04 Mai 2021
“A questão não é saber se existem classes sociais. Continuam existindo, sobretudo classes dirigentes que possuem uma forte consciência de si mesmas, de seus interesses e de sua identificação com as leis da economia liberal. O que nos interpela é saber se o regime de classes continua estruturando as desigualdades sociais e se abarca as representações e identidades dos atores”, escreve François Dubet, sociólogo e professor emérito da Universidade de Bordeaux, em artigo publicado pela revista latino-americana de ciências sociais Nueva Sociedad, Nº 292, Março-Abril/2021. A tradução é do Cepat.
As revoluções democráticas e industriais inauguraram um novo regime de desigualdades, o das classes sociais, nascido do encontro de duas grandes revoluções. A “providência democrática” instaura a igualdade e a liberdade de todos. A abolição das barreiras estamentais faz com que os indivíduos não tenham mais impedimentos para mudar de posição na escala das desigualdades, o prestígio e o poder.
Mas se a destruição do regime estamental resulta em uma sociedade integrada por indivíduos livres e iguais, uma sociedade fundada sobre a vontade geral e o contrato – não sobre a tradição e o sagrado -, essa revolução é antes de tudo política. Não inaugura por si só um novo regime de desigualdades. Segue existindo ricos e pobres, rentistas e trabalhadores, camponeses, artesãos, comerciantes e burgueses, proprietários e proletários, mas ainda não é uma sociedade de classes.
Para isso, é necessário que, no marco democrático, se estabeleça um novo tipo de economia, um novo modo de produção: o da Revolução Industrial. O regime de classes sociais é construído em torno da formação de uma classe operária miserável e o surgimento de uma classe de industriais capitalistas. Como ninguém mais se define essencialmente por seu nascimento e categoria, a posição na divisão do trabalho se torna central. E é ainda mais essencial porque as desigualdades continuam sendo extremamente fortes, ao mesmo tempo em que se desenvolvem em um marco político e moral que afirma a igualdade de todos.
Está claro que no apogeu do desenvolvimento industrial, na Europa ocidental, a maioria da população não pertence à classe operária, nem à dos capitalistas. Embora Marx tenha destacado o preeminente e inexorável enfrentamento entre proletários e capitalistas, não deixava de enumerar uma dúzia de classes em As lutas de classes na França. Mais à frente, Max Weber traçaria uma distinção entre as classes, definidas pelas relações de produção, e os grupos, definidos pelo poder e o prestígio, mas em sua avaliação, o regime de classes seria o das sociedades industriais.
Este regime de desigualdades é moderno em mais de um conceito. Nele as posições sociais se definem pelo trabalho, a criatividade humana, e não pela tradição e a ordem teológico-política. Também é moderno porque, embora as desigualdades de classes colidam com o princípio democrático da igualdade dos indivíduos, não são eliminadas. São contestadas em nome da igualdade democrática. As classes sociais nascem, portanto, do encontro contraditório entre a igualdade democrática e a divisão do trabalho capitalista. Mais ainda, são a expressão do conflito entre essas duas dimensões.
Por este motivo, o regime de classes vai além das fábricas e as grandes concentrações industriais. As classes sociais se tornam “fatos sociais totais”, um “conceito total”, nos termos de Raymond Aron. O regime de classes é um modo de ler as desigualdades sociais porque a somatória das classes forma um conjunto. As posições nas relações de produção determinam a renda, os modos de vida, os vínculos com a cultura, as representações da vida social e a oposição entre “nós” e “eles”. Nesse sentido, não há classes sem consciência de classe, sem a articulação de uma entidade para si e uma oposição à classe dominante.
O postulado de uma sobredeterminação das atitudes, os comportamentos e as representações pela posição de classe adquire tal consistência que, durante um longo período, os sociólogos procurarão relacionar posições sociais objetivas com atitudes subjetivas, a fim de “verificar” a existência das classes sociais. Na França, este modo de compreender as desigualdades se encarnou em Pierre Bourdieu, para quem o capital econômico determina, “em última instância”, as outras formas de capital.
