"E assim continua-se a combater. Ambos pensam infligir ao adversário um golpe militar tão grande que ele passe a considerar que mudar as próprias condições seria menos pior do que continuar lutando. No entanto, não é dito que seja conseguido em breve", escreve Lorenzo Nanetti, Analista de Assuntos Internacionais, em artigo publicado por Il Regno, 15-02-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Cerca de um ano se passou desde o início da invasão russa da Ucrânia, um conflito que afetou profundamente muitos aspectos de nossas vidas. Entre as coisas que esta guerra trouxe de volta estão a intensidade e a destrutividade de um confronto que os especialistas definem peer-peer ou per-near peer (entre exércitos em pé de igualdade ou quase). Não uma guerra de um estado moderno contra perigosos terroristas ou uma revolta armada, mas um conflito que leva duas nações a se lançarem totalmente uma contra a outra. No campo dominam aspectos técnico-militares que a maior parte da opinião pública já não lembrava mais - ou muitas vezes se recusava a analisar por serem considerados de épocas passadas.
A Rússia e a Ucrânia usaram grande parte de seu potencial bélico "pronto para uso" quase desde o início. Para a Rússia, falava-se em 190.000 homens: um número pequeno quando comparado com os infográficos frequentemente mostrados pelos jornais, que citavam um exército russo potencialmente dotado de mais de 1 milhão de homens. Na realidade, existe uma diferença fundamental entre aqueles que são teoricamente disponíveis (porque poderiam ser potencialmente convocados por idade) e aqueles que estão realmente prontos para entrar em combate porque estão treinados, armados e equipados.
Em outras palavras, os números teóricos não contam, mas aqueles que realmente podem ser levados para a batalha. Neste caso, no início de 2022, 190.000 homens constituíam a quase totalidade das forças armadas russas em terra e nem todos eram combatentes: de fato, estavam incluídos também mecânicos, operadores de logística…
Mais tarde, esse número provou ser ilusório, pois os eventos no campo - e os documentos vazados - mostraram que muitas unidades de fato não estavam completas. Entre 120.000 e 150.000 homens resulta ser uma estimativa geralmente aceita.
Entre esses havia muitas recrutas que, tecnicamente, não poderiam ter servido no exterior. Após os protestos, Moscou teve que dar um passo atrás nas primeiras semanas, trazendo muitos de volta para casa. Apesar disso, as associações de mães de soldados denunciaram pressões coercitivas e enganosas para que muitos de seus filhos se alistassem como soldados profissionais, passando por cima dos limites legais.
Entre os meses de março e maio de 2022, os problemas no campo causaram perdas muito pesadas ao exército russo, obrigando-o a se retirar completamente da parte norte da Ucrânia. No entanto, Moscou respondeu enviando os últimos contingentes ainda presentes em solo nacional e no exterior (Síria, Armênia, Ásia Central), oferecendo salários e condições generosas aos novos voluntários e contando com grupos mercenários (como o famoso grupo Wagner liderado por Evgenij Prigozhin) que também recrutaram detentos e criminosos.
Após outras pesadas perdas e derrotas no campo (Kherson, Kharkiv), uma mobilização parcial de outros 300.000 homens foi então convocada em setembro de 2022, nem todos enviados para o front. Da mesma forma, grandes partes da população masculina nas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk (posteriormente anexadas unilateralmente pela Rússia sem o reconhecimento internacional) já haviam sido convocadas em várias fases ao longo do conflito.
É difícil estimar os números da força militar russa na Ucrânia realmente presente hoje: a combinação de grandes perdas e recrutamento contínuo não permite dados precisos. No entanto, a qualidade global é consideravelmente inferior à existente um ano atrás: de fato, a formação perdida não pode ser reposta no curto prazo.
