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14 Setembro 2024

"Sobre os colapsos: não os temam nem superestimem. Quando chegarem, veremos que também são entediantes", escreve Guillem Martínez, escritor, autor de CT ou a cultura da transição: crítica aos 35 anos de cultura espanhola (Debolsillo), de 57 dias em Piolín (Coleção Contextos, CTXT/Lengua de Trapo), e muitos outros, em artigo publicado por CTXT, 11-09-2024.

Eis o artigo.

Mario Draghi apresentou seu relatório para um diagnóstico e uma possível terapia para a União Europeia diante da lacuna tecnológica em relação aos EUA e à China, e algo surpreendente aconteceu: considera-se encerrado o ciclo neoliberal.

1- Em termos gerais, o biotopo local é rico em dias históricos, em fenômenos únicos e, por isso mesmo, em ameaças sobre-humanas diante das quais é preciso parar tudo, indignar-se, levantar a bandeira e, em alguns casos, prevaricar. Suponho que tudo isso seja normal em uma cultura que se informa através da tertúlia e de gêneros que a ela remetem, que é o morrer. Por isso, surpreende sobremaneira que o complexo armamentístico-político-jornalístico, tão dado a berrar dias históricos, não tenha reagido a um dia verdadeiramente histórico como uma casa. Aconteceu na segunda-feira passada, 9 de setembro. Não tem nada a ver com o financiamento singular, com a anistia, com o fato de alguém ocupar sua casa quando você vai buscar pão, com uma onda de criminalidade provocada por hordas de imigrantes, ou com qualquer outro ponto fosforescente de uma das agendas informativas mais dadaístas e autossuficientes da Europa. Trata-se de algo real e, por isso mesmo, simples, menos aparatoso e mais determinante na vida diária. Ou seja: na segunda-feira passada, 9S, Mario Draghi apresentava seu relatório, encomendado há um ano pela Comissão, para um diagnóstico e uma possível terapia para a UE diante da lacuna de investimento e tecnológica, já espetacular, em relação aos EUA e à China. O relatório poderia ser o milhão sobre o tema. Mas nesse relatório, com mais de 400 páginas, emitido e assinado por uma autoridade no ulterior ciclo neoliberal, alguém importante e que não é paisagem, acontecia algo surpreendente: encerrava-se o ciclo neoliberal. Matava-se o neoliberalismo, vamos, assim como soa. E sim, de fato, não se sai a um balcão e proclama o Renascimento. Mas é isso que aconteceu na segunda-feira passada, 9S.

2- O que segue aqui é uma explicação desse relatório, feita à luz da imprensa europeia sobre o tema, mas também à luz do que me diz pelo ponto eletrônico Francesc Miralles, cientista político e pesquisador sobre globalização. Um sábio com quem converso algumas noites sobre o que está acontecendo, sobre indícios nos EUA, na China (e, agora, por todo o alto, na UE) de que o paradigma econômico (ou seja, O paradigma) está mudando. Um jornalista, enfim, não é um tipo esperto, mas alguém, preferencialmente sexy, que sabe que seu trabalho consiste em cercar-se de pessoas espertas, que lhe expliquem a época.

3- Sobre o relatório. É luminosamente pessimista. O pessimismo, em sua dose justa – elevada – é uma região da inteligência, como atesta o dado que explica que, das 50 melhores empresas tecnológicas do mundo, apenas quatro são da UE. O que confirma a Europa como um lugar com restaurantes caros e à deriva econômica, o que é, por sua vez, uma combinação ruim. No relatório, é emitida uma proposta para superar isso – a deriva, não a questão dos restaurantes, brrrr. E, o que é mais importante para o caso que nos ocupa, uma estratégia. Lá vai, afastem as crianças: o investimento de cerca de 800 bilhões de euros anuais – ou seja, o montante dos Next Generation, mas de verdade, e de forma anual; fala-se rápido. Essa grana viria do capital privado e público. Ou seja, seria um montante inaudito de capital público, tão desmesurado que seria impossível que fosse aportado e planejado pelos Estados. De onde viria toda essa grana pública? Bem, de eurobônus. Lembram-se deles? Foram emitidos em 2020, na época da pandemia. Deixaram de ser emitidos por uma sentença do TC Alemão e, em termos gerais, por convulsões espirituais diante do gasto por parte do norte austero. A primeira pessoa a falar desses eurobônus o fez, no entanto, em 2014. E isso lhe custou a vida. Foi, lembrem-se, Varoufakis. O que nos coloca à beira do precipício de que estamos falando.

4- Até aqui, amiguinhos, ocorreram dois fenômenos novos e radicais. Históricos. Por um lado – primeira radicalidade – Draghi não fala do que já foi dito nos últimos 40 anos diante da perda de competitividade, diante de uma economia que não anda. O que sempre se diz a respeito (ouçam uma tertúlia ao acaso) é aludir a reformas estruturais, que reduzem direitos trabalhistas e gasto público, e que possibilitam economia e preços mais baratos na produção. Isso já não dá mais, ou não dá se o que se quer é soprar o pescoço dos EUA e da China. E, segunda radicalidade, Draghi aposta, diretamente, na indústria. A todo vapor. No modo Plano de Resgate Biden de 2021, no modo Plano Quinquenal chinês. Fala de reindustrializar, embora omita as derivadas da industrialização, sempre presentes em uma industrialização animada, e ausentes em uma economia deslocalizada e de serviços, essa espécie de feudalismo: sindicalização, associação, tensão social, disputas por direitos e por dinheiro, negociação e enfrentamento contínuos. Seu plano passa por edificar cinco setores ausentes: 1) o setor energético – o atual é inútil, por caro, já que criou um mercado próprio, que não precisa das leis do mercado; trata-se da energia mais cara do mundo, graças ao labirinto neoliberal, que leva a intensificar a dívida da cidadania no cotidiano. 2) Semicondutores e IA. 3) Tecnologias limpas – baterias e essas coisas. 4) Matérias-primas – terras raras, etc. 5) Indústrias intensivas em energia (siderúrgicas, como no XIX, e similares). Trata-se de uma reindustrialização tão severa e espetacular que requer para ser criada (5% do PIB). O que é o nível de gasto na RFA ou na França de 1971, dois anos antes da crise de 73, e oito anos antes de 1979, quando Margaret Thatcher começou a falar de Friederich Hayek, esse economista excêntrico, pitoresco e não muito extenso, de quem até então só se falava para rir de suas ideias de senhor de vila e psicopata social.

