23 Julho 2025
Com que frequência a agressão masculina é tristemente ligada à incapacidade de ganhar a afeição ou a estima de uma mulher?
O artigo é de Sara Giorgini, professora de Teologia Moral Fundamental, publicado por VinoNuovo, 22-07-2025.
O conceito de masculinidade tóxica tornou-se uma expressão popular, ainda que, muitas vezes, o reconhecimento de homens afetados por essa patologia relacional não seja tão óbvio. Geralmente, associa-se isso a formas abusivas ou violentas de papéis de gênero. Mais especificamente, com tal expressão faz-se referência a uma pluralidade de atitudes e características masculinas: o exercício da força física, a ostentação dos músculos e o orgulho viril, considerados prerrogativas tipicamente masculinas, senão até mesmo características da "verdadeira masculinidade". Quando a esta última se acrescenta o adjetivo "tóxica", dá-se a entender que essa suposição ou crença é, na realidade, perigosa para as mulheres porque favorece comportamentos dominadores e de violência, e é negativa para os próprios homens porque deforma a visão correta da masculinidade em si [1].
No decorrer das últimas décadas, reconheceu-se que muitos comportamentos masculinos desrespeitosos são ditados não apenas por formas de prepotência, mas também por atitudes de desvalorização em relação a mulheres autônomas, cultas e emancipada, que, segundo uma mentalidade patriarcal e autoritária, são acusadas de usurpar o poder dos homens [2]. Muitos são os exemplos desses comportamentos hoje reconhecidos como tóxicos: os abusos psicológicos, as violências físicas e verbais, os estupros em encontros (ou seja, a pretensão masculina de considerar subentendido que um encontro com uma mulher equivale automaticamente a poder acessar sua intimidade); o desprezo e a desvalorização da outra apenas porque a mulher não aceita um relacionamento com um homem que não lhe interessa ou com quem não tem afinidade (nesse caso, a reação é acusar a mulher de se achar superior).
A resposta madura de um homem seria investir tempo, recursos e energia para melhorar sua própria condição e não denegrir a mulher por ela não se rebaixar à dele. Essas pessoas passam o tempo desprezando, obstaculizando e perseguindo as vidas das mulheres em vez de se concentrarem nas próprias, desenvolvendo assim uma capacidade reflexiva sobre seus modos relacionais e uma crítica saudável ao seu modo de viver. Muito frequentemente são agressivos porque gostariam, com violência ou com a compra de algum bem, de obter aquilo que por natureza não se pode comprar: o afeto de uma mulher e a estima por parte dela.
Quem vive uma masculinidade tóxica nutre em relação ao universo feminino sentimentos contrastantes e ambivalentes; se, por um lado, experimenta frustração, tanto política quanto sexual, por outro, é atraído pelos novos modelos de feminilidade e sente-se culpado por não conseguir reconhecer serenamente a plena autonomia da mulher moderna [3].
Entre as concepções clericais de masculinidade tóxica estão considerar a mulher apenas sob o aspecto reprodutivo (e escrevo isso ressaltando que a maternidade tem um papel fundamental para a sociedade, que deve ser defendido e protegido, mas aqui trata-se de uma verdadeira violência psicológica), considerá-la em segundo plano em relação aos homens e pensar que, pelo fato de a mulher poder acessar cargos que lhe eram excluídos até uma década atrás, isso possa acontecer independentemente do critério de justiça econômica, quando a caridade — nos diz o compêndio da doutrina social da Igreja — se fundamenta na mesma.
O que agora parece evidente é que o homem não pode reivindicar com violência o seu papel, nem exigir da mulher o reconhecimento de uma suposta primazia hierárquica em casa, no trabalho ou no ambiente sociopolítico. Não deveriam existir cristalizações de poder ou hierarquias, nem no ambiente doméstico nem no público. O homem é, ao contrário, chamado pessoalmente a reconstruir sua identidade sem dominar a mulher, partindo de uma reciprocidade saudável que saiba valorizar as diferenças de ambos no respeito e na comunhão.
[1] I Men's Studies hanno riflettuto sul rapporto tra mascolinità tossica ed egemonia maschile, intesa come privilegi that alcuni uomini detengono a svantaggio di altri ou in generale delle donne.
[2] Cf. J. Bourke, Stupro, 8% Edição Kindle.
[3] Cf. DJ. West - C. Roy e Florence - L. Nichols, Understanding Sexual Attacks: A Study Based Upon a Group of Rapists Undergoing.