08 Julho 2025
- Entre as 'trilhas' estão a promoção da espiritualidade sinodal, o acesso a funções de responsabilidade e papéis de liderança que não exigem o sacramento da Ordem.
- Enfatiza a primazia do discernimento eclesial, a ativação de processos decisórios de estilo sinodal e a experimentação de formas apropriadas de transparência, responsabilização e avaliação.
O artigo é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 07-07-2025.
Eis o artigo.
"As Igrejas locais serão chamadas a partilhar as medidas tomadas em determinadas áreas específicas, de acordo com as modalidades e formas que se afigurem mais adequadas". A Secretaria Geral do Sínodo publicou as suas "orientações para a fase de implementação" do processo sinodal universal, que durará pelo menos até 2028. Estas incluem a "promoção da espiritualidade sinodal", o "acesso efetivo a cargos de responsabilidade e de liderança que não exijam o sacramento da Ordem por parte de mulheres e homens não ordenados, leigos e consagrados", e a "experimentação de formas de serviço e ministério que respondam às necessidades pastorais em diferentes contextos", seguindo os pontos 75 a 77 do Documento Final do Sínodo.
Estes pontos referem-se explicitamente ao "ministério do leitor e do acólito", mas também aos "ministérios não instituídos ritualmente, mas exercidos com estabilidade por mandato da autoridade competente, como, por exemplo, o ministério de coordenar uma pequena comunidade eclesial, guiar a oração comunitária, organizar ações de caridade, etc., que admitem uma grande variedade segundo as características da comunidade local", ou "ministérios extraordinários, como o ministério extraordinário da comunhão, presidir às celebrações dominicais enquanto se espera um sacerdote, administrar certos sacramentais e outros".
Junto com isso, as "pistas" publicadas hoje apontam para a primazia do "discernimento eclesial" — puro pensamento de Bergoglio — ou seja, "a ativação de processos decisórios de estilo sinodal" e "a experimentação de formas apropriadas de transparência, prestação de contas e avaliação". Ao mesmo tempo, recordam "a obrigatoriedade dos órgãos participativos previstos em lei nas dioceses e paróquias, e a renovação de suas modalidades de funcionamento de forma sinodal".
Os "percursos" de 18 páginas, preparados pela Secretaria Geral do Sínodo, endossados pelo Conselho Ordinário e aprovados por Leão XIV, delineiam o itinerário completo entre agora e 2028. São "um instrumento para acompanhar a fase final do processo sinodal", com um duplo propósito. Por um lado, "oferecer às Igrejas locais em todo o mundo um quadro de referência comum que facilite o seu caminho conjunto". Por outro, "promover o diálogo que conduzirá toda a Igreja rumo à Assembleia Eclesial de outubro de 2028".
O texto, organizado em quatro capítulos, visa oferecer uma chave interpretativa para a fase de implementação do processo sinodal. Partindo deste fundamento: "A forma sinodal da Igreja está a serviço de sua missão, e qualquer mudança na vida da Igreja visa torná-la mais capaz de anunciar o Reino de Deus e testemunhar o Evangelho do Senhor aos homens e mulheres do nosso tempo".
A fase de implementação do processo sinodal tem como ponto de referência comum o Documento Final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, fruto da escuta e do discernimento realizados desde o início do processo sinodal. Esta fase compete, sobretudo, às Igrejas locais, que são as verdadeiras protagonistas e chamadas a implementar, nos diversos contextos, as indicações autorizadas contidas no Documento Final. O trabalho, portanto, continua.
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