Natal: O desafio do renascimento. Breve reflexão para cristãos ou não. Comentário de Chico Alencar

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25 Dezembro 2025

"Nesse dia de Natal, Pablo Neruda (1904-1973), cuja "religião" era a poesia e a ânsia por justiça e igualdade, nos desafia: 'Nascer não basta. É para renascer que nascemos'", escreve Chico Alencar, deputado federal - PSOL-RJ.

Eis o comentário.

Por que tantos, ao redor do mundo, celebram o Natal?

Porque a festa contém elementos que moram no interior do nosso interior: a necessidade de congregar, de repartir a refeição, de brindar o dom de existir.

"Um Menino nos foi dado" - quanta alegria com o nascimento, mesmo de uma vida pequenina, frágil, "severina"!

Crescendo, somos seres em busca de sentido, de razões para fazer parte desse mundo envolto em trevas, impermanência, desinteligências, barbárie, egoísmo.

Natal é a percepção da "luz que ilumina todos os seres humanos (...) Palavra que se fez carne e armou sua tenda entre nós" (João, 1, 9-14).

A fé cristã é revolucionária por não rogar apenas por "elevação espiritual", crença em outra vida, depois desse "vale de lágrimas".

No Natal, o Divino encarna a condição humana. Não em um palácio, mas num curralzinho tosco: contrapoder. Não com pompa, mas com a simplicidade da Criação: José, Maria, Jesus, os pastores da noite, o boi, burro, as ovelhas, as palmeirinhas, desejo vegetal, raiz, de chegar ao céu. E o Anjo anunciando "Paz aos de boa vontade": "tudo que move é sagrado!".

Tudo na cena (mais que na ceia) natalina evoca alimento, comunhão, eucaristia: a Criança sem berço está num cochinho, na manjedoura. E Belém, a pequenina cidade sob o jugo cruel do Império Romano, quer dizer... "Casa do Pão".

Nesse dia de Natal, Pablo Neruda (1904-1973), cuja "religião" era a poesia e a ânsia por justiça e igualdade, nos desafia: "Nascer não basta. É para renascer que nascemos". 

Estou aqui refletindo, em minha prática de vida, onde preciso renascer, mudar pra melhor, me superar. Deixar hábitos ruins, que nada acrescentam. Estar à altura da benção de estar vivo, lúcido, capaz de prosseguir. Mais AMAR - que, no fim das contas, é o que importa.

E você, qual o seu propósito de Natal?