França. Cardeal Barbarin, diante do juiz: 'Fiz o que Roma me pediu, para evitar um escândalo público'

Cardeal Barbarin. Foto: Rete Abuso

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08 Janeiro 2019

Um julgamento que começou com uma dura alegação da defesa, que criticou o "show" dos requerentes que, em sua opinião, querem denunciar "la omertà" da Igreja contra os abusos. Barbarin pode ser condenado a cinco anos de prisão por não denunciar os abusos do sacerdote pederasta Bernard Preynat.

"Este julgamento é um júri de exibição. Há mais jornalistas do que público na sala", assinalou Xavier Vahramian, advogado de Régine Maire, um dos processados. É preciso lembrar que o tribunal exigiu a presença, na qualidade de testemunha, do cardeal espanhol Luis Ladaria, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o que foi negado pela Santa Sé apelando à "imunidade" do responsável vaticano.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 07-01-2018. A tradução é de Graziela Wolfart.

Barbarin chegou à sala do tribunal perseguido por uma nuvem de câmeras. Vestido com uma jaqueta escura, suéter cinza e colarinho [clergyman], o cardeal se sentou no banco dos réus com as mãos juntas, em atitude de oração, antes que começasse a sessão, prevista para lhe interrogar.

"Para nós é uma conquista que as pessoas que foram incriminadas tenham que responder diante da justiça a respeito destes fatos. É muito importante. E esperamos que isso se tenha em conta para casos futuros, com a esperança de que as pessoas mudem realmente sua visão da pedofilia, não somente na Igreja, como em todas as instituições", assinalou Pierre-Emmanuel Germain-Thill, uma das vítimas de Preynat.

O padre Bernard Preynat cometeu agressões sexuais a meninos "boys scouts" durante duas décadas, fatos que ele mesmo reconheceu em 2014. As primeiras denúncias formais surgiram em 2015 e deram lugar à associação "A palavra livre" (La parole libérée), que serviu de plataforma para dar a conhecer o caso e para aprofundar a investigação.

A partir dela se realizou uma lista com mais de 70 supostas vítimas, que denunciam que a Igreja fez silêncio apesar de conhecer os fatos. Além de Barbarin, enfrentam a justiça outros eclesiásticos, como o atual arcebispo de Auch, Maurice Gardès, e o bispo de Nevers, Thierry Brac de la Perrière.

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