01 Abril 2025
Bispos da Igreja Evangélica Luterana de Wisconsin e Upper Michigan contestam, no documento intitulado Pela Liberdade Religiosa e Contra o Nacionalismo Cristão, a ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump em 6 de fevereiro, que estabelece uma nova “Força-Tarefa para Erradicar o Preconceito Anticristão”. A força-tarefa tem por objetivo “identificar quaisquer políticas, práticas ou condutas anticristãs ilegais”.
A reportagem é de Edelberto Behs.
Redigido pelo bispo Paul Erickson, do Sínodo da Grande Milwaukee, o documento acusa o governo federal de dar a si mesmo a autoridade de definir o que é considerado “anticristão” e, portanto, também a autoridade para definir o que é cristão – “um poder que pertence somente à Igreja, não ao governo federal”.
Os bispos luteranos destacam que essa ordem executiva “viola a liberdade religiosa, corrompe a separação entre igreja e estado, e cria um ambiente mais hostil para os cristãos e todos os cidadãos que acreditam de forma diferente da administração atual e seus conselheiros religiosos”.
Afirmam, ainda, que a ordem executiva de Trump “alinha o governo federal com o nacionalismo cristão, uma perigosa confusão de cristianismo fundamentalista, política conservadora e patriotismo feroz que distorce o que significa ser um cristão americano e um cristão engajado na sociedade”. O nacionalismo cristão, apontam, é uma “ideologia perigosa que distorce o Evangelho e transforma Jesus e o cristianismo em uma arma de poder e divisão em vez de um movimento em direção ao amor e à justiça”.
Como cidadãos dos Estados Unidos, frisam os religiosos, “defendemos um sistema de governo que tenta manter o bem comum central, defende a liberdade religiosa e protege os direitos de todos”. Eles apelam ao presidente estadunidense e a todos os governantes eleitos que protejam a liberdade religiosa e defendam a constituição do país.