20 Mai 2025
A reportagem é publicada por Religión Digital, 19-05-2025.
Leão XIV afirmou nesta segunda-feira "que hoje é um tempo de diálogo e de construção de pontes em "um mundo ferido pela violência e pelo conflito", durante uma audiência com representantes de outras religiões que participaram da missa inaugural de seu pontificado.
"A todos vocês, representantes de outras tradições religiosas, expresso minha gratidão pela participação neste encontro e pela contribuição para a paz. Em um mundo ferido pela violência e pelo conflito, cada uma das comunidades aqui representadas contribui com sua sabedoria, sua compaixão e seu compromisso com o bem da humanidade e o cuidado da nossa casa comum", disse o Papa americano.
E enfatizou: "Estou convencido de que, se estivermos unidos e livres de restrições ideológicas e políticas, poderemos ser eficazes em dizer não à guerra e sim à paz , não à corrida armamentista e sim ao desarmamento, não a uma economia que empobrece as pessoas e a Terra e sim ao desenvolvimento integral".
"O testemunho da nossa fraternidade, que espero que possamos demonstrar através de ações concretas, contribuirá, sem dúvida, para a construção de um mundo mais pacífico, como todos os homens e mulheres de boa vontade desejam profundamente", acrescentou.
Leão XIV explicou que sempre sentiu uma preocupação pela unidade entre os cristãos, como evidenciado pelo lema de seu pontificado 'In Illo uno unum', uma expressão de Santo Agostinho de Hipona que lembra que nós também, embora sejamos muitos, naquele Um, isto é, em Cristo, somos um.
"Desejo assegurar-lhes minha intenção de dar continuidade ao compromisso do Papa Francisco na promoção do caráter sinodal da Igreja Católica e no desenvolvimento de novas e concretas formas para uma sinodalidade cada vez mais intensa no âmbito ecumênico", afirmou.
Ele também enfatizou a necessidade do diálogo com outras religiões, afirmando que "o diálogo teológico entre cristãos e judeus continua sendo sempre importante e muito valioso para mim. Mesmo nestes tempos difíceis, marcados por conflitos e incompreensões, é necessário continuar com entusiasmo este valioso diálogo".
Ele enfatizou que "as relações entre a Igreja Católica e os muçulmanos têm sido marcadas por um crescente compromisso com o diálogo e a fraternidade, fomentado pelo apreço por esses irmãos e irmãs que adoram o Deus único, vivo e subsistente, misericordioso e todo-poderoso, criador do céu e da terra, que falou à humanidade".
"Essa abordagem, baseada no respeito mútuo e na liberdade de consciência, representa uma base sólida para construir pontes entre nossas comunidades", acrescentou o pontífice.