O regime de classes parece ainda mais robusto porque acabou estruturando a representação política. Após a oposição entre conservadores e liberais, clericais e modernos, monárquicos e republicanos, todos eles definidos por sua relação com o Antigo Regime, a representação política foi construída em torno dos conflitos de classe, da oposição entre os representantes dos trabalhadores e os da burguesia. Em todas as partes, foram estabelecidas esquerdas e direitas que supostamente representavam classes, seus interesses e sua visão de mundo [1]. Em todas as partes, parecia que os operários e seus aliados votavam à esquerda e que a burguesia e seus aliados votavam à direita.
Na sociedade industrial, o regime de classes sociais teve sua expressão em movimentos sociais e sindicatos orientados a um modelo de justiça social que apontava para a redução das desigualdades entre as posições sociais, por meio dos direitos sociais, o Estado de Bem-estar, os serviços públicos e as transferências sociais. Esse modelo de justiça instava menos a desenvolver a mobilidade social, em nome da igualdade de oportunidades, que a reduzir as desigualdades entre as posições sociais e entre os lugares ocupados pelos indivíduos na divisão do trabalho [2].
Se a mobilidade social se desenvolvia, era porque a igualdade social ganhava espaço, mas a mobilidade não era o primeiro objetivo da justiça. A luta pela igualdade social era legítima porque os indivíduos eram considerados fundamentalmente iguais, mas também porque a sociedade devia devolver aos trabalhadores uma parte das riquezas produzidas, das quais a exploração capitalista os havia privado.
Os direitos sociais eram, antes de mais nada, os dos trabalhadores e suas famílias, protegidos contra os efeitos da doença e o desemprego, e que, em nome de seu trabalho, conquistavam o direito à saúde, o descanso e a aposentadoria. Na sociedade salarial, os direitos dos trabalhadores se tornaram progressivamente direitos sociais universais [3]. Graças à ação dos partidos e sindicatos, e sob o efeito das greves e mobilizações, as desigualdades foram notoriamente reduzidas, sobretudo quando o crescimento permitiu transferir riquezas para os trabalhadores e os mais pobres, sem que a situação dos ricos se degradasse. Em definitivo, no século XX, as desigualdades sociais foram reduzidas porque eram, antes de tudo, desigualdades de classe.
Muito além da tradição marxista, a leitura das desigualdades sociais, em termos de classe, acabou se impondo. Quais eram as dimensões de classe do Estado, a educação, a cultura, as recreações, o consumo? Não se tratava apenas de traçar uma correlação entre posições de classe, práticas e representações coletivas, mas de mostrar como essas práticas (e as instituições) contribuíam para a formação e a reprodução de uma ordem que ia muito além das fábricas e os conselhos de administração.
Quando tal forma de análise predominava na França, nos anos 1960 e 1970, as classes sociais funcionavam como um explicandum e um explicans, ao mesmo tempo aquilo que precisa ser explicado e o que explica o que precisa ser explicado: as classes explicam os comportamentos e as consciências de classe que, por sua vez, explicam as classes.
O influxo desta representação era tão poderoso que as outras desigualdades ficavam em um segundo plano e, inclusive, acabavam desaparecendo em prol exclusivo da desigualdade que importava, a desigualdade de classe. Os migrantes eram vistos menos como erradicados discriminados, do que como trabalhadores superexplorados. As desigualdades impostas às mulheres eram as de trabalhadoras e esposas de trabalhadores, e parecia evidente que sua igualdade passaria apenas pelo trabalho.
Em certa medida, as classes sociais podiam ser consideradas instituições às quais se atrelavam representações da sociedade, identidades e significados comuns. Suscitavam um orgulho nos indivíduos vítimas das desigualdades, atribuíam causas às injustiças sofridas, escreviam narrativas coletivas, indicavam utopias e memórias de lutas. No regime de classes, as provas individuais eram inscritas em apostas coletivas, em certo sentido, anônimas.
Para que essas “instituições imaginárias” funcionassem, tornaram-se “realidades” pela ação de associações, sindicatos, representantes locais eleitos, periferias com prefeitos “vermelhos” (como era o caso da periferia parisiense), movimentos de educação popular, movimentos esportivos, etc. Na Europa industrial, as desigualdades de classe se cristalizavam em mundos sociais dominados e explorados, mas mundos que ofereciam aos indivíduos dignidade e capacidades de resistência.