5- É, vamos dizer, uma mudança de paradigma.

6- Uma mudança de paradigma que não é inocente. Ou seja: é emitida por um banqueiro filho de banqueiros, um tipo que nos anos noventa privatizou o IRI – o INI em modo Itália; ou seja, ainda mais divertido –, que foi vice-presidente do Goldman Sachs quando o capitalismo financeiro adquiriu tal velocidade que não pôde ser acompanhado pela justiça, que foi governador do Banco da Itália, que foi o presidente do BCE que a) salvou o euro, embora também b) ouviu sem piscar os olhos Varoufakis suplicando bônus europeus para aliviar o Estado falido – o problema nas pensões, na saúde, na educação, na alimentação – na Grécia. Bom, pois esse homem dá o golpe final no neoliberalismo, em seu próprio passado. Assim se fecha um parêntese de neoliberalismo decadente e em ritmo diferente, que se iniciou em 2017, quando Trump deu um golpe no TTIP – um tratado comercial EUA-UE que teria mudado a vida e a economia cotidiana, socorro – e, com isso, encerrou a globalização, a gramática do neoliberalismo. O que indica onde estamos. Estamos em um ponto onde a) o neoliberalismo é tão forte que permite pensar em sua substituição ordenada, uma vez esgotada sua proposta. Como no dia de Don Corleone ou o caudilho. As direitas neoliberais – não há outras, me temo – b) são tão fortes que se permitem ser suas próprias esquerdas. Em todo caso, snif e c), as esquerdas não emitem muito. Não têm nada a ver com as duas grandes decisões do parêntese 2017-2024, com as quais o neoliberalismo iniciou seu suicídio assistido.

7- Converso com Francesc Miralles. “O neoliberalismo está em retirada. Nos EUA, por exemplo, nem republicanos nem democratas propõem mais tratados de livre comércio, ou deixar de subsidiar produto local. Propõem, como diferenças, uma disputa entre o intervencionismo democrático e o isolacionismo republicano. Pouco mais”. Sobre a proposta de Draghi. “O eurobônus é a chave, como é a razão última para emiti-los segundo Draghi: que a UE não perca seu propósito diante da cidadania”. “Os eurobônus apoiariam, progressivamente, a integração dos mercados de capitais europeus” – ou seja, facilitariam também certo capital privado na reindustrialização, ao desaparecer efetivamente o quadro estatal para o capital. “Nesta ocasião, a Alemanha parece estar mais receptiva a uns eurobônus” – tanto Von der Leyen quanto seu nêmesis, Weber, saudaram o relatório de Draghi; o SPD não tem estado na labuta, que já tem bastante com seus próprios problemas: esta semana, após o desastre eleitoral da Saxônia e Turíngia, fecharam  as fronteiras à imigração; quando não se tem nada, sempre se recorre à guerra cultural no campo do inimigo e com as ferramentas do inimigo, esses aceleradores da sua própria morte. Sobre a proposta real de Draghi, se entendemos que um homem poderoso, e habituado a grandes partidas de pôquer, não pode ser sincero, nem mesmo em um relatório: “Pessoalmente, interpreto que o que Draghi faz é prometer às empresas europeias uma tábua de salvação na forma de dinheiro público, que agora não podem receber. Com isso, cria-se um confronto entre o mundo empresarial e o dogma da contenção de gastos. Um confronto entre Volkswagen, Opel, Airbus e tudo isso, contra um deputado conservador fã de Hayek. Essa é a verdadeira disputa. É um debate interno, no seio da direita. E, em menor medida, na social-democracia. Essa é a proposta de Draghi. O resto é mais acessório”. O que Miralles diz a seguir é tão importante que merece um ponto separado, que chamarei de 8.

8- “Sem esse apoio financeiro às empresas, o fim do neoliberalismo não acontecerá, por mais que as esquerdas se esforcem. E essa é a contradição do momento”. Um momento em que as esquerdas poderiam conseguir aspectos não apontados no relatório de Draghi, como garantir que esse dinheiro também chegue às PMEs, aos sindicatos, às entidades locais, e que os sindicatos participem também da reindustrialização e das empresas. Que a industrialização repercuta na democratização da economia. Em todo caso, “a chave de tudo, o que de certa forma já está acontecendo, é que a grande empresa europeia abandone o neoliberalismo, simplesmente para sobreviver”. E acrescenta: “Isso é um Novo Acordo Verde, sem chamá-lo assim, porque isso está associado à esquerda”. E não é, absolutamente, emitido pela esquerda.

9- Vamos falar sobre tudo isso no futuro. Ou sobre o colapso da Europa, se isso não acontecer. Sobre os colapsos: não os temam nem superestimem. Quando chegarem, veremos que também são entediantes.

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