09 Dezembro 2019
Sob a crescente pressão da comunidade internacional e com o tremendo inverno dos Bálcãs que já está mostra seu rigor, as autoridades bósnias anunciaram ontem a decisão de fechar permanentemente o campo de refugiados de Vucjak, em Bihac, no noroeste da Bósnia, perto da fronteira com a Croácia, onde centenas de migrantes do Oriente Médio e da África vivem há meses em condições cada vez mais insustentáveis, sem água corrente nem eletricidade e privados dos serviços de saneamento mais elementares. O campo, montado sobre um antigo depósito de lixo, era chamado de "campo do inferno". Era localizado, entre outras coisas, não muito longe de terras infestadas por minas que datam do conflito armado de 1992-1995 na Bósnia.
A reportagem é publicada por L'Osservatore Romano, 07/08-12-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
A União Europeia havia repetidamente chamado a atenção da comunidade internacional para as terríveis condições do campo, pedindo seu fechamento. "As condições de vida de centenas de seres humanos no campo improvisado de Vucjak são vergonhosas. Esse campo nunca deveria ter sido aberto", disse Dunja Mijatovic, comissária de direitos humanos do Conselho da Europa, em entrevista coletiva após uma recente visita à Bósnia e Herzegovina, durante a qual Mijatovic também foi para Vucjak. Como mencionado, as terríveis condições de vida em Vucjak tornaram-se ainda mais dramáticas com a chegada da neve e do frio intenso, com temperaturas que caem abaixo de zero durante a noite. Quase nenhum dos refugiados possui sapatos e roupas adequados e, para se aquecer, acendem fogueiras com madeira retirada na floresta.
Agora o campo será fechado e cerca de 600 migrantes que vivem no local serão transferidos. "Estamos trabalhando intensamente para arrumar da melhor maneira possível o antigo quartel em Blazuj, perto de Sarajevo, que estará pronto em breve", disse o ministro da Segurança da Bósnia, Dragan Mektic.
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Bósnia e Herzegovina. Após as pressões da comunidade internacional, os migrantes serão transferidos para melhores instalações. Fechado o "campo do inferno" de Vucjak - Instituto Humanitas Unisinos - IHU