A questão não é saber se existem classes sociais. Continuam existindo, sobretudo classes dirigentes que possuem uma forte consciência de si mesmas, de seus interesses e de sua identificação com as leis da economia liberal. O que nos interpela é saber se o regime de classes continua estruturando as desigualdades sociais e se abarca as representações e identidades dos atores.
A situação atual, paradoxal, acentua-se mais pelo fato de que se caracteriza ao mesmo tempo pelo aprofundamento das desigualdades e o declínio do regime de classes. Em não poucos aspectos, esta conjuntura histórica não deixa de lembrar a da primeira metade do século XIX, época em que surgiam novas desigualdades, ao passo em que se esgotava a sociedade do Antigo Regime. A questão social era a do pauperismo e as classes perigosas, mas não ainda a da “classe” operária.
O esgotamento do regime de classes é uma das consequências das mutações do capitalismo mundial. As sociedades industriais capitalistas tinham sido formadas dentro de sociedades nacionais (mais exatamente, dentro de sociedades nacionalizadas, protegidas por fronteiras e direitos alfandegários e administradas por Estados soberanos que fixavam culturas nacionais), mas a globalização mudou as coisas.
Agora, as classes operárias europeias e estadunidenses estão submetidas à concorrência dos trabalhadores dos países emergentes, pior remunerados e igualmente qualificados, ao passo que as antigas burguesias industriais se tornaram potências financeiras. Em vez da ideia de um processo de globalização homogênea, pode-se preferir a noção de “capitalismo desconexo”, caracterizado pela separação e a tensão entre as diferentes esferas da atividade econômica, os mercados financeiros, a governabilidade das empresas, os lugares de produção e o consumo.
Embora a classe operária nunca tenha tido a unidade atribuída a ela, em grande medida o trabalho operário se transformou com o sistema de produção just in time, as relações diretas com os clientes, as tecnologias inteligentes e a multiplicação dos status, enquanto em setores inteiros, como a construção e as obras públicas, ainda predomina a mobilização da força física. Pouco a pouco, a produção industrial deixa de lado o taylorismo em favor do lean management, mas os empregos de serviços, por sua parte, estão cada vez mais taylorizados. Atualmente, em média, os empregados ganham menos que os operários.
Nas grandes empresas, a relação social industrial mudou de caráter. Se em épocas passadas o proprietário também era o chefe, presente em sua fábrica e seu castelo, como os mestres-ferreiros, hoje o chefe não é mais necessariamente o proprietário. Quando as empresas fecham, não é mais incomum que os executivos sejam interpelados para que o proprietário, muitas vezes um grupo financeiro, tome conhecimento e se manifeste.
Na França, as “formas particulares de emprego” (designação eufemística para os contratos por tempo determinado e os interanuais) passaram de 3,4%, em 1983, a 10,5%, em 1998, e a 12%, em 2012. Com a uberização das atividades, surgem trabalhadores autônomos, dependentes de um único cliente ou da plataforma que os encaminha clientes, e clientes encarregados de avaliar a qualidade do serviço prestado. Os autônomos são mais pobres e frágeis que os operários. Como posicionar esses “independentes dependentes” em uma estrutura de classes?
Em definitivo, justapõem-se vários sistemas produtivos. Alguns participam diretamente na globalização dos intercâmbios e o desenvolvimento das tecnologias de ponta, ao passo que outros permanecem em mercados nacionais e nichos locais. Uma parte dos trabalhadores, importante na França, atua nos serviços públicos, onde, embora estejam protegidos, sofrem como os outros as novas formas de gerenciamento.
Os profissionais da saúde dos hospitais públicos estão sob esse sistema, assim como acontece com os operários, embora isto não enriqueça ninguém. Por último, uma parte crescente da população enfrenta o desemprego, a precariedade do trabalho ocasional e do trabalho informal, quando não está completamente excluída [4]. Hoje em dia, os mais pobres são sem classe ou underclass. Não são bem explorados, mas relegados, “inúteis”.
Mesmo que se pense que as classes continuam existindo, o sistema de classes explode. A mesma classe social se despedaça em uma série de mercados econômicos e mercados trabalhistas. A velha divisão entre os operários não qualificados e os operários profissionais é substituída por uma explosão das qualificações e status. O que constituía a unidade da classe operária parece cada vez mais incerto.
