Fenômeno que ocorreu na capital manauara foi resultado da seca severa que há meses afeta a Amazônia e surpreendeu por ser típico de climas áridos.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 07-11-2023.

Ventos fortes levaram uma tempestade de areia à Manaus na tarde de domingo (5/11). O fenômeno foi registrado em bairros das zonas Oeste e Centro-Sul da capital amazonense. Aliada à fumaça das queimadas que paira sobre Manaus há uma semana, a poeira encobriu prédios e prejudicou ainda mais a visibilidade.

A tempestade de areia foi resultado da estiagem severa que há meses afeta a Amazônia, informa o MetSul. O veículo também destaca que fenômenos desse tipo são mais comuns em regiões de clima árido, o que torna a tempestade de domingo na região ainda mais impressionante.

A seca extrema já fez grandes rios amazônicos registrarem baixas históricas e afeta mais de 600 mil amazonenses. Ela é efeito de uma combinação entre o El Niño e o aquecimento incomum das águas do Oceano Atlântico por causa das mudanças climáticas, apontam especialistas.

Imagens de satélite da tarde de domingo mostraram um aglomerado de nuvens de grande desenvolvimento vertical que muito provavelmente deflagraram a tempestade de areia em Manaus. As rajadas de vento geradas levantaram a poeira e a terra mais arenosa, devido ao solo mais ressecado. Como resultado, uma gigantesca nuvem de poeira se formou na cidade. Também foram registrados destelhamentos por causa dos fortes ventos.

Nos últimos seis meses, a chuva tem sido escassa na região. Em Manaus, nos últimos cinco meses, o volume mensal não alcançou sequer 100 mm em nenhum mês, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em maio, o total mensal foi de 132,4 mm; em junho, 48,4 mm; em julho, 69,8 mm; em agosto, 18 mm; em setembro, 42,8 mm; e em outubro, 90,2 mm.

Diversos meios de comunicação noticiaram a tempestade de areia em Manaus.

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