"Maria de Magdala é a torre que se eleva, a que pode ser enxergada e que pode ver longe. Ser enxergada como mulher que se elevou acima, que foi enxergada de longe. Mas mulher também que nos provoca e nos diz para olhar longe e se elevar."
A reflexão é da teóloga Tea Frigerio, Missionaria de Maria-Xaveriana – mmx. Tea é formada em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, e pós-graduada em assessoria bíblica pela Escola Superior de Teologia - EST e pelo Centro de Estudos Bíblicos - CEBI, em São Leopoldo/RS. Presta assessoria bíblica pelo CEBI e é assessora nacional de comunidades eclesiais de base.
Maria é um nome tão comum no dia de hoje como no dia de ontem.
Maria, para reconhecer a pessoa que tem este nome, sempre precisa e sempre precisou de dizer “Maria de…”, “Maria de…”, “Maria de…”. Nós hoje falamos de Maria de Madalena. E lá no Jardim não foi preciso “Maria de…”. Jesus, o Ressuscitado, falou “Maria” e Maria O reconheceu. E a mulher nova e o um homem novo se olharam face a face. Mas por que precisou tanto ter que dizer Maria?
Nós hoje, para reconhecer esta Maria, chamamos ela Maria de Magdala. Maria de uma pequena cidade, talvez, mas também Maria de Magdala, Migdal, que significa “torre”, a que se eleva, a que pode olhar de longe, pode ser vista de longe. Talvez foi por isso que desta Maria, desde o início até a comunidade de Lucas, disseram que ela tinha 7 espíritos impuros, dos quais ela foi libertada.
Já desde então precisou-se dar a esta Maria algo de negativo. Talvez porque Maria de Magdala é a torre que se eleva, a que pode ser enxergada e que pode ver longe. Ser enxergada como mulher que se elevou acima, que foi enxergada de longe. Mas mulher também que nos provoca e nos diz para olhar longe e se elevar.
Ser uma mulher com o teu corpo, com o teu ser, com a tua unicidade, ser elevada, ser enxergada, provocar e olhar longe... Então, pensando em Maria de Magda, nós podemos ser hoje esta Maria, estas mulheres, que com seu corpo, seu ser, sua unicidade se eleva e aponta…
Aponta por quê? Aponta porque elas enxergam longe a possibilidade do que aconteceu lá no Jardim: a possibilidade da mulher nova, do homem novo, de ser face a face e construir nesta casa comum o Jardim onde de verdade todo o ser vivo possa ter vida nesta casa comum. Maria de Magdala, a Torre, aquela que se eleva, aquela que é enxergada de longe e aquela que vê longe. Então, olhando para ela neste dia, desejo que possamos, nós mulheres, com a nossa unicidade, sermos mulheres que se elevam, com o nosso corpo, com o nosso ser, com nossa honestidade, olharmos longe, enxergar o novo despontando.