Em vez disso, o exército ucraniano começou a guerra com cerca de 100.000 homens, no papel, e rapidamente aumentou esse nível para chegar a 200.000 em poucos meses, eliminando efetivamente qualquer vantagem numérica russa. A mobilização parcial da população elevou já durante o verão a cerca de 1.000.000 os homens presentes no exército (de uma população pré-guerra de cerca de 44 milhões), dos quais 700.000 nas forças armadas e o restante entre polícia, guardas de fronteira e outros ramos da segurança.
Também no caso ucraniano o número, embora elevado, não corresponde necessariamente a todos os disponíveis para o combate. Tal como acontece com os russos, também estão incluídas funções não de campo e recrutas que na realidade precisariam de treinamento extensivo para serem eficazes. Isso muitas vezes é fornecido, de forma constante, mas lenta, por instrutores ocidentais na Inglaterra, EUA e depois também em outros países europeus. A vantagem dos ucranianos reside no fato de lutarem "em casa" e por isso há muito menos problemas de motivação no recrutamento.
Não estamos acostumados a ver os níveis de baixas alcançados pelos dois lados nesta guerra. Estamos habituados a emboscadas, pequenos confrontos, ataques terroristas, onde algumas dezenas de mortos e feridos já são muitos.
Aqui, ao contrário, estamos falando de uma guerra com enormes volumes de fogo e intensidades de combate, e em um front realmente vasto. Em geral, é bastante difícil estimar as perdas de ambos os lados com precisão suficiente: cada exército tende a esconder ou minimizar as suas perdas e a aumentar aquelas do adversário. No entanto, é possível fazer estimativas indicativas de acordo com o que foi visto em campo.
O site da Oryx mantém uma base de dados de veículos (tanques, veículos de vários tipos, canhões, aviões, helicópteros…) cuja destruição ou captura foi confirmada visualmente, com um trabalho apurado para que o mesmo veículo não seja contado duas vezes: geolocalização, angulação da imagem, números e marcas nos veículos e até a vegetação ao redor como indicador da época do ano em que foi batida a foto ajuda nisso, bem como um profundo conhecimento dos detalhes técnicos. As imagens visuais nas redes sociais ajudam, portanto, a confirmar ou negar alguns dados, mas mostram apenas uma parte do que realmente aconteceu e, portanto, mesmo assim, provavelmente há erros.
As perdas russas são estimadas entre 100.000 e 180.000 homens. Até mesmo o número mais conservador confirma as dificuldades observadas e é possível que a realidade esteja em algum lugar no meio. Em particular, estima-se entre 400 e 900 mortos e feridos graves por dia, sobretudo devido a ataques muitas vezes realizados em campo aberto, sem prestar atenção às próprias perdas. A estes devem ser somados mais de 8.000 veículos perdidos, incluindo mais de 1.600 tanques destruídos, abandonados ou capturados (dados do início de fevereiro de 2023).
Para os ucranianos, fala-se em cerca de 80.000 a 100.000 homens, com perdas diárias entre dezenas e algumas centenas, dependendo da intensidade dos combates. A esses números devem ser adicionados cerca de 3.000 veículos perdidos (incluindo cerca de 400 tanques). Se, por um lado, a Rússia teve oportunidade de desfrutar as suas reservas (nem sempre modernas), no entanto, a Ucrânia compensou as perdas materiais graças aos muitos veículos capturados dos invasores e, obviamente, aos famosos suprimentos ocidentais.
É bom entender que apenas uma parte das "perdas" são mortos, geralmente estimados entre um quarto e um terço do total. A maioria dos números refere-se aos feridos. Aqui ter à disposição equipamento eficazes de primeiros socorros no campo para estabilizar os feridos e depois poder transferi-los rapidamente para a retaguarda geralmente faz a diferença na proporção entre mortos e feridos.
Depois, há os desaparecidos, os capturados e também os soldados que não estão mais em condições de combater por motivos psicológicos. Aqueles que fazem parte de unidades que viram os piores combates, aqueles que foram bombardeados ou perderam amigos próximos provavelmente estão abalados e, em alguns casos, poderiam mostrar os primeiros sinais de shell shock (choque de bombardeio) ou em geral de combat stress reaction (um tipo de choque resultante da participação em combate). Isso também pode ser um precursor de uma posterior síndrome de estresse pós-traumático.
