Comunidade de Bose: Papa Francisco intervém pessoalmente para sanar a situação

Foto: Mosteiro de Bose | Divulgação

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06 Março 2021

O caso do Mosteiro de Bose, na Itália, continua em aberto, tanto que o Papa Francisco decidiu nessa quinta-feira, 4, intervir pessoalmente para sanar uma situação que já se arrasta há meses e que vê parte da comunidade em oposição ao seu fundador, Enzo Bianchi. O Papa Francisco recebeu no Vaticano o Pe. Amedeo Cencini, delegado pontifício para a Comunidade Monástica de Bose, junto com o prior, Luciano Manicardi.

A reportagem é de La Repubblica, 04-03-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A questão da transferência do fundador, Enzo Bianchi, ainda está em aberto em Bose. Segundo a indicação do delegado do papa, Bianchi deveria ter se mudado do mosteiro do Piemonte para uma sede na Toscana. Mas, como divulgado pela própria comunidade, essa transferência nunca ocorreu.

Pelo que se sabe, o papa também teria ouvido o próprio Bianchi nos últimos dias, para tentar recompor uma situação que mostra toda a profunda divisão que se criou. Ainda segundo fontes próximas ao dossiê da comunidade, o próprio pontífice teria informado Bianchi, por meio de uma terceira pessoa, nos últimos dias, que procurava uma solução e, portanto, aguardava, primeiro, a transferência, que deveria ocorrer antes do início da Quaresma.

Os fatos são conhecidos: as divergências entre o fundador e o novo líder da comunidade, a visita apostólica em 2019, a ordem a Bianchi em maio de 2020 de se afastar da comunidade e, finalmente, a última disposição que previa a transferência de Bianchi para Cellole, na Toscana, em um mosteiro que a comunidade cedia ao fundador em comodato de uso. Uma transferência que deveria ocorrer antes do início da Quaresma e que incluía também pequenos detalhes difíceis de aceitar. E, de fato, o fundador não se mexeu.

Hoje, o debate entre o papa, o seu delegado e o atual prior. Um encontro sobre o qual o Vaticano manteve segredo, mas é evidente que o objetivo é o de preservar uma realidade de ponta da Igreja, importante especialmente do ponto de vista do diálogo ecumênico.

Nas últimas semanas, no entanto, Enzo Bianchi continuou fazendo sentir a sua presença. Por exemplo, ele comentou sobre o pedido do Papa Francisco de um Sínodo da Igreja italiana. No Twitter, além disso, há alguns dias, ele escreveu: “Ser empurrado para fora das cercas pode significar descobrir muitos amigos que não imaginávamos ter. Ser descartado pode doer, mas pode se tornar uma bem-aventurança: a bem-aventurança de quem conhece os amplos espaços das terras sem fronteiras e sem pertencimentos”.

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