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Minerais críticos: corrida global por energia limpa pode expor Amazônia a novo ciclo de exploração. Artigo de Robert Muggah

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31 Mai 2025

“A Bacia Amazônica, tida como o maior sumidouro de carbono e reduto de biodiversidade do planeta, está no centro de outra pauta global: a corrida por minerais críticos e elementos de terras raras. À medida em que países aceleram rumo à descarbonização, cresce a busca por metais essenciais à energia limpa, como lítio, níquel, cobre, cobalto e outros usados em painéis solares, veículos elétricos, turbinas eólicas e armamentos. Mas essa corrida por ‘minerais verdes’ expõe um paradoxo: a transição para um futuro com menos carbono pode acelerar a destruição ambiental, afetar populações locais e fragilizar regulamentações em uma das regiões mais vulneráveis do planeta”. A reflexão é de Robert Muggah, em artigo publicado por The Conversation Brasil, 21-05-2025.

Robert Muggah foi cofundador do Instituto Igarapé, um think tank independente, e cofundador da Bioverse, uma startup de inteligência florestal. Muggah também é consultor sênior das Nações Unidas, do FMI, do BID e do Banco Mundial, diretor do SecDev Group e associado do SuperNature, um laboratório de design urbano. Também liderou pesquisas sobre minerais críticos e terras raras no Brasil, Ucrânia e outros países.

Eis o artigo.

A Bacia Amazônica, tida como o maior sumidouro de carbono e reduto de biodiversidade do planeta, está no centro de outra pauta global: a corrida por minerais críticos e elementos de terras raras. À medida em que países aceleram rumo à descarbonização, cresce a busca por metais essenciais à energia limpa, como lítio, níquel, cobre, cobalto e outros usados em painéis solares, veículos elétricos, turbinas eólicas e armamentos. Mas essa corrida por “minerais verdes” expõe um paradoxo: a transição para um futuro com menos carbono pode acelerar a destruição ambiental, afetar populações locais e fragilizar regulamentações em uma das regiões mais vulneráveis do planeta.

A nova corrida do ouro verde

A Amazônia já viveu outros ciclos de exploração. Da borracha à carne bovina, da madeira à soja, suas florestas foram moldadas por mercados externos. Agora, o foco está nos recursos minerais do subsolo, cobiçados por multinacionais e estatais. O Brasil, potência mineradora da América do Sul, concentra mais de 90% das reservas lavráveis globais de nióbio – metal essencial para ligas de supercondutores. O Complexo de Carajás, no Pará, operado pela Vale SA, é uma das maiores minas de ferro a céu aberto do mundo, com cobre, ouro e manganês. Já a Norsk Hydro opera minas de bauxita em Paragominas, também no Pará, reforçando o elo da Amazônia nas cadeias globais.

Bolívia, Colômbia, Equador e Guiana se colocam como novos polos em minerais estratégicos. A planície boliviana vê crescer o garimpo informal de ouro, além de possuir reservas de estanho e um depósito intocado de terras raras. O departamento colombiano de Vichada abriga o projeto Minastyc, da canadense Auxico Resources, que extrai tântalo, nióbio e gálio. Já o sudeste do Equador se abre à extração de cobre e ouro, com megaprojetos como Cascabel e Mirador atraindo bilhões de dólares. Suriname e Guiana, antes voltados ao ouro e à bauxita, agora investigam jazidas de terras raras no Escudo das Guianas.

Esse cenário ocorre em meio à disputa global por minerais estratégicos. A China, líder no refino de terras raras, amplia sua presença na América do Sul via infraestrutura e contratos minerais, inclusive no triângulo do lítio entre Argentina, Chile e Bolívia. Também está ativamente expandindo investimentos em minas no Brasil e no Peru. Enquanto isso, EUA, União Europeia, Canadá e Japão buscam fontes alternativas e rotas fora do controle chinês. Países da Amazônia viraram alvos centrais, com empresas ocidentais e asiáticas disputando áreas de exploração, geralmente com apoio de financiamento estatal.

