05 Junho 2025
Rutte: “Prontos para uma reação devastadora”. Washington aconselha os europeus a quintuplicarem suas defesas antiaéreas.
A reportagem é de Claudio Tito, publicada por La Repubblica, 05-06-2025.
A OTAN e o Ocidente devem se preparar para o pior. Porque a Rússia é mais uma vez um perigo. A necessidade de enfrentar um ataque deve ser levada em conta. O alarme foi dado ontem durante a cúpula dos ministros da Defesa da Organização do Atlântico Norte (OTAN). Primeiro, o embaixador americano, Matthew Whitaker (o secretário de Defesa, Hegseth, de fato renunciou à reunião), depois o próprio secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, alertou que os aliados – especialmente os europeus – têm o dever de tomar nota. "A urgência do momento é inegável", disse Whitaker. "Enquanto o conflito entre a Rússia e a Ucrânia continua, Moscou já prepara seu próximo passo. O Kremlin está reconstruindo seu exército. Os aliados da OTAN devem superar a Rússia. Não temos outra escolha. Deixem-me ser claro: chegou a hora de agir. Precisamos de uma aliança construída para as ameaças de 2025 e além, não para os campos de batalha de ontem".
O tom de Rutte não foi diferente. Estamos sempre preparados para qualquer eventualidade. E Vladimir Putin deve saber que, se tentar nos atacar – referindo-se principalmente aos países bálticos – nossa reação será devastadora. Seremos devastadores e muito eficazes mesmo em 3, 5 ou 7 anos, e é por isso que precisamos investir mais. Assim, "cada centímetro do território da OTAN" será defendido e "qualquer um, seja Putin ou qualquer outra pessoa, que pense que este não é o caso, está errado e enfrentará as consequências".
Há dois pontos de partida. A esta altura, até mesmo Donald Trump já entendeu que o presidente russo não tem intenção de alcançar a paz ou uma trégua na Ucrânia. Esse foco de guerra permanecerá ativo pelo menos pelos próximos meses. Os relatórios de várias agências de inteligência europeias confirmam, acima de tudo, que os planos de Moscou incluem constantemente o desejo de retomar o controle de parte dos territórios que antes pertenciam à "Grande Rússia", ou seja, países como Lituânia, Estônia, Letônia e Moldávia. Um risco que a OTAN não pode ignorar. Tanto que os EUA estão aconselhando seus parceiros no "Velho Continente" a quintuplicar seus sistemas de defesa aérea e terrestre.
O segundo ponto é consequência do primeiro: os aliados devem gastar mais em defesa. Washington deixou claro, desde a posse do novo governo, que não pretende mais arcar sozinho com o ônus da segurança europeia. "No momento", destacou Rutte, sem tranquilizar os ouvintes, "não há planos para a retirada de tropas dos Estados Unidos da Europa", mas "esperam que os aliados europeus e canadenses gastem muito mais".
Os Estados Unidos, também em vista da cúpula da OTAN no final do mês na Holanda, insistem que os gastos com defesa atinjam 5% do PIB. De fato, consideram isso "não uma sugestão", mas "um compromisso concreto". No entanto, este é um número monstruoso para muitos países da União. Basta dizer que a Itália atinge atualmente 1,3%, ou um terço do que foi solicitado. Até mesmo o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, freou essa meta: "Ninguém, no momento, realmente apoia a meta de 5%, porque ela é irrealista. O que estamos falando é de um aumento dessa porcentagem nos próximos anos".