O presidente da Bolívia pede ao Papa que revise os registros dos padres que chegam ao país

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24 Mai 2023

O presidente da Bolívia, Luis Arce, enviou uma carta ao Papa Francisco para alertá-lo sobre as acusações de abuso sexual e pedofilia contra vários padres e para pedir-lhe uma revisão conjunta dos antecedentes dos religiosos estrangeiros que entraram no país.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 23-05-2023.

"Esta situação causou profunda dor, repúdio e frustração na população boliviana, sentimentos aos quais aderi como primeiro presidente do meu país", disse Arce na carta lida à mídia na segunda-feira pela ministra da presidência, Maria Nela Prada.

Repúdio e rejeição

Arce manifesta seu repúdio e rejeição a essas ações e espera mais do que "comunicações" da referida instituição e que sejam tomadas providências para que haja "justiça e que esses atos não sejam cometidos novamente usando a fé e a Igreja em busca da impunidade".

"Peço que a justiça boliviana possa acessar todos os arquivos e informações sobre essas denúncias e atos de abuso sexual cometidos por padres e religiosos católicos em território boliviano", detalhou o presidente na carta enviada ao Vaticano.

Arce também disse ao Papa que há várias décadas o governo boliviano "concedeu aos membros estrangeiros da instituição eclesiástica facilidades de entrada" no país, "permanência e até aquisição de nacionalidade, para que pudessem cumprir uma missão religiosa e educacional", mas que foram "mal utilizadas".

Revisão conjunta

"Venho até você, irmão Francisco, para solicitar uma revisão conjunta com nosso governo nacional dos registros dos padres católicos estrangeiros que estão atualmente no Estado Plurinacional da Bolívia”, propõe a carta.

As denúncias de pedofilia no país ocorreram depois que o jornal espanhol El País publicou uma investigação sobre um diário do falecido jesuíta espanhol Alfonso Pedrajas, na qual ele se refere a supostos abusos que cometeu contra dezenas de crianças quando estava no comando da Escola Juan XXIII, na Bolívia, desde 1971.

Também está aberto um processo sobre o caso que a EFE noticiou em fevereiro de 2019 sobre o jesuíta Luis Roma, já falecido, que foi denunciado por um ex-membro da Companhia de Jesus, que pediu anonimato, e que baseou as acusações em trinta fotografias explícitas no qual disse ter reconhecido o suposto agressor de vários menores entre 6 e 12 anos.

Além disso, Arce informou que a Bolívia está trabalhando em “mecanismos para fortalecer o controle e revisão de registros pessoais para a entrada em território boliviano de novos padres e religiosos católicos estrangeiros”.

Direitos de admissão

“O Estado boliviano se reserva o direito de admitir a entrada em território nacional de novos padres e religiosos estrangeiros que tenham esse histórico de abuso sexual contra menores, procedendo à revisão dos acordos e convenções vigentes”, afirma.

Por outro lado, a Conferência Episcopal Boliviana (CEB) anunciou a chegada ao país de um alto funcionário do Vaticano, Jordi Bertomeu, para analisar as ações em resposta a denúncias de pedofilia e abuso sexual contra vários padres, alguns já falecidos, que estão sendo investigados pelo Ministério Público.

O Ministério Público recebeu até ao momento oito denúncias de pedofilia contra padres, invadiu instalações da Companhia de Jesus e ordenou a investigação de alegados abusos sexuais de menores que se espalharam por vários departamentos do país.

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