30 Julho 2019
É necessário manter a atenção sobre o padre Paolo Dall'Oglio, sequestrado em 2013 na Síria. A iniciativa de realizar uma conferência nesta segunda-feira em Roma para lembrar sua figura deve-se aos familiares do jesuíta italiano. Padre Dall'Oglio estava firmemente convencido da possibilidade de convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos no país.
A entrevista é de Fabio Colagrande, publicada por Vatican News, 29-07-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
6º aniversário do sequestro do padre jesuíta Paolo Dall'Oglio, sequestrado em Raqqa na Síria, em 29 de julho de 2013. Para a ocasião, em Roma, na sede da Associação dos Amigos do Padre Paolo Dall'Oglio, realizou-se na manhã desta segunda-feira uma conferência sobre o tema "Padre Dall'Oglio - Seis anos depois do sequestro", com os irmãos Francesca, Immacolata e Giovanni, para fazer um balanço dos acontecimentos.
Ao microfone da Rádio Vaticana Itália, Francesca Dall'Oglio explicou o motivo da iniciativa:
O fato de que hoje é precisamente o aniversário de seis anos desde o sequestro de meu irmão Paolo, nos levou - e me levou - a pensar que fosse necessário promover um evento que pudesse em algum mundo chamar a atenção sobre ele como pessoa e também sobre o que aconteceu há seis anos em Raqqa.
Como você gostaria que fosse lembrado como pessoa pelos que não o conheceram?
Para mim, Paolo representa alguém que sempre tentou dar sentido à sua vida, ser coerente e testemunhar o amor pelo outro que via encarnado justamente na relação entre muçulmanos e cristãos, mas entre seres humanos que, acima de tudo, relacionam-se entre si mesmo nas situações mais difíceis e conflitantes.
Recentemente, o Papa Francisco enviou uma carta ao presidente da Síria, Assad, pedindo para colocar a salvo a população que ainda sofre bombardeios em Idlib, também pedindo atenção para as pessoas desaparecidas durante o conflito, como lembrou o cardeal Parolin. Como você recebeu essas palavras do Papa?
Eu senti isso como uma mensagem muito importante, de grande relevância. Sinto-me, como irmã de Paolo, de alguma forma irmã, próxima a essa população que sofre e em particular a todas as famílias, das pessoas que têm parentes próximos desaparecidos ou detidos na Síria sem ter notícias. Essa é uma verdadeira tragédia sobre a qual é importante que recaia a atenção internacional. A tal respeito, o Papa Francisco enviou uma mensagem forte; também o fato de ter sido trazido pelo próprio núncio apostólico na Síria, o cardeal Zenari e o cardeal Turkson.
A atualidade da mensagem, das palavras do padre Paolo neste momento do conflito sírio, enquanto não temos notícias sobre seu destino, parece manter uma atualidade muito forte. Você concorda?
Permita-me confirmar o que você diz. Lembro-me de ler e ouvir a última entrevista que meu irmão Paolo deixou em 28 de julho de 2013, um dia antes de ele ser sequestrado em Raqqa para uma estação de TV local. Nessa entrevista, ele enfatizava o que está acontecendo, mas também reiterava a necessidade de se chegar a uma sociedade inclusiva; falava de federação, o que não significa achatar as identidades das diferentes comunidades, mas criar uma cidadania capaz de incluir todas as diversidades.
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Seis anos atrás, o sequestro de padre Dall'Oglio: hoje uma conferência de imprensa em Roma - Instituto Humanitas Unisinos - IHU