Papa Francisco escolhe jesuíta como novo bispo de Hong Kong. Compromisso com a educação

Imagem: Stephen Chow Sal-yan | Foto: Vatican Media

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19 Mai 2021

 

Stephen Chow Sal-yan, líder da Província Jesuíta Chinesa, preencherá a vacância de dois anos e meio no episcopado, depois da morte do seu antecessor em 2019.

A reportagem é de Xavier Le Norman e Loup Besmond de Senneville, publicada por La Croix International, 18-05-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Foi um exercício delicado para a Santa Sé e o Papa Francisco completarem, por mais de dois anos: encontrar um bispo para a Diocese de Hong Kong, vacante desde a morte do bispo Michael Yeung, em janeiro de 2019.

Como o governo de Pequim aumentou a assertividade sobre a ex-colônia britânica, o processo de seleção do novo bispo foi matéria de intensas negociações.

Houve aqueles que impulsionavam a nomeação de um homem próximo ao governo chinês, e aqueles que, pelo contrário, defendiam alguém próximo aos movimentos pró-democracia, muitos dos quais são católicos.

A espera acabou na última segunda-feira, quando a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que o Papa Francisco havia escolhido Stephen Chow Sal-yan, um padre de 61 anos que é o chefe da Província Chinesa da Companhia de Jesus desde 2018.

A província inclui Taiwan, Hong Kong, Macau e a China continental.

O bispo-eleito Chow, que é nativo de Hong Kong, entrou na Companhia de Jesus em 1984 e fez seus votos finais em 2007.

Ele estudou Filosofia na Irlanda e Teologia em Hong Kong, antes de ir a Chicago onde obteve mestrado em Administração Organizacional na Loyola University, em 1995.

Ele fez o doutorado em Desenvolvimento Humano e Psicologia em 2006, na Universidade de Harvard.

 

Educação, o próximo ponto de discórdia?

Aqueles que conhecem o bispo-eleito Chow dizem que o papa fez uma escolha de compromisso “muito equilibrada” ao selecionar seu confrade jesuíta para liderar a Diocese de Hong Kong.

Pessoas com conhecimento da realidade local destacam, em especial, o compromisso de Chow com a educação.

O bispo-eleito presidiu a comissão de educação da província jesuíta da China e era, até agora, membro do conselho de educação da Diocese de Hong Kong.

Esse envolvimento é particularmente significativo, pois alguns acreditam que a educação será uma das próximas áreas de confronto entre Pequim e os ativistas pró-democracia.

O governo comunista é fortemente suspeito de querer reverter a liberdade de educação que ainda existe em Hong Kong, especialmente nas mais de 300 escolas católicas.

Essas escolas costumam ser acusadas de serem focos de protestos.

A nomeação do bispo-eleito Chow ocorre durante vários meses tensos em Hong Kong, sobre os quais o papa permaneceu quase completamente silencioso.

Um jornalista italiano relatou em julho do ano passado que Francisco deveria fazer um apelo durante um discurso do Angelus no domingo, enquanto protestos e prisões aumentavam na ex-colônia britânica.

Mas, à época, o papa recuou.

“Na tarde de sábado, a passagem que ele deveria ter lido foi escrita e aprovada pelos mais altos funcionários, incluindo o próprio papa”, disse uma fonte do Vaticano, entrevistada pelo La Croix alguns meses após o incidente.

“Mas durante a noite, ele parecia ter mudado de ideia sobre a conveniência de entregar tal mensagem e, no final, não disse nada no Angelus”, disse a fonte.

 

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