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18 Março 2020

"É muito grave e muito triste o que está se passando na China, no Irã, na Europa, e ao que tudo indica o que deve ser inevitável em tantos outros lugares. Longe de mim diminuir os impactos da tragédia que nos acomete, e evidentemente eu temo pelos meus pais, minha avó, meu filho e por nós todos. Mas penso também nessa crise global como uma chance – talvez uma das últimas que teremos – de repensar radicalmente nossas práticas e modos de estar no mundo, quando mais do que nunca o indivíduo como categoria não dá conta dos seres sociais que somos", escreve Daniel Bustamante Teixeira, doutorando em antropologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pesquisa sobre a Amazônia e mestre em antropologia pelo Museu Nacional (UFRJ) com dissertação publicada no livro Comunidades em movimento (São Paulo: Fonte Editorial, 2017).

Eis o artigo.

Das leituras que venho fazendo nessa quarentena eterna que é a escrita de uma tese de doutorado, Anna Tsing tem sido uma das autoras que mais me chama a atenção, pela escrita clara e provocativa e pela capacidade de fazer ver o mundo por novas e improváveis perspectivas. Apesar de antropóloga, as questões levantadas pela autora vão muito além do humano. Sendo especialista em fungos e tendo se dedicado ao estudo das paisagens multiespécies, Tsing questiona a excepcionalidade do Homem, chamando atenção para o entrelaçamento entre humanos e outros modos de vida na (re)criação de habitabilidade em um planeta em ruínas.

Um conceito chave nos textos recentes de Tsing é o de antropoceno, a ideia de que vivemos em uma era da perturbação humana, que produziu e segue produzindo impactos de proporções geológicas na transformação da dinâmica ambiental do planeta. Efeitos como o aquecimento global, a extinção em massa de espécies e a mudança na composição dos gases da atmosfera são alguns dos exemplos mais citados quando se fala em antropoceno, mas em tempos de pandemia e de proliferação viral, creio que seja importante pensar no antropoceno, como faz Tsing, através da figura da plantation.

Plantations são simplificações ecológicas nas quais os seres vivos são transformados em recursos – ativos futuros –, removendo-os de seus mundos de vida. São máquinas de replicação, ecologias evocadas para a produção do mesmo. Essa maneira de produzir exige desemaranhar as coisas transformando-as em recursos, isto é, coisas desembaraçadas, exigindo um tipo de trabalho que a autora chama de “alienação”, quer envolva humanos ou não humanos. A alienação produz os dilemas ambientais que chamamos de antropoceno.

A potência da plantation, que permitiu que ela se espalhasse pelo mundo, é justamente a capacidade de replicação em diversas escalas e lugares com o mínimo de transformação. A essa capacidade Tsing chama de “proliferação”, uma palavra que nos chega do câncer. Por definição, o câncer não pode estar em todo lugar, dado que se desenvolve em organismos de células não cancerígenas. E ainda assim, prolifera. O mesmo vale para a plantation, que se espalha através da destruição de paisagens multiespécies mas que nunca chega a cumprir suas promessas, tornando aparente o paradoxo que a autora chama de Antropoceno fragmentado. Fragmentado porque também as plantations não podem estar em todo lugar, ainda que se tornem cada vez mais continentes em meio a ilhas de paisagens multiespécies como matas e florestas.

E o que tudo isso tem a ver com o novo coronavírus e a pandemia que nos vem atravessando a todos? É que a plantation, como toda tentativa de domesticação, é capaz de despertar uma “força oculta” que desafia cálculos e planejamentos humanos. Assim foi em Fordlândia e no Projeto Jari – para falar de temas que venho pesquisando –, grandes projetos no coração da Amazônia que foram derrotados por ataques incontroláveis de fungos. Isto porque a plantation em sua própria forma, na proximidade de corpos ativos, purificados e idênticos, oferece uma fonte inesgotável de refeições para patógenos, que tornam-se cada vez mais virulentos. A plantation, na visão de Tsing, não apenas é uma espécie de patógeno ela mesma, replicável e virulenta, como contém em si a capacidade de criar patógenos que a limitam e colocam em risco sua proliferação, abrindo a possibilidade para a ressurgência de paisagens transformadas sobre ruínas.

Para chegar no assunto do momento, creio que fenômenos como a globalização e a urbanização nas formas de circulação de mercadorias, de alimentos, de plantas e animais, por um lado, e na formação de grandes metrópoles como conglomerados humanos alienados e desengajados, dependentes das cadeias globais de produção, por outro, são talvez os maiores exemplos do que Tsing chamou de ecologias de plantation. Os próprios humanos, em última instância, transformados em recursos e ativos futuros.

Quanto mais nos aproximamos dos ideais de progresso e desenvolvimento que tanto almejamos, transformamo-nos, como em um livro de Kafka, em uma espécie de praga, ao mesmo tempo em que cultivamos e criamos patógenos como o novo coronavírus. A maior ameaça à ressurgência, diz Tsing, é a simplificação do mundo dos vivos como um conjunto de ativos para futuros investimentos. À medida que o mundo se torna uma plantation, os patógenos virulentos proliferam.

Mas nem tudo está perdido quando percebemos a ambivalência das categorias trabalhadas pela autora. Proliferação e ressurgência aparecem em um primeiro momento como opostos inconciliáveis, para depois sucederem-se como processos temporais indistintos. Como depois dos incêndios apocalípticos na Austrália assistimos encantados a rebrota da floresta. Ou como o próprio coronavírus foi capaz de fazer parar a economia chinesa, amenizando, ainda que temporariamente, outros efeitos catastróficos do antropoceno.

É muito grave e muito triste o que está se passando na China, no Irã, na Europa, e ao que tudo indica o que deve ser inevitável em tantos outros lugares. Longe de mim diminuir os impactos da tragédia que nos acomete, e evidentemente eu temo pelos meus pais, minha avó, meu filho e por nós todos. Mas penso também nessa crise global como uma chance – talvez uma das últimas que teremos – de repensar radicalmente nossas práticas e modos de estar no mundo, quando mais do que nunca o indivíduo como categoria não dá conta dos seres sociais que somos.

Percebermo-nos afinal como inevitavelmente entrelaçados a outros modos de vida em paisagens multiespécies sob a pena de nossa própria extinção. Levar mais a sério, como sugeriu Alana Moraes, os debates sobre desmetropolização.

Repensar para ontem a ideia atrasada de progresso como crescimento econômico inesgotável.

Reenvolvimento no lugar de desenvolvimento.

Como nem todos sabemos a catástrofe, de um modo ou de outro, já é inevitável. Interessa-me o tipo de vida que irá emergir das ruínas.

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