10 Junho 2025
Alerta de Rutte: "Ataque a Moscou dentro de 5 anos". Kremlin: "A aliança é um instrumento de agressão"
A reportagem é de Antonello Guerrera, publicada por La Repubblica, 10-06-2025.
Mark Rutte não mede as palavras: "Se alguém tentar atacar a OTAN, nós o devastaremos. Repito: nós o devastaremos. Porque é bom evitar mal-entendidos. Refiro-me à Rússia, mas não só". O secretário-geral da Aliança Atlântica também se refere à China "e a todos os países que formaram uma aliança clara com Moscou, como o Irã e a Coreia do Norte".
Rutte enfatiza outro conceito: "Somos uma aliança defensiva, só reagiremos se formos atacados". O Kremlin já havia respondido a ele, antes de seu discurso no think tank Chatham House, ontem, em Londres: "Agora, a OTAN, tendo jogado fora todas as máscaras, está demonstrando sua essência como um instrumento de agressão e confronto", declarou o porta-voz do Kremlin, Peskov, antecipando as palavras de Rutte, segundo as quais a Aliança deve "aumentar em 400%" sua capacidade de defesa aérea e antimísseis em resposta à ameaça russa.
Isso porque, segundo o ex-primeiro-ministro holandês, se a OTAN tiver uma economia 25 vezes maior que a da Rússia, "Moscou produz em três meses as munições que a Aliança Atlântica consegue fabricar em um ano. Se não nos rearmarmos rapidamente, a Rússia atacará a OTAN nos próximos cinco anos, como confirmaram vários generais ocidentais".
Rutte falou e respondeu a perguntas alguns dias antes da cúpula da OTAN em Haia, nos dias 24 e 25 de junho, e durante uma viagem europeia que, depois de Londres, também o levará à Itália: "A coexistência que acreditávamos pacífica e agradável com os russos após a queda do Muro de Berlim desapareceu. Putin não quer paz na Ucrânia e tem uma visão expansionista. Devemos proteger a frente oriental". Por isso, Rutte diz estar certo da participação dos EUA na OTAN, apesar de Trump, encobre a possibilidade de Kiev na Aliança Atlântica e pede um compromisso dos países-membros de 3,5% e depois 5% do PIB para a Defesa. "Caso contrário, é melhor aprender russo...".
Ontem, Rutte se encontrou com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em Downing Street. Starmer, por sua vez, conversou com Merz, após sua visita à Casa Branca na semana passada, sobre a coordenação do aumento dos gastos militares na Europa. Segundo o ministro das Relações Exteriores russo, o chanceler alemão, para quem a Alemanha deve se tornar a maior potência militar da Europa, "ainda tem a mentalidade de Hitler, que pensava em conquistar territórios para obter acesso a recursos naturais". Como se a Rússia não estivesse atacando outros países hoje.