01 Outubro 2024
A exposição virtual “Mulheres inspirando justiça: respostas ecumênicas às 12 áreas críticas da Plataforma de Ação de Pequim 1995” é promovida pelo programa Comunidade Justa de Mulheres e Homens, do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista, 01-10-2024.
Até novembro, o programa Comunidade Justa de Mulheres e Homens, do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), quer lançar os primeiros painéis virtuais da exposição “Mulheres inspirando justiça: respostas ecumênicas às 12 áreas críticas da Plataforma de Ação de Pequim 1995”, um título ainda provisório.
A exposição vem no marco do 30º aniversário da IV Conferência Mundial sobre as Mulheres e da Declaração de Ação da Plataforma de Pequim, que delineou 12 áreas críticas de preocupação, incluindo pobreza, saúde, violência contra as mulheres, poder e tomada de decisões, para concretizar direitos humanos e liberdades fundamentais para as mulheres.
Embora a ONU e outras plataformas também se voltem à data, assinalou a pastora Nicole Ashwood, executiva do programa do CMI, “ninguém pensou em elevar o trabalho de miríades de mulheres religiosas que têm se engajado ativamente neste trabalho”. Até o momento, 40 mulheres estão arroladas para a exposição.
“Sem perceber, tivemos mulheres da igreja envolvidas em quase todas as 12 áreas críticas. Há mulheres nas 352 igrejas-membro do CMI que, de uma forma ou outra, estiveram envolvidas em abordar engajamento, agendas e vozes dentro desses processos”, disse Ashwood.
Mas a exposição não pretende se deter nos painéis. Ela quer promover uma visão, explicou Ashwood, “e que as igrejas-membro façam parte disso e reconheçam as mulheres em seus contextos que foram instrumentos de mudança ao longo dos anos. Queremos que esta exposição inspire as igrejas-membro a perguntar: Quem fez parte da conversa? Quem foi uma agitadora para nós? Quem são as pessoas em nossos bairros que são pacificadoras?”
Do evento primeiro, de Pequim, e da Década de Igrejas em Solidariedade com as Mulheres do CMI (1988-1998) surgiu a proposta da campanha “Thursdays in Black” (Quintas-feiras em Preto). A campanha é muito simples, incentivando as pessoas a vestirem preto às quintas-feiras, portando também um broche, indicando que elas fazem parte de um movimento global que resiste a atitudes e práticas que permitem estupro e violência.
A campanha foi inspirada, pelo movimento das Mães dos Desaparecidos, que protestaram na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, contra o desparecimento de seus filhos/as, netos/as durante o período militar; pelas Mulheres de Preto em Israel e na Palestina, que protestam, até hoje, contra a guerra; Mulheres em Ruanda e Bósnia, que protestavam contra o uso do estupro como arma de guerra durante o genocídio; pelo Movimento Black Sash, na África do Sul, em protesto contra o apartheid.
À medida do tempo, a exposição assumirá uma forma híbrida, primeiro virtual depois em modo físico. “Também pode haver uma publicação e materiais apenas para crianças como uma forma de levar isso a mais mãos”, informou Ashwood.
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Exposição realça papel de mulheres na defesa de direitos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU