De janeiro a novembro deste ano, a Secretaria da Segurança Pública contabilizou 47,7 mil registros de lesão corporal ou ameaça em contexto de violência doméstica. O primeiro crime teve alta de 9,3%, e o segundo, de 6% ante igual período de 2022.
A reportagem é de Leticia Mendes, publicada por Zero Hora, 11-12-2023.
No mês passado, Ana Hickmann, 42 anos, procurou a polícia em São Paulo e relatou ter sido agredida pelo marido, num caso que ganhou repercussão nacional. A ocorrência indica que a apresentadora teria sido vítima de lesão corporal dentro de casa. Uma situação que se repete no país e no Estado. No Rio Grande do Sul, de janeiro a novembro deste ano, foram 47.779 registros de lesão corporal e ameaça contra mulheres, conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
O número de ocorrências de lesão corporal aumentou 9,3% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Foram 17.739 mulheres agredidas nestes 11 meses. É como se a cada 27 minutos uma gaúcha fosse agredida. Já as notificações de ameaças subiram 6%.
Se considerarmos os registros policiais, a média é de um caso de agressão ou ameaça a cada 10 minutos. Porém, os estudos de violência doméstica indicam que aquilo que é reportado à polícia está longe de representar o número real.
A maioria das mulheres ainda não consegue romper o silêncio. É por isso que, na visão da delegada Cristiane Ramos, titular da Divisão de Proteção à Mulher (Dipam) no Estado, a elevação dos registros pode ser vista como positiva:
- Há muita subnotificação. Quando a gente tem um aumento no registro me parece que talvez estejam se sentindo mais acolhidas pela rede de atendimento.
A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.
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Uma mulher é vítima de agressão ou ameaça a cada 10 minutos no RS - Instituto Humanitas Unisinos - IHU