Os casos mais graves e claros provavelmente já estão incluídos entre os "feridos", mas existem casos não agudos que podem permanecer "escondidos" pelo cansaço normal.
A isso se soma (e potencialmente piora) o fato de que, após duas semanas de combate, aqueles que estiveram muito envolvidos na ação ou, em qualquer caso, em atividade contínua estão no mínimo cansados, sujos e famintos (as rações de combate no longo prazo mostram seus limites em relação às refeições quentes). E isso afeta a eficiência.
Além disso, o número de perdas esconde outro efeito: nenhuma unidade combate até o último homem. Existem muitos estudos, desde às Guerras Mundiais, que indicam que nem todos os homens de uma unidade combatem da mesma maneira. Em média, durante um combate, são apenas alguns que realmente disparam e fornecem o principal poder de fogo. Outros servem de suporte, precisam de estímulo constante dos líderes para continuar, outros ainda fazem muito pouco. Se os elementos de tração forem mortos ou feridos, a unidade deixa de funcionar com eficácia, mesmo que ainda haja homens.
Por isso, quando se diz que uma unidade é destruída não se entende a morte de todos os membros, mas um nível de perdas tal que impossibilita os restantes de continuar - mesmo que apenas por exaustão -. Obviamente, depende de caso a caso e contam muito experiência, motivação e treinamento: se para os russos a disciplina é frequentemente mantida pela força, ameaçando aqueles que se recusam a lutar com prisão ou morte (ou ser enviados ao ataque em "pelotões de punição" especiais, conforme relatado na área de Bakhmut), para os ucranianos existe um fator intrínseco de estar na defesa de seu próprio povo – um sentimento reforçado pela descoberta de valas comuns em Bucha, Lyman e outros lugares.
Dentre os diversos aspectos técnicos e tecnológicos envolvidos, alguns podem ajudar na compreensão dos dados relativos às perdas.
A letalidade do conflito deve-se sobretudo ao fato de que a arma fundamental em uso por ambos é tão mortífera quanto velha: a artilharia. A possibilidade de lançar toneladas de explosivos a grandes distâncias (um canhão moderno pode disparar a 30 quilômetros de distância, ainda mais se estiver com munição especial, enquanto os lançadores de foguetes podem atingir distâncias entre 70 e 300 quilômetros, dependendo do tipo) ainda hoje é imprescindível na guerra.
Inclusive no início do conflito, quando os mísseis antitanque fornecidos pelo Ocidente eram citados, a maioria das perdas que impediram o avanço russo, na realidade eram causadas pela artilharia. E quando, desde maio, as atenções se voltaram para o Sul e Donbass, foi a artilharia que permitiu aos russos recuperar a iniciativa, “escondendo” os problemas relativos à menor qualidade dos soldados e à falta de equipamento moderno.
A destrutividade da artilharia, não só sobre os soldados, mas também sobre cidades, civis e o território em geral, deve-se ao fato de ser inerentemente imprecisa. É quase impossível para um canhão normal acertar o alvo com precisão. Por essa razão, na sua forma mais simples, o fogo de artilharia ocorre "por área": um observador fornece as coordenadas do alvo em uma grade e os canhões disparam em direção a tal área. Desta forma, não importa onde cai cada tiro: um certo número de canhões disparando um certo, elevado número de tiros tenderá estatisticamente a cobrir grande parte do território alvo... e consequentemente também o que e quem está dentro dele.
A Rússia compensa esse problema com um número muito alto de canhões e uma alta frequência de tiro, de acordo com o princípio "atiro muito para ter certeza de causar suficientes danos", o que também aumenta significativamente a destruição geral do que está ao redor e, obviamente, dos centros habitados atingidos.