Não muito tempo atrás, os sociólogos buscavam as desigualdades “por trás” das classes sociais. Agora, ao contrário, alguns deles buscam as classes sociais, princípios de unidade, “por trás” das desigualdades. Assim como antes falávamos de classes sociais, estrutura, exploração e estratificação funcional, hoje em dia, falamos de desigualdades, no plural.
Os trabalhos sobre as desigualdades tiveram um crescimento explosivo na França e em todos os outros países [5]. Multiplicam-se porque as antigas classes sociais não podem mais ser definidas pela somatória mais ou menos estável de desigualdades. Você pode ser um operário e ter estudado até depois dos 20 anos, ser o companheiro de uma empregada, viver e consumir como as classes médias, ou então provir de um país pobre, ter um emprego esgotador e precário, residir em um bairro de “moradias sociais” das periferias ou viver em um bairro considerado um gueto.
Esta dispersão das condições de vida é acentuada devido ao que Olivier Galland chama de “despadronização das trajetórias”. A trajetória típica – estudos, trabalho, casamento, trabalho, aposentadoria – sofre em grande medida uma mudança radical por causa do longo período de espera até se alcançar um emprego estável, as idas e voltas entre o emprego, o desemprego e os estudos, a formação tardia da companheira, as separações, os novos casamentos e as famílias formadas, as longas aposentadorias e a prolongada velhice. Todas essas trajetórias biográficas são fatores consideráveis de desigualdade. Para se convencer, basta ver a proporção de famílias monoparentais entre os pobres.
A explosão do regime de classes abre o espaço das desigualdades à multiplicação dos grupos. Destes, nenhum pode se definir verdadeiramente como uma classe social. À dualidade de proletários e capitalistas e à tripartição das classes altas, médias e baixas, somam-se novos grupos: os executivos e os criativos [6], os cosmopolitas móveis e os locais imóveis, os incluídos e os excluídos, os estáveis e os precarizados, os urbanos e os rurais, as classes populares e a underclass, etc. Junto a essas dicotomias, definidas muitas vezes mais pela relação com a mudança do que por uma posição hierárquica, convém somar a distinção cada vez mais predominante entre nacionais e migrantes, maiorias e minorias, idades e gerações, homens e mulheres.
Todas estas distinções afetam diretamente o regime de classes sociais. Por exemplo, os trabalhadores imigrantes com vocação de ser trabalhadores “como os outros” são gradualmente percebidos como minorias. Quanto mais minorias existem nas sociedades (ou, em todo caso, quanto mais são percebidas), mais as solidariedades são restritivas e reservadas aos semelhantes e mais fortes parecem ser as desigualdades sociais [7].
O tema da sociedade de consumo parece ter saído de moda. No entanto, apesar de o consumo em massa, como tal, não ter reduzido as desigualdades, afetou profundamente as barreiras entre as classes. Para me valer das palavras de Edmond Goblot, os níveis sucederam as barreiras. Antes, alguns eram privados dos bens que outros dispunham: automóveis, eletrodomésticos, televisores, férias, mas desde os anos 1960, todos ou quase todos têm acesso a eles.
Isto não produz uma vasta classe média informe e homogênea, porque uma hierarquia fina de níveis de consumo substitui as velhas barreiras de classe. As residências são menos diferenciadas entre as que possuem ou não automóvel, do que pelos modelos, preços e suas categorias. A diferenciação se dá menos entre os que saem de férias e os que não saem, do que entre os que se acampam em lugares agrestes e os que esquiam ou possuem uma casa na beira da praia.
Embora esta gradação mina as barreiras de classe e favorece a homogeneidade dos modos de vida, exacerba os processos de distinção, quando a posição social é incessantemente exposta por meio do consumo. As classes altas buscam continuamente os sinais de sua distinção, ao passo que as classes baixas procuram se apropriar deles. Assim, como sabem muito bem todos os “criativos” do negócio da publicidade, o que ontem era um “diferencial”, hoje, torna-se “vulgar”, assim que as categorias inferiores se apropriam do mesmo.
Com esses processos, as desigualdades mudam de caráter: não marcam mais uma oposição entre “nós” e “eles”, mas se distribuem ao longo de uma fina e sutil escala do prestígio associado ao consumo. Uma escala que atravessa as próprias classes sociais, porque cada um deve se diferenciar tanto de seu vizinho como dos membros de outra classe. As classes populares, no plural, substituem a classe operária no singular [8].
