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Margaret Atwood: “Falamos muito sobre identidade e praticamente nada sobre classe”

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09 Novembro 2024

Em 2017, depois que Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos para o seu primeiro mandato, em Washington, aconteceu a Marcha das Mulheres. O protesto reuniu 200.000 pessoas e foi o maior desde as manifestações contra a Guerra do Vietnã. Lá era possível ver um cartaz extremamente eloquente: “Make Margaret Atwood fiction again”.

A reportagem é de Manuel Ligero, publicada por La Marea, 08-11-2024. A tradução é do Cepat.

O Conto da Aia foi publicado em 1985, mas aquele romance que falava de uma sociedade distópica, na qual as mulheres tinham perdido o controle sobre seus próprios corpos, segue atual. O acaso (em seu duplo sentido, como casualidade e como infortúnio, neste caso, político) quis que a reeleição de Trump coincidisse com a apresentação do último livro de Margaret Atwood em espanhol, Perdidas en el bosque, publicado por Salamandra e traduzido por Victoria Alonso Blanco.

Trata-se de uma coletânea de contos dividida em três partes: a primeira e a terceira são protagonizadas por Tig e Nell, um casal inspirado no da própria escritora e Graeme Gibson (falecido em 2019 e também romancista). Na parte central, cada relato é independente e Atwood se lança neles com fantasia e humor. Fala sobre uma mãe que acredita ser uma bruxa, de Hipátia de Alexandria, contando ao público atual como foi assassinada, de um extraterrestre que é enviado à Terra durante uma pandemia e até de seu querido George Orwell, a quem consegue entrevistar através de um médium.

“Tive o meu primeiro contato com Orwell quando eu era muita pequena. Naquela época, quando comecei a ler A revolução dos bichos, nem sequer sabia que era uma alegoria política. Para mim, era uma história de coelhinhos, divertida, mas conforme ia virando as páginas ficava cada vez mais horrorizada”, explica Atwood sobre um autor que teve grande influência em sua obra.

“Quando saiu a edição de bolso de 1984, eu tinha 13 ou 14 anos e já entendia que se tratava de um livro sobre política. Tínhamos acabado de sair da Segunda Guerra Mundial, conhecíamos Hitler, Mussolini, Stalin, e eu estava muito interessada na questão que aquele livro colocava: como a Inglaterra poderia acabar vivendo sob um regime totalitário? E esta foi a mesma pergunta que me fiz acerca dos Estados Unidos, quando escrevi O Conto da Aia.

Com a ascensão da ultradireita e o autoritarismo em todo o mundo, pode-se pensar que as ficções distópicas não têm mais razão para existir, pelo simples fato de que a realidade está lentamente escorregando em direção a esse cenário. Contudo, a escritora canadense segue convencida da sua utilidade. O mundo pode ir mal, de fato, “mas sempre pode piorar”, afirma com ironia.

“O século XIX foi a era das utopias. As pessoas daquela época, na Europa e na América do Norte, pensavam que o futuro poderia sempre melhorar. Acreditavam que caminhavam nessa direção e tinham motivos fundamentados para acreditar nisso: descobriu-se os germes, inventou-se o trem, sonhavam em voar pelo mundo e, de fato, já faziam isto em balões, instalou-se o esgoto ... O futuro não os desalentava, ao contrário, animava-os. Por que não iriam pensar que o futuro seria sempre melhor? Tudo isso mudou a partir da Primeira Guerra Mundial”.

Antes da Grande Guerra, ilustra Atwood, a primeira distopia de ficção científica já havia sido publicada: A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells. E pouco depois surgiu Nós, de Yevgeny Zamyatin, “na qual, essencialmente, previa o stalinismo”. E então veio a Segunda Guerra Mundial, “que derrubou definitivamente a ideia de um futuro necessariamente maravilhoso”.

“Na época em que escrevi O Conto da Aia não havia muitas obras que fossem utópicas ou distópicas, mas agora há uma avalanche de distopias, tornou-se um gênero em si. A maioria delas tem a ver com as mudanças climáticas ou com o fato de que são tempos ruins para as mulheres. Ou tempos ruins para os homens, quando se trata de quadrinhos”, explica a escritora canadense, esboçando um sorriso zombeteiro.