Uma floresta sob cerco

Os obstáculos logísticos e regulatórios são enormes. Muitas das áreas ricas em minerais ficam em locais remotos, com pouca infraestrutura e fiscalização. Ferramentas geoespaciais disponíveis da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG) e da Agência Nacional de Mineração (ANM) revelam sobreposições entre concessões, terras indígenas e áreas protegidas, indicando que a mineração avança sobre zonas legalmente restritas. No Brasil e na Colômbia, grupos ilegais e cooperativas informais confundem os limites entre o legal e o clandestino, dificultando a supervisão. O isolamento geográfico da região agrava tudo: pode-se levar dias para acessar alguns locais por barco, com sinal digital instável, na melhor das hipóteses.

Mesmo com todas essas limitações logísticas, o crime organizado avança. Redes ligadas ao tráfico de cocaína, à extração ilegal de madeira e ao garimpo se expandem agora para os minerais mais valiosos. Na Colômbia, dissidências das FARC e grupos paramilitares controlam partes do comércio de ouro e coltan (columbita-tantalita). Na área do Tapajós brasileiro, o garimpo ilegal cresce apesar de operações como a Escudo Yanomami. Em toda a região, a contaminação por mercúrio nos rios, causada pela mineração artesanal, destrói a vida aquática e intoxica comunidades indígenas.

Mas o risco não é só ambiental. Essas atividades minam a autoridade estatal, corrompem instituições e desestabilizam regiões. Na Bolívia e no Equador, protestos contra concessões – muitas sem consulta prévia – se intensificam, gerando bloqueios, ações judiciais e repressão violenta. No Arco Mineiro do Orinoco, na Venezuela, a mineração se tornou militarizada: Estado e grupos armados disputam territórios com violência, trabalho forçado e desmatamento massivo. No local, a união entre ouro, diamantes e coltan frente a impunidade e repressão, gerou uma crise humanitária travestida de progresso.

Há iniciativas de transparência e regulação ambiental, mas falta consistência. A Agência de Mineração da Colômbia (ANM) criou um cadastro digital e adota sistemas de rastreabilidade como o Registro Único de Comercializadores de Minerais do país (RUCOM). O Brasil tem o Código Florestal e agências como IBAMA e SISNAMA. Bolívia, com a GeoBolivia, e Equador, com o Geoportal de Cadastro Mineiro, oferecem mapas com sobreposições ambientais, mas os dados são desiguais e mal fiscalizados — principalmente nas zonas de fronteira. Há também tentativas de ligar a mineração a acordos internacionais, como a Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional (UNTOC).

Transição justa ou nova exploração?

O dilema é evidente: como conciliar demanda por minerais estratégicos – essenciais para a transição energética – sem destruir a integridade ecológica e social da Amazônia? Não há resposta simples. Medidas como formalizar a mineração artesanal, promover tecnologias livres de mercúrio e reforçar os estudos de impacto ambiental são necessárias, mas ainda insuficientes. O que se exige são modelos de governança que coloquem em primeiro plano os interesses das comunidades locais, garantam consultas rigorosas e respeitem os limites ecológicos acima da lógica da extração a qualquer custo. Programas como a Iniciativa para a Transparência nas Indústrias Extrativas (EITI) oferecem estruturas de prestação de contas, mas sua eficácia depende do compromisso dos governos e da participação ativa da sociedade civil.

Sobretudo, o debate sobre energia limpa deve encarar seu próprio custo extrativo. A descarbonização não pode se dar às custas de florestas devastadas, rios contaminados e comunidades desalojadas. A Amazônia não é só um depósito de recursos: é um organismo vivo que regula o clima, sustenta culturas e aponta alternativas. Se os minerais que alimentam a energia verde forem extraídos com os mesmos danos que deveriam evitar, a transição ecológica será apenas mais um capítulo da longa história de exploração amazônica.

Enquanto investidores, governos e ambientalistas correm atrás dos blocos construtores de uma economia de baixo carbono, a Amazônia está em uma encruzilhada: será uma nova fronteira mineral sacrificada à demanda global? Ou poderá ser palco de uma transição justa e sustentável, que respeite pessoas e ecossistemas tanto quanto as metas de produção? A resposta pode moldar não apenas o futuro da energia limpa, mas o destino da maior floresta tropical do mundo.

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