Nicarágua corta fundos de universidade jesuíta e aumenta controle do governo

Universidade Centro-Americana (Foto: UCA)

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05 Abril 2022

 

A Nicarágua aprovou uma lei que aumenta o controle do governo sobre instituições educacionais e retira fundos da Universidade Centro-Americana, administrada por jesuítas, que está em desacordo com o governo.

 

A reportagem é de David Agren, publicada por National Catholic Reporter, 04-03-2022.

 

A medida foi aprovada em 31 de março pelo Congresso e permite que o Conselho Nacional de Universidades se envolva em questões como currículo e nomeações de professores, segundo a agência de notícias Reuters. O conselho existe atualmente como uma instituição consultiva.

A medida também exclui a Universidade Centro-Americana do conselho, o que a priva de uma parte dos 6% do orçamento nicaraguense gasto no ensino superior.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e três de seus filhos frequentaram a Universidade Centro-Americana. A decisão de incluir a escola no Conselho Nacional de Universidades para receber financiamento foi autorizada pela Frente Sandinista de Libertação Nacional de Ortega em 1990.

A universidade não comentou publicamente sobre a nova lei. A escola reconheceu ter recebido US$ 8,1 milhões por sua operação em 2018, segundo a Reuters. Esse financiamento diminuiu para US$ 38.000 em 2022.

Observadores chamaram os cortes de financiamento de "vingança" pelo papel da escola nos protestos de 2018 contra Ortega, que resistiu aos pedidos de sua destituição. A Universidade Centro-Americana e outras universidades da Nicarágua permitiram que os manifestantes estudantis buscassem proteção da polícia e dos paramilitares nos campi durante as manifestações.

"É um pequeno ato de vingança contra as autoridades jesuítas na (escola) porque abriram as portas da universidade" aos manifestantes, disse Álvaro Leiva, da Associação Pró-Direitos Humanos da Nicarágua, ao Catholic News Service da Costa Rica, onde trabalha desde que fugiu Nicarágua em 2018.

Mons. Carlos Avilés, vigário geral da Arquidiocese de Manágua, chamou a ação de "vingança política, porque todas as instituições eclesiais estão apoiando o povo na impopularidade deste governo".

A decisão de retirar a autonomia das universidades e cortar o financiamento da Universidade da América Central segue uma decisão do governo no início deste ano de fechar uma série de universidades privadas e projetos educacionais diocesanos.

 

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