Ameaça de Netanyahu: "Estamos prontos para anexar partes da Cisjordânia"

Foto: Kobi Gideon, CEO/Fotos Públicas

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01 Setembro 2025

A medida seria uma retaliação pelo reconhecimento palestino na Assembleia Geral. Ataques continuam na Faixa de Gaza, matando 66 pessoas ontem, sete delas de fome.

A reportagem é de Benedetta Perilli, publicadas por La Repubblica, 01-09-2025.

A trágica verdade é que pessoas continuam morrendo em Gaza. Só ontem, pelo menos 66 pessoas foram mortas em ataques das Forças de Defesa de Israel (IDF) em toda a Faixa de Gaza. Entre elas, pelo menos duas crianças mortas junto com suas mães e treze pessoas em filas para receber ajuda, além de pelo menos sete moradores de Gaza abatidos pela fome e desnutrição.

Somando-se à tragédia diária em campo, há um novo elemento político perturbador: o governo israelense está prestes a assumir o controle administrativo de partes da Cisjordânia, essencialmente aquelas com a maior concentração de colonos, eliminando até mesmo a possibilidade de um Estado palestino. Este golpe ocorre após a aprovação da construção do novo assentamento E1, que dividirá a Cisjordânia em duas partes.

A revelação sombria vem do site de notícias americano Axios, segundo o qual o governo israelense está considerando seriamente anexar partes da Cisjordânia. A intenção já teria sido comunicada a vários governos europeus e em um telefonema do Ministro das Relações Exteriores Gideon Sa'ar ao Secretário de Estado dos EUA Marco Rubio.

Isso é supostamente uma retaliação ao iminente reconhecimento da Palestina por vários países ocidentais à margem da Assembleia Geral da ONU, que começa em Nova York em 9 de setembro, impulsionada pela França de Emmanuel Macron. Em retaliação a essa iniciativa política, os Estados Unidos retiraram os vistos de dezenas de autoridades palestinas, incluindo o do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, provocando uma reação da União Europeia, que pediu a revogação da medida.

Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu realizou uma reunião secreta de gabinete ontem devido à ameaça de retaliação dos houthis após o assassinato, na última quinta-feira, do primeiro-ministro, de uma dúzia de ministros e de vários funcionários do governo rebelde iemenita em um ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF). O gabinete israelense reiterou que não aceitará uma trégua temporária, proposta que o Hamas aceitou. Israel nunca respondeu a essa aprovação. Assim, a ocupação da Cidade de Gaza, lar de aproximadamente um milhão de palestinos, continua.

Segundo a mídia americana, o presidente Donald Trump não se opõe ao plano de Netanyahu de ocupar a Faixa de Gaza, mas está instando o primeiro-ministro israelense a encerrar rapidamente as operações militares no norte de Gaza, o que, segundo o Estado judeu, deve levar à derrota definitiva do Hamas. O presidente americano sugeriu um adiamento de duas semanas. "Trump acredita que o Hamas não devolverá as pessoas sequestradas: ele as usará para sobreviver", noticiou o Canal 12, citando uma fonte qualificada, "e ele tem dificuldade em entender por que o Hamas não pode ser subjugado rapidamente."

Enquanto isso, no Iêmen, os Houthis invadiram os escritórios do Programa Mundial de Alimentos e prenderam 11 funcionários da agência da ONU.

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