- "Provenientes em sua maioria de famílias católicas praticantes, eles demonstram um forte apego à Igreja e à doutrina. Confiantes no futuro, estão ansiosos para evangelizar em uma sociedade secularizada". Esse seria o perfil dos "sacerdotes do amanhã" na França, segundo uma pesquisa entre os 673 seminaristas dos 25 seminários.
- "Futuros sacerdotes preocupados com a fidelidade à Igreja e à sua doutrina, temendo caricaturas e disputas intracatólicas, portadores de uma visão clássica do sacerdócio".
A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 26-12-2023.
"Provenientes em sua maioria de famílias católicas praticantes, eles demonstram um forte apego à Igreja e à doutrina. Confiantes no futuro, estão ansiosos para evangelizar em uma sociedade secularizada". Esse seria o perfil dos "sacerdotes do amanhã" na França, segundo pesquisa relevante realizada pelo jornal La Croix entre os 673 seminaristas dos 25 seminários do país.
"Futuros sacerdotes profundamente preocupados com a fidelidade à Igreja e à sua doutrina, temendo caricaturas e disputas intracatólicas, portadores de uma visão clássica do sacerdócio", acrescenta a análise sobre a pesquisa (que contou com a permissão da Conferência Episcopal Francesa para sua elaboração), que em uma seção especial também destaca o dado, que, embora possa parecer insignificante, não o é de modo algum: 73% dos entrevistados afirmam que planejam usar a batina, sendo que 48% a usariam "normalmente".
"Em um contexto de secularização e recomposição do catolicismo, a pesquisa mostra os futuros sacerdotes firmes em sua catolicidade, em uma lealdade eclesial assumida e afirmada", segundo a análise realizada pelo sociólogo da religião Yann Raison du Cleuziou.
Quanto à origem dos futuros padres na França, o estudo demográfico (respondido por 65% dos seminaristas) constata que 72% deles vêm de uma família católica praticante, o que, para 62% deles, é um fato determinante em seu caminho vocacional e espiritual.
"A importância da matriz familiar é notável", observa o sociólogo ao La Croix, destacando claramente o papel da família como uma pequena Igreja onde as vocações sacerdotais nascem, algo que é reforçado pelo fato de que 61% "cita em primeiro lugar a transmissão familiar como o melhor método para compartilhar a fé".
Nesse sentido, também são relevantes os dados de que, em seu caminho vocacional, aparecem outros indicadores notáveis, como o fato de que "quase dois em cada três foram coroinhas por muitos anos (59%) e escoteiros (56%), dos quais 34% entre os escoteiros da Europa". Além disso, três quartos participaram de alguma Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Mas, juntamente com essa solidez vocacional, a pesquisa também destaca alguns dos medos desses jovens em meio a um mundo secularizado. Assim, "os seminaristas expressam medo de serem caricaturizados", conforme afirma, à luz dos resultados, Jean-Marc Micas, bispo de Lourdes e presidente do Conselho de Ministros Ordenados e Leigos em Missão Eclesial da Conferência Episcopal Francesa.
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Apegado muito forte à Igreja, à doutrina... e à batina. Este é o perfil do seminarista na França - Instituto Humanitas Unisinos - IHU