Emergência hídrica e energética: O impacto ambiental dos data centers. Artigo de Henrique Cortez

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08 Mai 2025

Descubra como os data centers da economia digital consomem milhões de litros de água diariamente e 1% da energia global, sobrecarregando recursos naturais essenciais e infraestruturas locais.

O artigo é de Henrique Cortez, jornalista, ambientalista e editor do portal EcoDebate, publicado por EcoDebate, 07-05-2025.

Eis o artigo.

No coração pulsante da economia digital global, escondidos em imensos galpões climatizados, os data centers operam incessantemente, processando bilhões de dados por segundo. Enquanto desfrutamos da conveniência de armazenamento em nuvem e streaming de vídeos, poucos questionam o verdadeiro custo ambiental dessa infraestrutura tecnológica.

A realidade é preocupante: estes templos da informação estão se tornando vilões silenciosos na luta contra as mudanças climáticas e a escassez de recursos naturais.

No caso brasileiro, de acordo com matéria do G1, o governo publica MP para desonerar data centers de tributos, o que pode trazer centros internacionais para o Brasil, pressionando nossos recursos hídricos e a geração de energia.

A fome energética dos gigantes digitais

Os data centers são verdadeiros glutões energéticos. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), essas instalações já consomem aproximadamente 1% da eletricidade gerada no mundo – número que deve duplicar até 2030 com o crescimento da IA generativa.

“Um único data center de grande porte pode consumir tanta eletricidade quanto uma cidade de porte médio”, explica Ana Carvalho, da Universidade de São Paulo. Em países onde a matriz energética ainda depende de combustíveis fósseis, isso eleva as emissões de gases de efeito estufa.

Água: o recurso invisível da economia digital

O apetite por água dos data centers é igualmente preocupante. Ela é fundamental para os sistemas de resfriamento, que mantêm temperaturas controladas nos servidores.

“Um data center típico pode usar de 3 a 5 milhões de litros de água por dia, equivalente ao consumo diário de uma cidade de 30.000 habitantes”, alerta Roberto Mendes. Em regiões com estresse hídrico, como o Sudeste brasileiro, isso agrava a escassez de água potável.

O paradoxo da sustentabilidade digital

Quanto mais avançamos em direção a computação em nuvem e IA, maior a necessidade de infraestrutura consumidora de recursos. “Vivemos um paradoxo: muitas tecnologias digitais prometem soluções ambientais, mas sua própria infraestrutura pode agravar esses problemas”, observa Carlos Martins, da UFRJ.

Em busca de soluções sustentáveis

Empresas como Google, Microsoft e Amazon anunciam metas para operações neutras em carbono e uso eficiente da água. Sistemas de resfriamento a ar, água reciclada e localização em climas frios são algumas das alternativas.

O que você pode fazer

  • Questione a necessidade: armazene apenas dados essenciais.
  • Prefira serviços com compromissos ambientais claros.
  • Apoie políticas que exijam eficiência energética e hídrica.
  • Reduza seu consumo digital: baixe a resolução de streaming e limpe arquivos desnecessários.

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