31 Julho 2024
O ex-presidente uruguaio José Mujica disse que não é "acreditável" o que aconteceu na Venezuela nas eleições deste domingo e não assumiu uma declaração do Movimento de Libertação Nacional - Tuupamaros (MLN), que parabenizou Nicolás Maduro por sua vitória em um ato eleitoral exemplar. Em declarações ao Search, o líder político expressou seus "dúvidas" pelo resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.
A reportagem é de Peter Tristant, publicada por Infobae, 30-07-2024.
Vou falar publicamente sobre a Venezuela, quando houver mais informações. Mas não há informações confiáveis sobre o que aconteceu nas eleições, seja de um lado ou de outro, disse ele.
Mujica está pedindo mais informações, uma posição semelhante à tomada pela Frente Ampla, a coalizão de esquerda uruguaia. Essa força política assegurou que espera a publicação, pelo Conselho Nacional Eleitoral, de todas as atas com os dados pela mesa eleitoral, elemento fundamental para a transparência, credibilidade e legitimidade dos resultados das eleições.
Mujica também partiu do comunicado MLN, cuja organização foi fundador e é um dos líderes históricos. No início da manhã de segunda-feira, este movimento saudou o povo venezuelano por uma exemplar "exemplar" e ressaltou que ele decidiu continuar o caminho da paz para o projeto bolivariano de soberania e justiça social.
A derrota do projeto golpista do direito continental e do imperialismo norte-americano também se transforma em um marco da integração indispensável dos povos da Grande Pátria, disse o texto. Mujica, que está em casa se recuperando de tratamento médico contra um tumor esofágico, disse que não tem nada a ver com essa declaração. O ex-presidente apontou que ele não fazia parte da redação do comunicado nem foi consultado antes que o texto fosse divulgado publicamente. E ele insistiu que ele não o representa, e que sua posição sobre o que aconteceu no domingo é diferente.
O MLN é uma das poucas saudações à vitória anunciada a Maduro no Uruguai.
As críticas ao regime de Maduro não são novas e já o definiram como um governo autoritário que passa para o outro lado. O infortúnio da Venezuela é que tem muito petróleo e se sentiu cercado. E tem um governo autoritário que passa para o outro lado. "Mas eu aprendi isso: em um quadrado dissidente posicionado é um traidor", disse ele à imprensa.
Ele acrescentou: "Há um governo autoritário na Venezuela. Chame-o de ditador, chame-o como quiser”.
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José Mujica desconfia do resultado oficial das eleições na Venezuela: Não há informação credível - Instituto Humanitas Unisinos - IHU