que vá das Antilhas ao Canadá, integrando as diversas realidades que convivem nesta ampla região, incluindo as comunidades hispânicas dos Estados Unidos e Canadá. Assim foi pedido na recente Assembleia Geral Ordinária do CELAM realizada no Brasil. Do mesmo modo, queremos estabelecer vínculos com as Igrejas e contextos pastorais da África, Ásia e Europa. Trata-se de nos abrirmos a todas essas realidades, em um espírito de comunhão, aprendizado mútuo e missão compartilhada. Depois da experiência vivida no Sínodo, já não podemos nos compreender de outro modo que como uma Igreja global. A sinodalidade nos mostrou que nossa identidade eclesial está profundamente marcada pela interconexão entre povos, culturas e comunidades. Pensar o CEBITEPAL fora desta dimensão eclesial global seria desconhecer o chamado do Espírito neste tempo.

Dois Papas americanos seguidos falam claramente da pujança da Igreja americana? O que pode dizer do momento atual da Igreja?

Depois da II Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, celebrada em Medellín em 1968, começou-se a falar da América Latina como uma Igreja fonte. Diferentemente das Igrejas espelho, que simplesmente reproduziam modelos europeus, especialmente romanos, a Igreja latino-americana foi gerando um modo próprio de proceder e uma institucionalidade original. Esse caminho eclesial deu frutos visíveis no pontificado do Papa Francisco e na atual reforma do CELAM, expressa na criação das primeiras estruturas autenticamente sinodais, como já mencionamos anteriormente.

O Papa Leão XIV participou na qualidade de prefeito do Dicastério para os Bispos na penúltima Assembleia Ordinária Geral do CELAM, onde foi confiado ao CELAM o mandato do Plano Global 2023-2027. Além disso, foi membro ativo das duas sessões da Assembleia do Sínodo sobre a Sinodalidade em outubro de 2023 e 2024. Creio que essas experiências, somadas à sua experiência e formação como bispo na América Latina, e agora como o Bispo de Roma a serviço de toda a Igreja, fortaleceram sua sensibilidade sinodal e sua compreensão de uma Igreja em chave de comunhão e missão.

No entanto, para compreender a novidade deste pontificado, e sua continuidade criativa com o de Francisco, gostaria de encerrar lembrando as palavras da conferência que me foi pedida para a recente Assembleia Ordinária do CELAM, por ocasião de seus 70 anos: “está emergindo com clareza a consciência da sinodalidade como uma dimensão constitutiva da Igreja, Povo de Deus em missão. Não se trata unicamente de redescobrir práticas ou incorporar novos conteúdos, mas de acolher uma figura de Igreja cujo caminho foi marcado pela sabedoria do sentido da fé do Povo de Deus. O momento atual nos coloca o desafio de articular criativamente a memória conciliar com o futuro sinodal. Para isso, será necessário avançar nas três dimensões que propõe Episcopalis communio: aprofundamento da doutrina cristã, reforma das estruturas eclesiásticas e promoção da atividade pastoral em todo o mundo (EC 1), tudo isso em fidelidade a uma Tradição viva, que “progride na Igreja com a assistência do Espírito Santo” (Dei Verbum 8).

Creio firmemente que hoje está em jogo a construção da forma de Igreja constitutivamente sinodal que foi tomando corpo ao longo do processo sinodal, tal como se expressa no Documento Final do Sínodo. Às vezes se esquece que esse documento faz parte do magistério do Sucessor de Pedro. Do CEBITEPAL e dos outros espaços acadêmicos internacionais nos quais sirvo, quero contribuir para este caminho, a partir da minha vocação como teólogo leigo venezuelano.

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