Flotilha Global Sumud: "Barco atingido por drone em águas tunisianas." Greta Thunberg também a bordo

Foto: Anadolu Ajansi

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09 Setembro 2025

Um zumbido, depois um estrondo. E imediatamente os gritos dos guardas na ponte soam o alarme, acordam a tripulação, ordenam que saiam, rápido: "Fogo, fogo!".

A reportagem é de Alessia Candito, publicada por La Repubblica, 09-09-2025.

Durante a noite, um drone militar atingiu um dos principais barcos da delegação espanhola da Flotilha Global Sumud, o Family Boat, no qual viajavam vários membros do comitê organizador, incluindo Greta Thunberg, Yasemin Acar e Thiago Avila. As imagens divulgadas por ativistas mostram o momento exato em que o dispositivo foi lançado; o estrondo pode ser ouvido claramente, mas, por enquanto, as autoridades tunisinas parecem estar tentando apagar o fogo. "De acordo com as investigações iniciais, houve um incêndio nos coletes salva-vidas", disse Houcem Eddine Jebabli, porta-voz da Guarda Nacional, à AFP, enfatizando que "nenhum drone foi detectado". Os vídeos imediatamente divulgados pela Flotilha Global Sumud, no entanto, contam uma história diferente.

O Family Boat, que chegou a Sidi Bou Said, um pequeno porto turístico perto de Túnis, na noite de domingo, estava ancorado com os outros, aguardando para zarpar para a Faixa de Gaza. "O drone sobrevoou a região e lançou a bomba, e de repente todo o convés pegou fogo", diz Acar, que nos últimos meses esteve a bordo do Madleen com a jovem ecoativista sueca e, como ela, foi interceptado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), transportado para Ashdod, detido e depois expulso. "Todos a bordo estão bem e as chamas foram apagadas", explica Acar em um vídeo. Atualmente, não há provas de que tenha sido um drone israelense, mas ninguém — especialmente após as ameaças explícitas do Ministro Ben Gvir — tem dúvidas sobre isso.

O navio, que arvorava bandeira portuguesa, sofreu danos significativos. O convés superior foi completamente ou quase completamente queimado, o mastro principal também foi danificado e o fogo consumiu parte do porão. É impossível continuar navegando em breve. "Mais uma vez", diz Acar, com a voz embargada de raiva e indignação, "bombardearam um barco que transportava civis em território tunisino". Aconteceu novamente em maio. Ao largo da costa de Malta, o Al Damir, o primeiro veleiro da Flotilha a tentar chegar a Gaza este ano, foi atingido por dois drones militares e ficou irreparavelmente danificado.

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"Isto", afirma o ativista, "é um ataque contra nós, contra uma missão civil pacífica, porque eles não nos querem lá. Não devemos permanecer em silêncio; devemos nos mobilizar, e devemos fazê-lo rapidamente." A condenação vem das tripulações de toda a Flotilha Global Sumud. "Atos agressivos com o objetivo de nos intimidar ou descarrilar nossa missão não nos deterão. Nosso objetivo coletivo de levantar o cerco a Gaza e expressar solidariedade ao seu povo continua." Portanto, não há como recuar. Afinal, esse era um dos cenários previstos quando a missão foi concebida.

Agora, porém, resta saber se e em que medida a frota terá que revisar sua programação. Os danos ao Family Boat são significativos. Os trabalhos de reparo começarão quando for seguro operar e as autoridades tunisinas, que abriram uma investigação formal sobre o incidente, tiverem dado sinal verde. É impossível prever um prazo preciso neste momento. É possível que a tripulação encontre espaço em outras embarcações ou encontre um substituto, mas todas essas possibilidades estão sendo exploradas. Para a Flotilha Global Sumud, esta é a primeira noite de raiva, medo e apreensão. E todos têm certeza de que não será a última.

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