O Ocidente - e a Ucrânia que recebe suas armas - abandonou essa lógica há anos e, em vez disso, conta com projéteis mais precisos (por eletrônica, aerodinâmica e orientação por GPS) que reduzem significativamente a dispersão dos tiros, permitindo que menos tiros sejam disparados, mas mais eficazes.
Não é por acaso que mesmo entre Kherson e Donbass a guerra só tenha virado de lado quando o domínio numérico da artilharia russa foi reduzido (destruição de muitos depósitos de munição pelos precisos sistemas de lançamento de foguetes HIMARS enviados pelo Ocidente), permitindo as contraofensivas ucranianas. A artilharia é sempre o elemento-chave: permite aos russos avançar em certas áreas e aos ucranianos detê-los em outras.
Isso está relacionado ao segundo aspecto: os drones. Quando se fala de drones, a imaginação vai para os drones estadunidenses capazes de atingir terroristas com um míssil, ou para os famosos Bayraktar TB2 turcos vistos na Síria e na Líbia. Embora estes últimos estejam presentes, na realidade os mais utilizados são aqueles de reconhecimento. Na verdade, são usados para identificar o inimigo e comunicar informações às próprias forças e à artilharia, que pode então disparar e atingir.
Os aspectos tecnológicos envolvidos dizem respeito não apenas ao objeto drone como tal, mas também a todos os aspectos de comunicação eletrônica e resistência às contramedidas inimigas – são parados não apenas derrubando-os fisicamente, mas também interferindo nos sinais que permitem que eles permaneçam em contato com seu próprio lado, num desafio invisível de guerra eletrônica.
“Se você o pode ver, você o pode acertar. Se você o pode acertar, o pode destruir”, afirma um ditado militar. E os olhos da artilharia são principalmente os drones, para ambos os lados.
O terceiro elemento são os mísseis, em particular aqueles lançados pela força aérea russa, marinha e forças terrestres para atingir instalações industriais e de energia (e muitas vezes também civis) na Ucrânia. A utilização de armas capazes de atingir a distâncias tão grandes (alguns mísseis são lançados a partir do Mar Cáspio) implica que realmente não existe nenhum "lugar seguro" dentro do território ucraniano, porque nenhum lugar está demasiado longe ou de qualquer forma inacessível, e essa fatalidade passou a fazer parte da vida cotidiana da população desde o início.
O uso intenso levou a um esgotamento progressivo dos mísseis mais tecnológicos pelos russos. Isso não significa que eles não estejam mais disponíveis, como erroneamente se deduziu: o que se observa é que a necessidade de equilibrar seu uso com a produção levou a utilizá-los em menor número, combinando-os com outros modelos menos precisos e que, por sua vez, podem causar mais danos colaterais ao redor.
A esses juntam-se os chamados drones kamikaze, ou loitering munitions, essencialmente mísseis capazes de voar como uma aeronave e depois atingir o alvo. O Irã, em particular, tem sido até agora um dos maiores fornecedores de Moscou.
A estratégia russa visa dobrar a população, além de derrotar as forças armadas inimigas. Ou, melhor, é ditada justamente pela dificuldade de fazer essa segunda coisa e, portanto, buscar outra forma de levar o inimigo à rendição. Quem acompanhou o conflito na Síria sabe que isso não é uma novidade.
O envio de armas ocidentais (incluindo os recentemente discutidos tanques Leopard 2) responde à exigência de garantir a sobrevivência a longo prazo da Ucrânia. Nos primeiros meses era fundamental fornecer armas e equipamentos que os soldados ucranianos já soubessem usar e para os quais já tivessem peças de reposição e experiência para a manutenção. Daí o envio de tanques, armas, veículos e até aeronaves ex-soviéticos pelos países da OTAN da Europa Oriental.
