Cartilha aborda alternativas para combater a violência de gênero digital

Foto: PixelShot | Canva Pro

Mais Lidos

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

25 Setembro 2024

A Associação Mundial para a Comunicação Cristã (WACC, sigla em inglês) e o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) produziram uma cartilha contendo recursos para a abordagem da violência de gênero facilitada pela tecnologia. Ela apresenta maneiras práticas de aumentar a conscientização e avançar na superação dessa anomalia.

A reportagem é de Edelberto Behs

A violência de gênero, lembrou a gerente do programa da WACC para Gênero e Comunicação, Sarah Macharia, é “a forma mais difundida de violação de direitos humanos na internet. “Estamos todos em risco. A violência de gênero facilitada pela tecnologia não respeita raça, classe ou nacionalidade, e traz consequências”, observou a executiva do programa Comunidade Justa de Homens e  Mulheres do CMI, pastora Nicole Ashwood, no lançamento da cartilha, em 12 de setembro.

A cartilha, também denominada de kit de ferramentas, visa mudar atitudes e práticas, frisou a vice-secretária da WACC, Sara Speicher. O kit leva usuários e usuárias a tomarem consciência da  realidade da violência de gênero facilitada pela tecnologia e são treinados e treinadas na ação prática de monitoramento da mídia social, coleta de evidências, e envolvimento de pessoas para a defesa (advocacy) nos níveis local e global. Ou seja, desenvolver uma alfabetização digital focada em gênero.

O impacto da violência digital, aponta a cartilha, pode ser tão daninha quanto a violência física, com efeitos negativos sobre a saúde e o bem-estar de mulheres e meninas. A Unidade de Inteligência  da The Economist arrolou, em informe de 2020, que 38% das mulheres tiveram alguma experiência pessoal de violência digital. A forma mais comum de violência denunciada foi a desinformação e a  difamação (67%), seguida da incitação ao ódio (65%), abuso baseado em vídeos e imagens (57%), ameaças violentas (52%) e imagens não desejadas ou conteúdo sexual explícito (43%). 

Quando alguma coisa é gratuita, “você é o ‘preço’ desse serviço ou produto”, alerta a cartilha. A tecnologia digital permite alcançar muita informação “grátis”, “mas o preço somos nós”, com o  fornecimento de dados pessoais que são vendidos para terceiros para fins publicitários. “Assim é como Google e Meta, em particular, desviaram bilhões de ingressos publicitários das principais  agências de notícias para elas próprias”, informa a cartilha.

A tecnologia digital também gerou uma mudança econômica transformando as empresas gerenciadoras de plataformas e dispositivos em potências maiores que boa parte dos países, e só prestam contas a seus acionistas, a maioria delas localizadas nos Estados Unidos e na China.

No dia 2 de outubro, às 15h, horário de Genebra, a WACC e o CMI farão uma sessão de treinamento virtual, gratuito, para pessoas interessadas, que devem, antes, baixar o kit de ferramentas  disponível em inglês, francês e espanhol aqui.

A inscrição para o treinamento deve ser encaminhada acessando aqui.

Leia mais