"Para tão longo amor, tão curta a vida"... Breve reflexão para crentes ou não. Comentário de Chico Alencar

Foto: Canva

Mais Lidos

  • Legalidade, solidariedade: justiça. 'Uma cristologia que não é cruzada pelas cruzes da história torna-se retórica'. Discurso de Dom Domenico Battaglia

    LER MAIS
  • Carta aberta à sociedade brasileira. Em defesa do Prof. Dr. Francisco Carlos Teixeira - UFRJ

    LER MAIS
  • Governo Trump alerta que a Europa se expõe ao “desaparecimento da civilização” e coloca o seu foco na América Latina

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

07 Julho 2025

"Sim, porque a missão de colheita que Jesus dá aos insuficientes discípulos - e a nós - é essencialmente amorosa. E longa, e trabalhosa, e grandiosa! Mas Ele também nos oferece um "passo a passo", um roteiro para que possamos colher frutos e flores de justiça e realização nessa vida", escreve Chico Alencar, deputado federal - PSOL-RJ, comentando o evangelho do domingo 06-07-2025.

Eis o comentário.

Quando li, no Evangelho de hoje (Lucas 10, 1-12, 17-20), Jesus recomendando que pedissem a Deus que enviasse "trabalhadores para colheita, pois ela era grande e esses, poucos", lembrei do soneto de Camões (?-1580), falando do amor irrealizado de Jacó por Raquel, "serrana bela".

Sim, porque a missão de colheita que Jesus dá aos insuficientes discípulos - e a nós - é essencialmente amorosa. E longa, e trabalhosa, e grandiosa!

Mas Ele também nos oferece um "passo a passo", um roteiro para que possamos colher frutos e flores de justiça e realização nessa vida.

Tá lá no Evangelho:

1) nunca ir sozinho, sempre "a dois, a toda cidade e lugar" de qualquer canto do mundo (v.1);
2) saber que se estará "como ovelhas no meio de lobos" (v. 3) ; 3) "não levar bolsa, nem sacola, nem sandália" (v.3): ir despojado, só com o essencial;
4) "em toda casa em que se entrar, dizer primeiro: 'a paz esteja aqui!' ". Quem "for amigo da paz, sobre ele a paz repousará" (v. 5);
5) comer e beber o que for oferecido, sem excessos e exigências sofisticadas: "o trabalhador tem direito ao seu salário" (v. 7);
6) amparar os desvalidos e lhes anunciar um novo tempo: "o Reino de Deus - de justiça e vida plena - está próximo de vocês" (v. 10);
7) reagir à rejeição e à indiferença, saindo do local e sacudindo a poeira, para que nem ela fique grudada (v. 11);
8) não temer as milícias do ódio, pois se ganhou "o poder de pisar serpentes, escorpiões e toda a força do inimigo, e nada poderá fazer mal a vocês" (v.19);
9) não se iludir com vitórias e glórias imediatas, mas crer no que é imorredouro: "alegrem-se, isto sim, porque seus nomes estão inscritos nos céus (v. 20);
10) Seguir em frente, "não se demorar pelo caminho" (v. 6): foco na missão de "espalhar benefícios". Nada de "teologia do domínio" nem de inebriamento com o sucesso. Nossa tarefa, gregária, não é similar a "de um exército em campanha ou caravana de comerciantes, munidos de armas e artimanhas para o convencimento e cooptação dos incautos" (Igreja em reflexão - roteiros homiliéticos, CNBB).

Mesmo ainda poucos, sigamos!

Leia mais