17 Dezembro 2024
Segundo o Greenpeace, o garimpo ocupa 13,8 mil hectares em 15 Áreas Protegidas na Amazônia; entre setembro e outubro, a atividade devastou 330 hectares.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 17-12-2024.
A retomada da fiscalização ambiental e do combate ao garimpo ilegal na Amazônia ainda não foi suficiente para conter o avanço deste crime nas Unidades de Conservação (UC) da Amazônia. Um levantamento divulgado pelo Greenpeace Brasil na semana passada mostrou que o garimpo ocupa atualmente 13.814 hectares em 15 Áreas Protegidas (APs) na região.
Entre setembro e outubro, cerca de 330 hectares de novos pontos de garimpo foram identificados em áreas protegidas na Amazônia. A maior parte da atividade garimpeira está concentrada nas bacias dos rios Tapajós, Crepori, Jamanxim, Maués-Açu e Abacaxis, na divisa entre Pará e Amazonas.
As UCs são as mais afetadas, como a Floresta Nacional do Amanã (PA), que registrou mais de 102 hectares de novas áreas de garimpo entre setembro e outubro, e a Estação Ecológica do Alto Maués (AM), que perdeu 47,89 hectares no mesmo período. Bandnews e ((o))eco deram mais detalhes.
Ainda sobre garimpo em UCs, na semana passada o Ibama suspendeu 331 permissões de exploração mineral na Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, nas proximidades da Terra Indígena (TI) Munduruku.
De acordo com o órgão, os fiscais identificaram graves irregularidades administrativas e alto impacto ambiental associados a Permissões de Lavra Garimpeira (PLG). Entre as infrações, destaca-se o uso indiscriminado de mercúrio, com a apreensão de 4,975 kg do metal pesado sem comprovação de origem legal. O g1 deu mais detalhes.
Uma análise da Repórter Brasil identificou que algumas das maiores multinacionais do mundo podem estar usando, em sua cadeia de produção, ouro fornecido por um grupo brasileiro suspeito de envolvimento com garimpos ilegais no Pará. Segundo a reportagem, a revendedora Fênix Metais do Brasil, investigada por um suposto esquema de exploração e “esquentamento” de ouro, vendeu o metal para uma refinadora indiana que tem como seus clientes gigantes como Amazon e Google, além da brasileira EMBRAER.
O Ministério Público Federal (MPF) voltou a pedir à União que tome medidas de controle sobre o comércio de ouro de garimpo. De acordo com o órgão, a despeito das ações adotadas desde o começo de 2023, “persistem deficiências que permitem a lavagem de dinheiro e a comercialização de ouro extraído ilegalmente”. Entre as medidas sugeridas, o MPF destacou a proibição de novas permissões para garimpo e de renovação para pessoas que já possuam área permissionada superior a 50 hectares; a obrigação de cancelar as permissões que não iniciaram a exploração no prazo legal de 90 dias; e a obrigação de implementar a informatização de todos os procedimentos relacionados à compra, venda, transporte e custódia do ouro extraído. Pará Terra Boa e UOL deram a notícia.
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Garimpo ilegal ocupa quase 14 mil hectares em Unidades de Conservação na Amazônia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU