31 Março 2025
A informação é publicada por Religión Digital, 28-03-2025.
O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, disse na quinta-feira que o Papa Francisco pode não conseguir exercer seu papado como fazia antes, após sua longa hospitalização por uma infecção respiratória, e enfatizou que "diferentes maneiras terão que ser encontradas" para que ele faça isso.
"Recebo continuamente mensagens de pessoas que dizem estar rezando pelo Papa, por sua plena recuperação, para que ele possa voltar a governar a Igreja", disse Parolin, que explicou que "talvez não" consiga trabalhar "como antes" e que "serão necessários meios" para que "em todo caso, ele possa fazê-lo".
Falando à imprensa à margem de um evento na Fraterna Domus, em Sacrofano, perto de Roma, Parolin disse que o Papa continua sua convalescença no Vaticano após receber alta no último domingo e que, diante disso, "ele deve se recuperar e manter a calma".
Francisco "está descansando, não está vendo ninguém e, até onde sei, não está tendo audiências", disse o secretário de Estado do Vaticano. Ele ressaltou que "o importante é que ele encontre tempo para se recuperar aos poucos".
"Esta é a única medida: manter a calma e abster-se de qualquer atividade, especialmente as públicas", acrescentou Parolin.
O Vaticano publicou nesta quinta-feira os próximos eventos do calendário, que incluem os ritos da Semana Santa, mas sem indicar quem os celebrará, pois tudo indica que o Papa ainda está em convalescença.
Fontes do Vaticano explicaram que nada foi organizado ainda para a Semana Santa, mas o Vaticano está estudando um "Plano B" para substituir Francisco, talvez com vários cardeais em cada rito, durante um dos períodos mais importantes para a Igreja Católica.
Sobre os eventos da Semana Santa, Parolin disse que o plano ainda não está claro: "Vamos ver se o Papa pode presidir as celebrações ou se ele delega um cardeal para fazê-lo em seu nome", disse ele.
Francisco, de 88 anos, recebeu alta no domingo após ser internado por uma infecção respiratória e pneumonia bilateral, e os médicos recomendam que ele fique em convalescença por pelo menos dois meses, continuando o tratamento e fazendo fisioterapia respiratória.
Parolin também falou sobre a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza. Em relação à Ucrânia, ele pediu negociações "sem pré-condições" para alcançar a paz, enquanto em relação a Gaza, ele pediu um "senso de moderação" por parte do Hamas e de Israel para encontrar novas maneiras de alcançar um cessar-fogo.
"Acredito que ambos os lados precisam de grande contenção, algo que talvez nem o Hamas nem os israelenses tenham demonstrado", concluiu o Secretário de Estado do Vaticano.