É possível observar o mesmo mecanismo em áreas a priori distantes do consumo. Se o mundo juvenil dos anos 1950 e 1960 estava tenazmente cindido entre uma juventude que trabalhava ao final dos estudos obrigatórios e uma juventude que prosseguia seus estudos no lycée ou na universidade, a massificação escolar transferiu as desigualdades para o próprio seio da escola.
Hoje em dia, quase 80% dos jovens de 20 anos estão escolarizados, mas as desigualdades opõem os estabelecimentos escolares, as especializações, as formações escolhidas, as línguas estudadas. Sem exceção, estes elementos gozam de um prestígio bem consolidado. Assim como no consumo, a massificação pode exacerbar o sentimento de desigualdade, porque não se compara com os que estão mais distantes, mas com os que estão relativamente próximos.
Para retomar as palavras de Edgar Morin, constataremos que o consumo de massas desencadeou um cracking cultural. Onde havia moléculas sociais integradas – as classes -, revelou-se uma infinidade de átomos cada vez menores. Em outros termos, o consumo multiplicou os públicos, sem que estes abarquem posições de classe: os jovens, os não tão jovens, os urbanos, os rurais, os apaixonados por futebol, os apaixonados pela música, etc. E dentro desses públicos, em especial, multiplicam-se as tribos e subtribos em função de suas recreações, seus gostos e seus estilos.
Basta observar um grupo de estudantes secundaristas para avaliar a tirania das marcas e os looks, o peso do conformismo e a expansão das tribos juvenis. Da mesma forma, quando as telas, as redes e os canais se multiplicam, os públicos se proliferam e, em grande medida, se individualizam, já que cada um compõe seu próprio programa, em afinidade com aqueles que são próximos.
Assim, a própria teoria da distinção cai em descrédito. Embora Bourdieu tenha postulado que a escala dos gostos culturais era isomórfica com as hierarquias sociais, a sociologia do consumo atual evidencia lógicas onívoras. Os indivíduos compõem seus próprios gostos com empréstimos dos diversos registros da cultura. Alguém pode gostar ao mesmo tempo de ópera, rap, futebol e dos reality shows. E como pode ser chique! Por isso, busca-se uma distinção em relação a uma categoria social inferior, ao mesmo tempo em que se afirma uma singularidade em relação à escala convencional das distinções.
Este artigo é um fragmento do livro [traduzido da versão em espanhol] La época de las pasiones tristes. De cómo este mundo desigual lleva a la frustración y el resentimiento, y desalienta la lucha por una sociedad mejor (Siglo Veintiuno, Buenos Aires, 2020).
1. Os Estados Unidos escapam desta tendência em razão de uma industrialização tardia, mas ainda mais porque, em uma sociedade de imigração, a tensão entre os grupos já estabelecidos e os recém-chegados desloca a distância entre as classes às comunidades.
2. F. Dubet: Repensar la justicia social. Contra el mito de la igualdad de oportunidades, Siglo Veintiuno, Buenos Aires, 2011.
3. Robert Castel: Las metamorfosis de la cuestión social. Una crónica del salariado, Paidós, Buenos Aires, 1997.
4.Robert Reich: El trabajo de las naciones, Javier Vergara, Buenos Aires, 1993.
5.O. Galland y Yannick Lemel: Sociologie des inégalités, Armand Colin, París, 2018; Jan Pakulski y Malcolm Waters: The Death of Class, Sage, Londres, 1996.
6.Luc Boltanski: Les cadres. La formation d’un groupe social, Minuit, París, 1982; Richard L. Florida: La clase creativa. La transformación de la cultura del trabajo y el ocio en el siglo XXI, Paidós, Madrid, 2010.
7.Robert D. Putnam: «E Pluribus Unum. Diversity and Community in the Twenty-First Century. The 2006 Johan Skytte Prize Lecture» en Scandinavian Political Studies vol. 30 No 2, 6/2007.
8.Yasmine Siblot, Marie Cartier, Isabelle Coutant, Olivier Masclet y Nicolas Renahy: Sociologie des classes populaires contemporaines, Armand Colin, París, 2015
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O fim da sociedade de classes? Artigo de François Dubet - Instituto Humanitas Unisinos - IHU