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14 Agosto 2025

Maior hidrelétrica do país entra na agenda de domínio digital dos EUA, que exige eletricidade abundante para seus datacenters. Por isso, Marco Rubio já anuncia interesse norte-americano às custas de infraestrutura alheia, energia barata, impactos ambientais e soberania enfraquecida.

A reportagem é de Isabela Rocha e Camila Modanez, em artigo publicado por The Conversation, 12-08-2025.

A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada entre o Brasil e o Paraguai e inaugurada em 1984, é uma das maiores produtoras de energia limpa do mundo e símbolo histórico da cooperação Sul-Sul. Erguida às margens do Rio Paraná, a partir de um tratado bilateral assinado em 1973, Itaipu representou não apenas um feito de engenharia, mas um marco diplomático de solidariedade energética e integração regional.

Durante décadas, sua produção abasteceu ambos os países com eletricidade renovável, garantindo ao Paraguai um excedente energético que era majoritariamente vendido ao Brasil. No entanto, com o vencimento dos dispositivos normativos do tratado em 2023 que previam a venda destes excedentes exclusivamente ao Brasil, abriu-se uma brecha explorável por atores externos. Numa declaração recente no Senado americano, o secretário de Estado Marco Rubio deu uma indicação do interesse em reconfigurar o uso desse recurso estratégico sob lógicas que favorecem cadeias digitais globais.

Rubio afirmou que o Paraguai seria uma escolha inteligente para a instalação de data-centers, dada a abundância energética que não pode ser simplesmente armazenada e exportada. O objetivo parece claro: usar o Paraguai como base energética para a infraestrutura de Inteligência Artificial da potência norte-americana, transformando seu excedente energético em insumo para um modelo de dependência tecnológica.

Energia para dados está na agenda do Meta-Trumpismo

Na prática, Rubio é coerente com a agenda do Meta-Trumpismo da Casa Branca: inserir o Sul Global, e a América Latina, na cadeia produtiva como subordinados ao Norte, impondo autoridade sobre o que nossos vizinhos consideram seu quintal.

Para manter servidores operando 24 horas por dia de forma estável, datacenters demandam quantidade colossal de energia. Com seu avanço exponencial, especialmente no uso de modelos de linguagem e sistemas de visão computacional, a Inteligência Artificial tem transformado os datacenters em verdadeiros complexos industriais e, com isso, a demanda energética dessas estruturas tem se tornado ainda mais crítica.

Empresas como Google, Amazon e Microsoft já reportaram que seus maiores gargalos operacionais para expansão de IA estão justamente na escassez de energia disponível para manter suas operações. Mais do que isso, datacenters também consomem enormes volumes de água para resfriamento, um recurso frequentemente invisibilizado nos cálculos de custo e de impacto ambiental.

Consumo de água para datacenters já provoca risco de escassez

Nos Estados Unidos, já há registros de cidades pequenas sendo afetadas por esse modelo: em The Dalles, no estado do Oregon, o Google consumiu em um único ano o equivalente a um quarto do abastecimento total da cidade. No Arizona e em partes da Virgínia, comunidades locais já enfrentam riscos concretos de escassez hídrica, agravados pelo consumo massivo de água necessário para resfriar esses centros. A instalação acelerada dessas infraestruturas, sem transparência ou regulação adequada, tem pressionado aquíferos, comprometido o abastecimento municipal e despertado reações legislativas em defesa da soberania sobre os recursos hídricos.

O excedente limpo e barato da Itaipu, assim, tornou-se alvo natural para uma nova forma de exploração: não apenas energética, mas também hídrica e territorial. Em vez de impulsionar a industrialização local ou atender às necessidades sociais da população, essa energia passaria a sustentar infraestruturas digitais controladas por corporações estrangeiras.

É isso o que já tem acontecido com o Brasil, que optou pelo clientelismo e gastou cerca de R$ 23 bilhões com soluções de TI, como indicado no estudo que realizamos em parceria com a USP e a UnB, ao invés de desenvolver sua própria infraestrutura tecnológica soberana. Com este valor, por exemplo, poderíamos ter construído pelo menos 86 datacenters brasileiros de tier 3.

Datacenters importados não serviriam aos interesses do Brasil, do Paraguai, da América Latina, muito menos do Sul Global como um todo. Tratam-se de corporações sediadas no Norte Global, que operam sob lógicas de extração e acumulação que garantem que tanto os lucros quanto o controle sobre os dados migrem para fora. Fica claro que o atual governo americano visa apropriar-se de nossos recursos para dar continuidade ao seu projeto de domínio digital, sustentado por infraestrutura alheia, energia barata e soberanias enfraquecidas.

