02 Julho 2024
Enquanto evangélicos saem às ruas em cidades brasileira portando bandeiras de Israel em apoio à intervenção militar em Gaza, no país de Jacó e Abraão cristãos sofrem perseguição. No “Ataque aos cristãos em Israel e em Jerusalém Oriental”, o Centro Rossing para a Educação e o Diálogo, divulgado em junho, registrou o aumento de agressões a cristãos e igrejas no ano que passou.
A reportagem é de Edelberto Behs.
O Centro documentou 32 ataques a propriedades de igrejas, sete ataques violentos a cristãos, 11 casos de assédio verbal, profanação de cemitérios e 30 casos de cuspidas contra clérigos e peregrinos. Cuspir, informa o jornal Christian Daily International, é uma ação criminosa, segundo o Artigo 378 da lei penal israelense, e se realizado por uma razão racial ou religiosa, a punição pode chegar a dez anos de prisão. As vítimas, via de regra, não sabem disso e não denunciam as cusparadas.
“O ataque ao cristianismo não é, em geral, explicitamente encorajado pela liderança política ou pelas autoridades israelenses”, destaca o relatório. “No entanto, o aumento dos ataques está correlacionado a um clima sociopolítico mais amplo, marcado por uma mudança em direção à extrema direita, a um nacionalismo crescente e a uma ênfase no país como um Estado para a população judaica”.
Os cristãos representam menos de 2% da população em Israel, dos quais 75,3% são cristãos árabes. Os judeus somam 73% dos 9,8 milhões de habitantes de Israel; os ortodoxos são 13%; os árabes representam 21,1% da população total, segundo o Gabinete Central de Estatística de Israel.
Comunidades perto de bairros judeus, como os armênios na Cidade Velha de Jerusalém e um mosteiro na fronteira com o bairro judeu ultra ortodoxo de Mesa Shearim, de acordo com o Rossing Center, sofreram repetidos ataques ao longo do ano passado. Além de cusparadas, os ataques físicos a cristãos incluíram spray de pimenta e pancadas.
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Centro para o Diálogo registra ataques a cristãos em Jerusalém - Instituto Humanitas Unisinos - IHU