Sexo, raça, classe

O fato de Kamala Harris ser uma mulher é, na avaliação de Margaret Atwood, uma das razões de sua derrota nas eleições: “Muitas pessoas, incluindo algumas mulheres, tinham medo de ter uma mulher como presidenta, e em especial uma mulher negra. E por quê? Bem, porque muitas pessoas temiam que ela pudesse fazer com elas o que antes fizeram a pessoas como ela. Em outras palavras, tinham medo de perder sua identidade, seu status e seu poder”.

“Por outro lado, acredito que, há sete ou oito anos, falamos muito sobre identidade e praticamente nada sobre classe”, aponta a autora. “Nos anos 1930, a classe era importante. Hoje não, mas continua existindo gente pobre, gente de classe média, gente rica e gente muito rica. Esse debate sobre a classe voltará. Uma das coisas que aconteceu nos Estados Unidos é que a afiliação de classe, aparentemente, mudou. Os democratas costumavam representar os trabalhadores e os republicanos representavam os ricos. Independentemente de ter ocorrido realmente uma guinada, a percepção agora é que os republicanos representam os trabalhadores e a classe média e os democratas representam as elites. Não necessariamente os ricos, porque há ricos nos dois partidos, mas, sim, as pessoas com formação, que pensam que sabem tudo”.

Atwood também acredita que os republicanos foram muito inteligentes ao deixar a questão do aborto fora da campanha. Não se empenharam em fazer disto uma questão nacional, mas a deixaram nas mãos dos diferentes estados. “Foram realizados 10 referendos e o direito ao aborto venceu em sete deles. Mesmo em um estado tão republicano como Montana, a opção de proteger a saúde das mulheres venceu. Desta forma, como mulher, você podia votar a favor em proteger a saúde das mulheres e, por outro lado, votar em Trump. E, obviamente, muita gente fez isso”, explica a romancista.

Em parte, graças à força narrativa de O Conto da Aia e à ascensão do puritanismo evangélico nos Estados Unidos, Margaret Atwood se tornou uma espécie de profetisa da distopia. Hoje, no entanto, confessa-se incapaz de fazer qualquer previsão a respeito do segundo mandato de Trump. “Caminhamos para uma ditadura de corte hitleriana? Duvido muito, mas a verdade é que depende de acreditarmos ou não em Trump. Mente tanto que não sabemos o que é capaz de fazer. Quando diz que vai executar o chefe do Exército, devemos considerar que é uma brincadeira ou vai mesmo fazer isso? Diz que vai construir campos de concentração para os imigrantes ilegais e para os democratas. Verdadeiramente, acreditamos? Pode apresentá-lo como um programa de criação de empregos”, diz a escritora, sendo novamente irônica.

Atwood acredita que a idade avançada do novo presidente pode ser importante. “Sobreviverá ao seu mandato?”, pergunta-se. “A sua saúde pode ter um papel mais importante do que pensamos. Pode inclusive ficar incapacitado de alguma forma, e então J.D. Vance seria o novo presidente. E isso é uma incógnita. Começou dizendo que Trump era como Hitler, mas acabou como o seu vice-presidente. Lembra-me um pouco a história de Eu, Cláudio. Se Cláudio, ao contrário de outros na mesma situação, evitou ser assassinado e chegou ao poder foi porque permaneceu próximo e fiel a Calígula. Realmente, não sabemos para onde esta situação nos levará. Estamos assistindo ao declínio de um império? Não sabemos. “Só podemos pegar as pipocas e ver o que acontece”.

Com humor e do alto de seus quase 85 anos, Atwood exorta as pessoas progressistas a não encararem a reeleição de Trump de modo tão dramático: “Penso que este não é o momento para pular de uma ponte. Nem tudo está perdido. As pessoas que são eleitas também podem ser rejeitadas. Se Trump se lançar de verdade no descontrole, impossibilitará o Partido Republicano vencer as eleições daqui a quatro anos. E presumo que haverá pessoas que buscarão contê-lo, mas será que isto é possível? Esta é outra questão”.

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