No entanto, os números eram limitados e, sem a capacidade de produzir novos, sempre foi um estoque destinado a acabar rapidamente. Soluções análogas (geralmente melhores) produzidas pelo Ocidente respondem assim à exigência de apoiar Kiev também a longo prazo: produções que não são novas, mas para as quais ainda é possível garantir munições (incluindo as mais precisas), peças sobressalentes, experiência e manutenção não só agora, mas também no futuro. Isso ocorre tanto no caso de prolongamento do conflito quanto no caso de paz, para manter as futuras forças armadas ucranianas operacionais.
No momento, os suprimentos são usados tanto para repor as perdas quanto para permitir que aquela parte das forças armadas ucranianas agora em treinamento seja equipada. A ideia é criar uma força superior ao adversário não só – ou nem tanto – numericamente, mas qualitativamente. A visão de longo prazo também é inevitável para as necessidades de treinamento: leva semanas ou meses para aprender a usar um novo tanque, ainda mais para se tornar piloto de eventuais aeronaves (o que explica por que não podem ser enviados agora).
Tudo isso pode levar a uma escalada? Os altos funcionários russos adoram assustar a opinião pública ocidental (que tende a ser mais influenciável) com tais temores, mas deve-se dizer que existe um canal de comunicação direto entre os EUA e a Rússia para evitar que isso aconteça. Conforme expresso recentemente por Andrej Kortunov, diretor do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia, as únicas linhas vermelhas realmente expressas por Moscou a Washington são: o envolvimento direto das forças da OTAN na Ucrânia (não se entendem os voluntários estrangeiros); o uso de bases aéreas da OTAN fora da Ucrânia como ponto de partida para a força aérea ucraniana em missões de combate; a criação de uma zona de exclusão aérea em uma qualquer parte do espaço aéreo ucraniano.
Na realidade, são limites muito amplos que permitem a ambas as partes uma flexibilidade considerável para decidir como se comportar sem cair na armadilha do conflito direto. Ainda estamos muito longe desses limites, que de qualquer forma a OTAN já excluiu explicitamente querer infringir (nem mesmo serviria). Os temores, portanto, parecem ser infundados no momento.
A Ucrânia poderia sobreviver sem o apoio militar ocidental? Provavelmente não. Mas não se renderia de forma alguma, nem aceitaria as condições que hoje rejeita: como mostram os longos conflitos na Síria, no Iêmen e em outros lugares, mesmo aqueles que estão sem ajuda combatem desesperadamente por anos e anos. E a opinião pública ucraniana está fortemente convencido da necessidade de resistir.
Na verdade, o fulcro da disputa não é a Crimeia ou o Donbass e a guerra não continua para determinar a posse desses territórios: trata-se de uma guerra de sobrevivência para a Ucrânia, cuja população vê a dominação russa como opressão a ser rejeitada.
Se por um lado o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou estar pronto para as negociações, por outro foi seu ministro das Relações Exteriores, Sergej Lavrov, quem repetiu que o objetivo continua sendo a "desnazificação e desmilitarização" da Ucrânia, termos que indicam como os objetivos são sempre os mesmos: trazer a Ucrânia de volta à órbita russa, com um governo amigo – em outras palavras, transformar a Ucrânia em outra Bielorrússia. Portanto, qualquer trégua seria apenas uma pausa entre esta e uma nova tentativa futura de assumir o controle do país.
A Ucrânia também estaria disposta a ceder determinados territórios em troca da paz, mas apenas com a condição de receber proteções ocidentais que impossibilitassem a Rússia de tentar novamente no futuro (isto é: uma aliança militar, com ou sem a OTAN). Caso contrário, a avaliação é que a Rússia usará toda trégua para se rearmar e invadir novamente no futuro.
Para Moscou, essas salvaguardas são obviamente inaceitáveis, precisamente porque tornariam impossível tentar novamente no futuro e trazer Kiev de volta à sua própria órbita. E assim continua-se a combater. Ambos pensam infligir ao adversário um golpe militar tão grande que ele passe a considerar que mudar as próprias condições seria menos pior do que continuar lutando. No entanto, não é dito que seja conseguido em breve.