Brasil. Um estupro a cada seis minutos

Foto: Nadine Shaabana | Unsplash

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19 Julho 2024

A violência contra as mulheres no Brasil continuou crescendo de forma "alarmante" em 2023 em todas as suas formas, incluindo estupros, que atingiram um novo recorde com 83.988 vítimas, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira.

A reportagem é publicada por Página|12, 19-07-2024.

"O país registrou um estupro a cada seis minutos, de acordo com os registros policiais", apontou em seu relatório anual o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma organização não governamental que trabalha com base em dados oficiais.

Os números revelam um panorama desolador para as mulheres brasileiras, apesar dos esforços do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para promover políticas de igualdade, interrompidas durante o mandato do ultradireitista Jair Bolsonaro (2019-2022).

Em 2023, primeiro ano do mandato de Lula, os feminicídios aumentaram 0,8% em relação ao ano anterior, totalizando 1.467 mulheres mortas por razões de gênero.

Este é o número mais alto desde que o crime de feminicídio foi tipificado em 2015. Oito em cada dez autores de feminicídio no país foram o marido, o namorado ou o ex-namorado da vítima.

Também aumentaram em um ano as tentativas de feminicídio (7,1%), as agressões físicas (9,8%), o abuso psicológico (33,8%), as ameaças (16,5%), os casos de perseguição (34,5%), os estupros (6,5%), o assédio sexual (28,5%) e a divulgação de imagens íntimas (47,8%).

"Infelizmente, mais um ano, as perspectivas continuam sombrias", apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O documento indica várias teorias que poderiam estar por trás desse aumento de todos os indicadores de violência contra as mulheres.

Uma delas afirma que isso é uma "expressão do poder e controle que estão profundamente enraizados nas estruturas patriarcais da sociedade".

Também pode ser um ciclo ascendente no comportamento abusivo e até mesmo "uma resposta aos avanços nos direitos de igualdade de gênero", o que poderia estar gerando "uma reação de resistência para tentar reverter esses progressos".

"A violência contra as mulheres se tornou naturalizada na sociedade", denunciou a ONG.

Além disso, alertou que os dados apresentados podem ser inferiores aos reais, pois ainda há "desconfiança em relação às instituições", "medo e culpa" para denunciar e uma série de "burocracias" que dificultam o acesso às medidas de proteção disponíveis.

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