Bispo contrário a abençoar casais homossexuais deixa a Congregação para a Doutrina para a Fé

Para Francisco com Giacomo Morandi (Foto: Vatican Media)

Mais Lidos

  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS
  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • COP30 se torna a “COP da Verdade” ao escancarar quem atua contra o clima

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

12 Janeiro 2022

 

Depois de semanas de indiscrições, outra cabeça saltou na cúria: desta vez é o secretário da Congregação para a Fé, o arcebispo Giacomo Morandi enviado pelo Papa para ser bispo em Reggio Emilia, bispado vacante com a aposentadoria do estimado bispo Massimo Camisasca.

 

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 11-01-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

De acordo com o curial tam tam, a posição de Morandi na Congregação para a Doutrina da Fé há muito era bastante instável. Sua estrela havia subitamente manchada por ter publicado a resposta doutrinária (negativa) referente à bênção dos casais gays no ano passado. Um esclarecimento teológico claro, coerente e claro. Embora tivesse (obviamente) a aprovação do pontífice, algo, no entanto, não deve correr bem, já que o 'Responsum' gerou algumas repercussões dentro da Igreja, especialmente nas franjas mais liberais, a ponto de tornar Bergoglio necessário um movimento surpresa materializou-se hoje com uma remoção suave.

Durante anos, no mundo anglo-saxão e alemão, a Igreja de base vem pedindo para modificar o Catecismo na parte relativa à homossexualidade e ao mesmo tempo pedindo formas de bênção para os casais gays. Enquanto isso, a Congregação da Fé havia recebido copiosos pedidos de muitos bispos que pediam informações sobre como se comportar em suas dioceses diante de vários casais homossexuais. Daí a necessidade de um 'Responsum' válido para todos os bispos do mundo que no ano passado cortaram definitivamente a cabeça do touro, proibindo estritamente tais práticas. O documento foi redigido pelo próprio Morandi que, valendo-se do patrimônio doutrinal, esclareceu perfeitamente os limites pastorais dos pedidos.

Eis o trecho central do documento: "Não é permitido conceder benção a relacionamentos, ou mesmo uniões estáveis, que envolvam uma prática sexual fora do casamento (isto é, fora da união indissolúvel de um homem e uma mulher que são abertas em si mesmas à transmissão da vida), como é o caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo (...) a família".

O documento terminava com a seguinte fórmula: "O Sumo Pontífice Francisco, no decurso de uma audiência concedida ao abaixo-assinado Secretário desta Congregação, foi informado e deu o seu consentimento para a publicação do mencionado Responsum ad dubium, acompanhado de Nota Explicativa".

Imediatamente após a sua publicação por alguns jornais considerados próximos de Santa Marta foi esclarecido que o Papa daquele documento, naqueles termos, talvez nada soubesse a respeito. Daí a vontade de desmarcar. Esta manhã, o resultado final deste caso contribui para criar mais rachaduras e divisões na interpretação da “doutrina correta”.

"A alegria é o primeiro sentimento profundo que mais impressionou meu coração no instante em que me foi comunicado a nomeação", disse o novo bispo de Reggio Emilia, Morandi. Sua mensagem foi lida por seu antecessor Massimo Camisasca, que convocou uma convocação episcopal ao meio-dia para anunciar seu adeus à cidade.

 

 

 

 

Leia mais