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10 Junho 2025

“É urgente apurar a visão, aprender a ouvir, a sentir o que está em curso nos EUA. Compreender o movimento que se desenvolve nas terras de Trump, que se apresenta em todos os continentes, e também no Brasil, ajuda a preservar a diversidade e a democracia, essenciais para a produção do conhecimento científico em tempos sombrios”, escreve Glauco Arbix, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, em artigo publicado por Jornal da USP, 06-06-2025.

Eis o artigo.

A ciência, como a universidade norte-americana, está encurralada. O governo Trump editou mais um decreto – Restaurando o Padrão-Ouro da Ciência – que parece reforçar a transparência da pesquisa, o compromisso com o rigor e a imparcialidade científica. Nada mais enganoso. O decreto, na verdade, permite que agentes públicos possam demitir pesquisadores ou interromper projetos que não estejam sintonizados com os objetivos do atual governo.

O Decreto cita práticas consagradas pela comunidade científica e fala sobre transparência, colaboração, revisão imparcial dos pares e outros itens consagrados pela comunidade científica há décadas. A surpresa, porém, está na liberação de servidores do Estado para:

(i) decidir sobre a boa ou má conduta científica com base em seu juízo;

(ii) punir pesquisadores que não amoldados às regras;

(iii) selecionar temas que podem ou não receber financiamento;

(iv) interromper pesquisas em andamento;

(v) cancelar bolsas.

Estudos sobre clima, desinformação, vacinas, saúde mental, saúde da mulher, saúde LGBTQ+ e até mesmo educação Stem estão entre os alvos preferenciais do governo.

O decreto soma-se aos profundos cortes no orçamento federal dedicado à ciência e às insistentes retaliações contra as principais universidades americanas – a começar por Harvard – por não atenderem as suas exigências e não se dobrarem ao governo. No entanto, atinge também todas as instituições do sistema nacional de ciência e tecnologia dos EUA, como os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), que formam o maior complexo de pesquisa do mundo sobre medicamentos e terapias. Apesar de suas pesquisas salvarem milhões de vidas, o NIH espera cortes de mais de 40% em 2026 com redução obrigatória dos estudos sobre vacinas, câncer, diabetes e centenas de outras doenças.

A drástica redução do financiamento à ciência nos EUA repercute diretamente na pesquisa mundial, em todos os continentes, inclusive no Brasil, em que vários projetos em parceria com cientistas americanos foram suspensos.

Ao expor os riscos sociais de uma ciência amordaçada e controlada, Victor Ambros e Carol Greider (que receberam o Nobel de Medicina, em 2024 e 2009, respectivamente) relembraram o perigo dos Estados Unidos reproduzirem a tragédia encetada pelo biólogo Trofim Lysenko, protegido por Josef Stalin, que levou a biologia da antiga União Soviética a substituir as evidências científicas e a realidade dos fatos pela ideologia.

As consequências para a sociedade soviética foram catastróficas. Na década de 1930, promessas de um aumento exponencial da produtividade das colheitas, necessária para alimentar milhões no país, castraram as pesquisas e distanciaram a biologia soviética da fronteira tecnológica. Cerca de três mil biólogos que divergiram de Lysenko foram demitidos ou presos por ordem do Partido Comunista, mesmo com seu fracasso em evitar que a fome matasse mais de 30 milhões de pessoas.

Lysenko é hoje visto como um paradigma da anticiência. Suas pesquisas persistem como exemplo dos descaminhos que a ciência pode trilhar por conta da manipulação política. Além de perdas substantivas na agricultura, a genética soviética, a biologia molecular e até mesmo os estudos sobre evolução pararam no tempo. Anos depois, no pós-Guerra, a Academia Lênin de Ciências da Agricultura ainda classificava a genética como uma pseudobiologia, antinacional e idealista, o que aumentava ainda mais o fosso entre a comunidade científica internacional e a ciência soviética.

Muitos geneticistas e agrônomos que se opuseram a Lysenko foram fuzilados nos expurgos de 1936. E o preço foi alto, uma vez que a genética na URSS somente conseguiu se recuperar como campo de pesquisa após a morte de Stalin (1953) e o afastamento de Nikita Khrushchev (1964), que nunca abandonaram Lysenko em sua trajetória.

As teorias exóticas, que negavam a hereditariedade e a evolução, complementadas pela interferência da política no mundo da ciência, responderam pelo isolamento e atraso da biologia soviética e em vários países comunistas, que ficaram à margem das pesquisas sobre DNA que se aceleravam no exterior.

Hoje em dia, após as investidas de Trump, cientistas não hesitam em invocar uma espécie de síndrome de Lysenko para caracterizar as ameaças que sofre a ciência americana. O decreto presidencial frustra esforços da comunidade científica que há muito trabalha para separar ciência e política, na tentativa de manter a integridade da pesquisa.

Não foi por outra razão que quase cinco mil cientistas assinaram uma carta aberta que condena o decreto de Trump, ainda mais porque simula a linguagem da ciência para disciplinar e subordinar a atividade científica.

Para muitos, essa ingerência não é novidade. Durante o primeiro mandato do atual presidente, pesquisadores acusaram reiteradamente o governo de minar a ciência e censurar cientistas, como ocorreu na Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA). As pressões de Trump levaram seu sucessor, Joe Biden, a determinar que as agências federais criassem políticas de integridade científica para proteger cientistas de eventuais ingerências do governo. O recente decreto de Trump serviu-se da preocupação legítima sobre a confiabilidade da ciência para anular completamente as políticas de Biden.

Autocratas modernos nem sempre se parecem com antecessores mais agressivos do século 20. Muitas vezes evitam a violência ostensiva e não ficam corados ao se referir à língua da democracia. Ascendem por meio de eleições e falam sobre as necessidades do povo. Mas não hesitam em atacar a mídia, em gerar fake news, atacar as universidades e o judiciário e ameaçar a ciência.

No início de 2000, o cientista político Andreas Schedler cunhou a expressão “electoral authoritarianism”; pouco depois, Steven Levitsky e Lucan Way criaram o termo “autoritarismo competitivo”, para designar sistemas que se utilizam da manipulação, da censura, de ameaças, perseguições e retaliações contra seus opositores. Sergei Guriev e Daniel Treisman exploraram o que denominam de “autocracia informacional”, inspirados em Viktor Orbán. A Hungria preservou estruturas formais da democracia – tribunais, parlamento e eleições regulares – mas esvaziadas pela ação do Executivo. Orbán persegue jornalistas, destrói a reputação de seus críticos, responsabiliza imigrantes pelas dificuldades do povo húngaro e ataca as universidades. Com estilos semelhantes, autocratas surgiram na Venezuela, no Equador, na Malásia, em El Salvador, na Nicarágua e no Cazaquistão, que recorrem aos recursos tradicionais de violência apenas em situações de maior risco.

A democracia sobrevive nos EUA, mas corre grande risco, pois Trump é forte candidato a autocrata. É certo que a constituição americana oferece proteção contra suas invectivas. Mas ninguém sabe até quando a resistência institucional, sem a presença ativa da população, vai perdurar.

Por isso mesmo, é urgente apurar a visão, aprender a ouvir, a sentir o que está em curso nos EUA. Compreender o movimento que se desenvolve nas terras de Trump, que se apresenta em todos os continentes, e também no Brasil, ajuda a preservar a diversidade e a democracia, essenciais para a produção do conhecimento científico em tempos sombrios.

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