24 Outubro 2024
Depois de um ano da Mesa de Diálogo de Paz entre o governo colombiano e o Estado-Maior do Bloco Magdalena Médio, Comandante Gentil Duarte e Comandante Jorge Suárez Briceño, e a Frente Raúl Reyes FARC-EP, os envolvidos assinaram, no dia 15 de outubro, um Cessar-Fogo Bilateral e Temporário em Respeito à População Civil, que se estenderá de 16 de outubro a 15 de abril de 2025.
A reportagem é de Edelberto Behs.
“Nós elogiamos esse desenvolvimento como uma indicação de que os esforços para a pacificação funcionam quando pessoas de diferentes origens estão interessadas em encontrar as soluções juntas no diálogo”, declarou o secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pastor Dr. Jerry Pillay.
O CMI é, ao lado da Conferência Episcopal da Igreja Católica da Colômbia, a Missão Permanente de Monitoramento da Paz da Organização dos Estados Americanos e da Missão de Verificação das Nações Unidas no país, um acompanhante permanente das negociações da Mesa de Diálogo.
O enviado especial do CMI para o processo de paz na Colômbia, Dr. Humberto Martin Shikiya, observou que a paz é construída na vida das pessoas em seus territórios “e pode ser amplificada em grande escala nacional, onde a justiça, a reconciliação e a unidade tornam a paz sustentável a longo prazo”.
“A justiça social e ambiental tem sido o horizonte de paz para esse processo”, definiu Shikiya, uma visão que se fortaleceu com a reunião da COP16 sobre biodiversidade, hospedada pela Colômbia de 21 de outubro a 1º de novembro.
Esse cessar-fogo bilateral e temporário contribui para o progresso na agenda e fortalecimento do acordo de paz, com plena participação da população civil. Ele aprofunda as transformações sociais e territoriais, substituindo as economias ilícitas e protegendo o meio ambiente de forma justa e sustentável, entende o CMI.
Já o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) informou que o cultivo de coca aumentou 53% em terras colombianas em 2023, em comparação ao ano anterior. São 209 mil hectares em plantações de coca, que alcançou uma produção de 2.664 toneladas.
A maioria das plantações de coca ocorre em territórios com alta vulnerabilidades e acesso limitado. Segundo o UNODC, grupos armados estão altamente envolvidos no mercado da cocaína. O aumento das áreas de produção de coca coincide com a subida da violência contra líderes comunitários, a deterioração das condições de segurança e uma pressão adicional sobre comunidades indígenas e de ascendência africana.
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Antes da COP16, Colômbia assina cessar-fogo de seis meses - Instituto Humanitas Unisinos - IHU