10 Dezembro 2024
Entre os centenas de eventos organizados para o Jubileu de 2025 que serão celebrados em Roma – onde se espera a presença de mais de 30 milhões de peregrinos – há um que, faltando nove meses, já gerou grande expectativa, alguns sentimentos contraditórios e também duras críticas de certos setores LGBTI. Esses setores acusam o Vaticano de esconder um ato cheio de simbolismo, que levará em peregrinação à Basílica de São Pedro, para atravessar a Porta Santa e obter as indulgências plenárias, membros desse grupo que assim desejarem.
A informação é José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 10-12-2024.
Entre os centenas de eventos organizados para o Jubileu de 2025, que será celebrado em Roma — onde se espera a presença de mais de 30 milhões de peregrinos —, há um que, a nove meses de sua realização, já despertou grande expectativa, alguns sentimentos conflitantes e também duras críticas de alguns setores LGTBI. Esses críticos acusam o Vaticano de ocultar um ato cheio de simbolismo, que levará em peregrinação à Basílica de São Pedro, para atravessar a Porta Santa e obter as indulgências plenárias, membros desse coletivo que assim o desejarem.
Trata-se de uma peregrinação do grupo italiano "La Tenda di Gionata" (A Tenda de Jônatas), programada para os dias 5 e 6 de setembro do próximo ano. Segundo o jornal Il Messaggero, será "um momento especial de espiritualidade na histórica igreja barroca do Gesù, que acolherá os peregrinos LGBTQ+, seus pais e todas as associações desse coletivo". O evento continuará no sábado seguinte com um ato na Basílica de São Pedro, com a participação da referida associação, que há anos acompanha pessoas LGTBI em seu caminho de fé, junto com outras organizações.
A peregrinação será concluída novamente na Igreja do Gesù, onde está sepultado Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas.
O pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização e responsável pela organização do Jubileu, Rino Fisichella, confirmou o evento à agência Ansa, afirmando que "todos são bem-vindos". Ele explicou que a iniciativa surgiu a pedido da mencionada associação e está incluída no calendário, assim como muitas outras.
No entanto, algumas associações do coletivo LGTBI destacaram que "não se trata de um Jubileu LGTBI", já que, "de fato, até o momento, não há qualquer menção a este evento no calendário do Ano Santo".
O padre Pino Piva, um dos jesuítas mais ativos na acolhida de católicos homossexuais, fez um pedido ao Vaticano meses atrás: "Escrevemos uma carta explicando por que queríamos estar lá. E, após muitos meses, responderam positivamente, incluindo nossa solicitação de passar pela Porta Santa", relatou o jornal romano.
No site gay.it, pedem que o Papa Francisco intervenha neste caso relacionado à acolhida dos fiéis LGTBI. "Nas reuniões a portas fechadas, Francisco demonstrou atitudes que, às vezes, são misericordiosas e, em outras, desagradáveis. Chegou o momento de o próprio papa eliminar um tabu que ainda é forte nos círculos eclesiásticos", afirmam.
Por outro lado, essa polêmica não parece existir dentro da organização La Tenda di Gionata. Segundo uma nota publicada em seu site, destacam que "na Igreja Católica, o Jubileu é um ano dedicado 'à remissão dos pecados, à reconciliação e à conversão'. Uma tradição com raízes na Bíblia, onde se celebrava a cada 50 anos como um tempo de descanso para a terra e uma oportunidade de restabelecer a correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação".
"Por essa razão", prossegue o comunicado, "diante do Jubileu de 2025, anunciado pelo Papa Francisco, a associação La Tenda di Gionata solicitou a possibilidade de organizar uma peregrinação jubilar em 6 de setembro de 2025, agora incluída entre os eventos informados pela secretaria do Jubileu", confirmam, com um link para o evento no site oficial do Jubileu 2025, disponível aqui.
"Neste dia, junto com outras realidades próximas, peregrinaremos com os fiéis LGBT+, suas famílias e os agentes pastorais que os acompanham, como fazemos desde 2018, até a Porta Santa de São Pedro, para viver juntos este tempo no qual todos somos chamados 'a levar a boa nova aos pobres, a proclamar a libertação aos presos e a vista aos cegos; libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor' (Lc 4,18-19; cf. Is 61,1-2). Trata-se simplesmente de redescobrir que todos somos filhos e filhas em caminhada rumo ao Pai", conclui o comunicado.
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Um Jubileu também com as cores do arco-íris: Católicos LGBTI atravessarão a Porta Santa em São Pedro em 2025 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU