A resistência feminina frente um mundo ferido. Destaques da Semana no IHU Cast

Arte: Mateus Dias | IHU

Por: Cristina Guerini e Lucas Schardong | 07 Junho 2025

Um farol de esperança conduzido por uma jovem mulher navega rumo à Gaza. Nas mães palestinas, que carregam os corpos dos seus filhos, a esperança no futuro. No Brasil, uma mulher que não se deixa intimidar pelo machismo e a ganância dos congressistas. Nas mulheres indígenas, o retrato da resistência ancestral. Na Alemanha, nove mulheres candidatas ao sacerdócio. No Irã, o lema Mulher Vida Liberdade faz a revolução. Ao redor do globo são elas, as mulheres, que têm coragem de enfrentar os dramas do mundo ferido.

Caminhos para a revolução

No movimento zapatista, podemos vislumbrar um caminho que rompa com essa complexa crise que o mundo atravessa. Nas palavras de Raul Zibechi: “o que já estamos vivendo e o que se avizinha são tão fortes, tão destrutivos para os povos, que não poderemos impedi-los, mesmo que continuemos resistindo. Quando o movimento zapatista diz que resistimos e lutamos para que a criança que nascerá daqui a cento e vinte anos tenha a liberdade de escolher, está colocando as coisas em seus justos termos. O colapso é tão destrutivo que o dia depois da reconstrução será muito longo”.

Massacre dos famintos e a perpetuação do genocídio

É impossível não voltarmos nossos olhos à Gaza.

Essa semana, assistimos mais uma vez o drama que é viver no enclave. Vimos ao massacre dos famintos que corriam em busca de ajuda humanitária, que depois foi cancelada. A morte do médico, pai das nove crianças assassinadas por Israel na semana anterior. Os relatos da dura rotina do socorrista. O depoimento dramático do pároco de Gaza. O veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU pelo cessar-fogo. E o videoclipe da Oração pelos mortos em Gaza. O genocídio em Gaza segue matando a população civil.

Patinando

O Brasil segue patinando na proteção ambiental. Em plena semana do meio ambiente, Lula diz que não leu o PL da devastação e que não vai deixar de explorar petróleo. Uma efetiva política indigenista foi abandonada e os congressistas continuam querendo ouvir o estouro da boiada nas porteiras da Amazônia. Em ano de COP30, o país ainda não fez a lição de casa.

Divórcio

Após sua saída do governo Trump, Elon Musk intensificou as críticas ao “grande e belo” projeto de lei tributária que o mandatário está tentando aprovar no senado estadunidense. Daí em diante, o divórcio passou a ser litigioso e transmitido ao vivo pela troca de farpas nas redes sociais. Musk ainda acusou o presidente de envolvimento no caso de Epstein, que foi preso e condenado nos anos 1990 por tráfico sexual. O presidente americano dobrou a aposta e ameaçou cancelar os contratos do governo com as empresas do bilionário da tecnologia. 

Os decretos e as mudanças nas legislações norte-americanas no governo trumpista têm espalhado caos e preocupação, não só internamente, mas também no mundo. A Lei Tributária foi pensada para deixar os ricos mais ricos. No âmbito internacional, os efeitos dos cortes dos primeiros dias de mandato estão aparecendo. Um dos impactos mais significativos do fim do programa de ajuda humanitária USAID está ocorrendo na África. Os cortes impactam severamente os programas de Aids na África do Sul, o que pode levar a mais de 500 mil mortes na próxima década. O financiamento do UNICEF para a resposta humanitária está em risco. “Num momento em que quase 200 milhões de crianças em todo o mundo dependem de ajuda para salvar suas vidas, alguns dos países mais ricos do mundo estão virando as costas para as crianças e cortando seus orçamentos”, disse Vicente Raimundo, diretor de Programas Internacionais da Save the Children. No total, quase cem programas foram completamente interrompidos pela organização.

Esses e outros assuntos nos destaques da semana.

Os programas do IHU estão disponíveis nas plataformas Anchor e Spotify e podem ser ouvidos on-line ou baixados para o seu celular. Ouça outros episódios clicando aqui

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