14 Junho 2024
O grupo de trabalho montado pelo Colégio da Arquidiocese de Paris elabora uma lista de nove propostas: “É necessário divulgar as apostas em jogos religiosos do conflito”. Objetivo: o retorno da paz.
A reportagem é de Daniele Zappalà, publicada por Avvenire, 12-06-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
“Existe uma dimensão religiosa na guerra na Ucrânia e é um fator determinante.” Raciocinando sobre o horror bélico e humanitário na Europa oriental, é a partir dessa premissa que se reuniu em Paris, nos últimos meses, um grupo de trabalho ecumênico de cerca de quarenta membros para fazer avançar a reflexão sobre a paz e um futuro de justiça na Ucrânia. Acolhido e organizado no quadro do Colégio dos Bernardinos, o centro espiritual e de reflexão montado pelo cardeal Jean-Marie Lustiger, arcebispo de Paris, o seminário intitulado “Como apoiar as Igrejas na Ucrânia, ajudar as instituições eclesiais a reformar-se e contribuir para a paz na Europa?” foi solicitado conjuntamente por diversas entidades: além do próprio Colégio da Arquidiocese de Paris, também pelo ramo francês da Pax Christi, do Institut Chrétiens d'Orient e da Igreja greco-católica ucraniana na França.
Os trabalhos foram presididos pelo conhecido historiador Antoine Arjakovsky, codiretor do departamento de pesquisa "Política e Religiões" do Colégio, ativo por muitos anos em Moscou, bem como em Lviv e Kiev.
Graças também à contribuição de representantes religiosos e civis convidados, profundos conhecedores dos temas discutidos, o seminário chegou, nas suas conclusões, a uma lista de 9 propostas. No que diz respeito à opinião pública, segundo o grupo de trabalho, é necessário “fazer compreender as apostas em jogo religiosas da guerra russo-ucraniana”. Mas também “condenar, em nível internacional, a retórica do Patriarcado de Moscou a favor de uma chamada guerra ‘santa’ contra a Ucrânia e sancionar Kirill Gundaïev, como presidente do Congresso Mundial do Povo Russo que promove essa ideologia”. É também necessário “intensificar os esforços de solidariedade para com as Igrejas e organizações religiosas da Ucrânia”.
Também as Igrejas no mundo, afirma o texto sumário final, deveriam desempenhar um papel na denúncia das posições do Patriarcado de Moscou, reconsiderando a sua participação “nas instâncias ecumênicas” e ao mesmo tempo reconhecendo “a especificidade eclesial da Igreja greco-católica e das outras Igrejas da Ucrânia como herdeiras da Igreja de Kiev, na perspectiva da uma plena comunhão com os grandes centros espirituais do mundo”. O grupo também recomenda “bonificar por via legislativa a situação da Igreja Ortodoxa Ucraniana” e conceder financiamento e formação em direção a todas as Igrejas da Ucrânia.
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Ucrânia-Rússia: “Não à guerra santa, relançar a solidariedade ecumênica” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU