14 Abril 2021
"Com a chegada da vacina, não é sinal ou significado que todos os problemas serão resolvidos todos os problemas. As desigualdades vão pendurar muito. Jeremias foi fiel na luta contra as injustiças de seu povo clamado. Assim, também somos chamados a tomar a coragem de denunciar as desigualdades, ou nós compactuamos com elas?", escreve Wilton Abrahim G. Garcez, formando em licenciatura plena em História pela Universidade Federal do Amazonas, agente de Pastoral da Paróquia de São Francisco de Assis (Manaus), cooperador da Pastoral Universitária de Manaus, voluntário no Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental – SARES, e membro do Centro de Promoção de Agentes de Transformação-CEPAT.
As desigualdades sociais não superadas pela falta de planejamento e engajamento politico para combater este mal social. Com a pandemia de covid-19 agrava-se as situações de diferenças de classes sociais. Principalmente, os mais pauperismos são prejudicados. O Fundo Monetário Internacional alertou para uma crise econômica mundial e que provoca distúrbios na sociedade atual, já tão agravados pela falta de assistência e acompanhamento de políticas públicas.
É urgente e se faz necessário o trabalho político coletivo. Principalmente, de ante de um alerta para uma possível colapso econômico mundial. A construção democrática de nosso país está fortemente abalada pelo colapso na saúde pública, em seu ápice a falta de oxigênio nos hospitais em geral e sobretudo a volta da fome. É muito comum neste contexto de colapso e crise, que parece mais sinônimos, as sociedades estarem divididas. Geralmente, estas se tornam polarizadas. O que leva a confusão e desconfiança nas classes sociais.
No Estado do Amazonas, região norte do Brasil. Fortemente abalado pela síndrome respiratória em sua população, assim como avanço do desmatamento da floresta amazônica. Há exato um ano após o começo da pandemia, as fabricas do polo industrial de Manaus, dispensou parte dos operários dos ramos de eletroeletrônicos, que desperta um alerta para uma crise não somente ambiental, mas econômica. Dispensando funcionários, país de famílias ficam desempregados, sem renda mensal e sem os benefícios dos direitos trabalhistas, acabam tendo suas geladeiras e despensas vazias de alimentos.
Os jovens são os mais atingidos pelo isolamento social, longe da escola e de qualquer acesso a livros nas bibliotecas, interrompe a mobilidade social. A ascensão através dos estudos, tornar-se muito complicado para os jovens de baixa renda, o desejo de entrar na faculdade e o sonho do trabalho digno ficam distantes. Assim, fica explicito das desigualdades sociais.
Em uma região abundantemente rica em águas. Há a falta de distribuição de água encanada, em alguns casos até mesmo água potável. Para a população de baixa renda. As terríveis ações do Homem, está notificando as ações, no clima, tempo e espaço geográfico. Infelizmente, estamos caminhando para as privatizações da água, com foco no encontro das águas, através da criação do porto das lajes. A água e a vida se misturam e ambas pedem passagens. Alegria e tristeza estão presente na vida da população vendo a “morte” de um dos patrimônios locais. Foi assustador e aterrorizante, o que a cidade de Manaus, viveu em seu ápice da crise da covid-19. Vimos uma catástrofe nacional.
A história se faz memória, no momento em que lembra que houve tragédias. Muito semelhante o que estamos passando. Aconteceu durante a Alemanha Nazista, onde foi criado pelos engenheiros, os campos de concentração, a “máquina da morte” nos anos 40 do século XX. Fico a pensar, na situação que vivemos de negacionismo da razão e da ciência. Promovido através das redes sociais, o fato de negar o óbvio para conter uma rápida contaminação por covid, começa utilizar da conspiração para que a população brasileira, em sua grande maioria, simples, humilde acreditar em pessoas ignóbeis negacionista.
Se o profissional da história, o responsável pela memória de um povo, fosse um negacionista de fatos que marcaram ao tempo da humanidade. O que seria da história das guerras sem contar o número de morte? O que seria a história das doenças sem negar o que ocasionou com as vítimas? O que seria da história da ditatura sem a censuras, perseguição e etc.?
A pandemia ganhou o mundo e as manchetes dos jornais. Levando terror, medo e caos. Parece que a paz e justiça não haveria mais de reinar, as desigualdades sociais se agravaram. A questão é ainda mais preocupante para juventude fora do mercado de trabalho. Em um mundo capitalista e materialista tornar-se cada vez mais seletivo. Assim, exclui-se muito jovens (moças e rapazes) até mesmo com as boas qualificações profissionais. As mulheres são as principais vítimas da redução de sua participação no mundo do trabalho.
Então, a paz e justiça não haveria de reinar? A desigualdade em nosso meio, provocados pela má distribuição de renda e falta de políticas publicas não abarcou os desempregados, moradores de rua, as comunidades indígenas e quilombolas, os imigrantes. Infelizmente, com o isolamento social para conter a covid, agrava a real situação da fome, que nunca deixou existir.
O poder do capital, concentrado em um grupo ou pequenos grupos de poder, com o lucro acima de tudo, inclusive na pandemia. Prevalecente sobre os mais pobres. A falta de ética em uma sociedade predominante consumista. Não assiste a real situação dos pobres. Em muitos casos, os representantes do poder públicos se utilizaram dos vulneráveis para promover-se através de políticas assistencialistas. A Praga da corrupção na política brasileira continua nos atingir. O negacionista cientifico que se baseia na conspiração através de teorias mirabolantes.
Recordo aqui a história do profeta Jeremias. Alegou ser imaturo, despreparado e sem experiência, diante do chamado Divino. Viveu em uma época onde Israel, foi arrasada por Nabucodonosor. Já não existia mais, nem cidade, nem templo, nem dinastia real. Contudo, Jeremias não perdeu a esperança, embora tenha vivido um dos desastres nacionais. Jamais perdeu a esperança.
Portanto, somos homens sensíveis ou fracos, tímidos ou corajosos. Apesar do colapso na saúde, a tragédia da pandemia, a praga da corrupção, a fome e desemprego. Com a chegada da vacina, não é sinal ou significado que todos os problemas serão resolvidos todos os problemas. As desigualdades vão pendurar muito. Jeremias foi fiel na luta contra as injustiças de seu povo clamado. Assim, também somos chamados a tomar a coragem de denunciar as desigualdades, ou nós compactuamos com elas?
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A desigualdade social, desafios ambientais, os jovens e os desafios que a pandemia trouxe - Instituto Humanitas Unisinos - IHU