E enquanto isso, a infraestrutura permanece aqui: consome nossa energia, ocupa nosso território e impõe custos ambientais, sem garantir sequer o acesso equitativo aos produtos que ajudamos a construir.

Esse é um dos perigos do Plano Redata, do ministro da Fazenda Fernando Haddad. Embora apresente-se como um esforço para reindustrializar o país por meio da digitalização e da economia verde, o programa carece de salvaguardas robustas contra a captura da infraestrutura pública por interesses do governo Trump e seus aliados.

A retórica de sustentabilidade, centrada na linguagem ESG e na valorização da energia limpa como vantagem comparativa, acaba servindo de justificativa para atrair datacenters estrangeiros que exploram essa energia renovável sem contrapartidas reais em soberania digital ou desenvolvimento local.

Ao priorizar a atração de datacenters e megainvestimentos tecnológicos com base na disponibilidade de energia verde, mas sem condicionar sua instalação à soberania sobre os dados, à propriedade do conhecimento gerado e ao controle dos recursos energéticos utilizados, o plano em verdade institucionaliza a subordinação do Brasil dentro da cadeia global da Inteligência Artificial.

Na prática, isso significa reforçar o tripé da colonização contemporânea: fornecemos o território para instalação da infraestrutura, a energia, limpa e barata, e os dados produzidos por nossa população, enquanto o Norte Global detém os algoritmos, os lucros e a governança. Nesse meio tempo, os esforços por regulamentação seguem presentes, mas com pouco retorno.

Nesse marco, é importante destacar que a própria governança da internet brasileira vem sendo alvo de ataques recorrentes: a FrenCyber (Frente Parlamentar de Apoio à Cibersegurança e à Defesa Cibernética), criada sob influência direta de setores militarizados e think tanks alinhados a Washington, atua como ponta de lança para reverter os princípios democráticos que estruturam a arquitetura digital brasileira.

Ao mesmo tempo, o Projeto de Lei 4557/2023, que visa transferir a supervisão do Comitê Gestor da Internet (CGI.br) para a Anatel representa um claro movimento de desmonte institucional. O CGI.br, referência internacional em governança multissetorial e civil da internet, passaria a ser subordinado a uma agência reguladora tradicional, tecnocrática e vulnerável a pressões políticas das Big Techs. Isso abriria espaço para o avanço de interesses corporativos transnacionais e enfraqueceria drasticamente a capacidade da sociedade civil de influenciar os rumos da política digital nacional.

Se implementado com sucesso, o plano de Washington marcará uma ruptura profunda na história de Itaipu e no próprio sentido da integração regional sul-americana. O que antes foi símbolo de solidariedade energética e cooperação soberana entre Brasil e Paraguai corre o risco de ser ressignificado como ativo estratégico a ser instrumentalizado por potências externas.

Em defesa do Sul Global

Em vez de aprofundar a cooperação Sul-Sul em torno da transição energética, da soberania tecnológica e do desenvolvimento compartilhado, essa nova etapa no plano civilizatório do Meta-Trumpismo expõe os países da região, para além do Brasil, a pressões que reeditam formas clássicas de subordinação, agora revestidas pela linguagem da inovação e da sustentabilidade.

A usina que nasceu de um tratado entre vizinhos será apropriada como ferramenta para a consolidação de infraestruturas tecnológicas coloniais, nas quais o Sul Global cumpre a função de fornecedor passivo de insumos estratégicos: sem decidir, sem comandar, sem se beneficiar.

Defender Itaipu hoje é defender o direito do Sul Global de existir como sujeito político diante de uma nova ordem digital que o quer, novamente, como periferia. E o predadorismo do Meta-Trumpismo se revela justamente na capacidade de articular política externa, capital privado e retórica tecnológica para reconfigurar a região como uma extensão funcional da infraestrutura digital norte-americana. Trata-se de uma forma de intervenção sem tanques nem tropas, mas com cabos, servidores e algoritmos. Uma reconversão da dependência, onde o domínio se faz pelo controle da base material da computação.

Se não enfrentarmos essa reconfiguração com coragem política, lucidez estratégica e compromisso regional, aceitaremos, sem resistência, sermos redesenhados como colônia digital da era da Inteligência Artificial, com nosso território, nossa energia e nossa cognição postos a serviço de infraestruturas que não controlamos, para fins que não decidimos.

Defender a soberania tecnológica hoje é disputar nosso destino político: é recusar ser o backend de um império em decadência enquanto nos vendem a fantasia da inovação. É exigir que a Inteligência, antes de Artificial, seja nossa.

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  • EUA miram energia de Itaipu para data centers de IA
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